(Lançamento) BYD Dolphin: hatch elétrico tem porte de Honda Fit e preço de Renault Kwid

A BYD não para, e deixa claro que quer dominar o mundo dos carros elétricos e eletrificados no Brasil: para ajudar nesse processo, até comprou, oficialmente, a antiga fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia, e lá pretende fabricar seus best-sellers. Lembrando que a linha de carros da marca já conta com o SUV grandalhão de sete lugares Tan EV, o sedan de alto luxo Han EV, o SUV médio híbrido plug-in Song Plus, o SUV médio elétrico Yuan Plus, a minivan elétrica D1, e, agora, o hatch Dolphin. Há ainda vans comerciais e até caminhões.

Como o próprio nome diz (“Dolphin” é golfinho em inglês), a novidade se inspira nos animais marinhos tanto no design interno quanto externo, mas segue uma linha totalmente diferente do Yuan Plus, por exemplo. O Dolphin é feito também sobre a plataforma modular 3.0, dedicada aos elétricos, e adota um estilo parecido com o de Honda Fit e Chevrolet Bolt EV: um hatch, quase monovolume, com teto alto, assoalho plano e linhas mais retas, privilegiando o espaço interno.

Chama a atenção seu preço agressivo: “apenas” R$149.800, menos que um Renault Kwid E-Tech ou Caoa-Chery i-Car, mas com porte, qualidade construtiva e conteúdo muito superiores aos dos subcompactos. Numa rápida comparação, o Dolphin mede 4,1 m de comprimento, quase 1,8 m de largura com 1,6 m de altura, tem nada menos que 2,70 m de entre-eixos e 345 litros de porta-malas, até maior que um Honda Fit em boa parte das medidas, e praticamente igual a um Chevrolet Bolt EV de R$330 mil. Mais que o dobro do preço do BYD!

A concepção do pequeno não foge dos padrões: ele usa suspensões independentes na frente, tipo McPherson com barra estabilizadora, enquanto o eixo traseiro é de torção. Os quatro freios são a disco, mas só com os dianteiros ventilados, e a direção é elétrica progressiva. Rodas de liga-leve aro 16, calçadas com pneus borrachudos, 195/60, são de série, assim como o estepe temporário. E o Dolphin tem peso e coeficiente de arrasto contidos para um elétrico altinho: são cerca de 1.400 kg e Cx de apenas 0,30.

Seu motor é totalmente elétrico, instalado no eixo dianteiro junto do redutor, tem 95 cv de potência e 18,3 mkgf de torque imediato. Números muito superiores aos 65 cv e 11,5 quilos encontrados no Kwid E-Tech, por exemplo, e que fazem do BYD um carro ágil: o 0 a 100 km/h declarado é de 11 segundos, sempre com velocidade limitada em 150 km/h. A proposta do Dolphin é quase totalmente urbana, se mostrando inclusive uma opção interessante pra transporte por aplicativo.

Foto: BYD/divulgação

Feitas de fosfato de ferro-lítio, as baterias ficam num conjunto no assoalho, e garantem alcance entre 285 km pelo ciclo INMETRO e 405 km pelo ciclo NEDC. Como padrão da marca, as baterias seguem a tecnologia Blade, laminada e ocupando menos espaço. A recarga é por eletropostos, wallbox ou tomadas 220V residenciais, sempre seguindo o padrão mundial Tipo 2 nos plugues e entradas. Nas melhores condições possíveis de recarga ultrarrápida, ele leva apenas 30 minutos para encher 50% da carga.

São vários equipamentos e tecnologias de série, muita coisa emprestada de irmãos maiores como o Yuan Plus EV, a exemplo das câmeras 360º, multimídia rotativa de 12,8” com comandos de voz e Spotify embutido, painel de instrumentos digital de 5” integrado a coluna de direção (aqui ajustável só em altura), volante multifuncional e bancos em couro sintético, fora o nível de acabamento caprichado para o preço do carro.

Foto: BYD/divulgação

Há ainda ar-condicionado digital automático, chave presencial com partida por botão, conjunto óptico inteiro em LED, seletor de modos de condução (ECO, Normal e Snow, para pisos escorregadios), freio de mão eletromecânico com função Auto Hold, conexão com smartphone via app BYD, opção de destravar as portas via NFC (cartão virtual), função de atualizações de software pela nuvem e, como nos Tesla mais modernos, será possível jogar videogame e cantar num Karaokê através da multimídia do Dolphin, instalando apps no aparelho. Essas duas funções chegam em breve.

Além disso, o hatch altinho da BYD pode se transformar em um gerador ambulante, usando uma tecnologia que a fabricante chama de VtoL (Vehicle to Load, ou “carro para carregar”): através de um adaptador, as baterias do carro fornecem energia para equipamentos externos como notebooks, luminárias, cafeteiras, mini geladeiras portáteis e outros produtos elétricos do tipo. O tal adaptador, claro, é um acessório a parte, que não teve o preço divulgado.

Vendido, por enquanto, com condições especiais de lançamento, o BYD Dolphin EV tem cinco anos ou 200 mil km de garantia para o carro, o que ocorrer primeiro, ou oito anos/200 mil km para as baterias. O modelo é oferecido em apenas três opções de cores: cinza chumbo metálico, rosa claro metálico e amarelo claro (chamado de “amarelo queijo”).

As impressões ao dirigir o Dolphin saem em breve, noutra matéria.

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Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.