Os novos motores e câmbios para a Fiat e Jeep em 2020

A FCA (Fiat Chrysler Automobile) está preparando para o segundo semestre de 2020 boas novidades tecnológicas para os consumidores brasileiros e latino-americanos. A primeira dessas grandes novidades está na nova família de motores batizados simplesmente de T3 e T4 (motores turbo de 3 e 4 cilindros). Um grande destaque dessa nova família de motores está na grande versatilidade de potência que eles podem ser calibrados: Pode variar de modestos 100cv com torque máximo ao redor dos 16 kgfm na versão menos potente até 180cv com aproximadamente 28kgfm de torque máximo na versão mais potente, ambos flex.

Esses novos motores terão capacidade cúbica de 1 litro e três cilindros para o chamado T3 e 1.3 de quatro cilindros para a versão batizada de T4. Em sua configuração básica, ambos terão duplo comando de válvulas no cabeçote, quatro válvulas por cilindro e serão alimentados através de um sistema eletrônico de injeção direta.

Jeep Renegade 2019 reestilizado (Foto: Divulgação)
 Jeep/Divulgação

O comando das válvulas de admissão terá variador de fase, permitindo ganho de torque nas baixas rotações e potência máxima nas altas rotações. A exemplo do que a FCA já faz aqui com seus motores aspirados 1.0 e 1.3, as versões turbo são construtivamente semelhantes, tendo como única diferença o número de cilindros: Pistões e bielas são idênticos em ambos os motores turbo e a única diferença está apenas no número de cilindros, três no 1.0 e quatro no 1.3. A modularidade entre os motores (compartilhamento de peças em comum e outros componentes) já é destaque na linha de aspirados Firefly 1.0 e 1.3.

E quais carros vão ter motores turbo?

Na versão 1.3 de quatro cilindros turbinada, as potências podem variar dos 140cv com cerca de 25mkgf de torque, até os 180cv com cerca de 28mkgf de torque. Inicialmente, esses novos motores turbo deverão ser oferecidos nas versões mais caras da linha Jeep Renegade (a configuração de entrada permanecerá com o 1.8 E.TorQ) e no Compass, esse apenas com o 1.3 Turbo de quatro cilindros, provavelmente com 180cv substituindo o 2.0 flex de 166cv. Essas alterações deverão ocorrer nos modelos produzidos no final de 2020 já como modelo 2021.

Fiat Toro Freedom 2.4  (Foto: Divulgação)
Fiat/Divulgação
Na Fiat, inicialmente a nova família equipará a picape Toro com o 1.3 Turbo e uma potência próxima dos 150cv e 26mkgf, substituindo o 1.8 E.TorQ. É importante ressaltar que na versão de entrada da Toro, assim como no Renegade, permanecerá o 1.8 aspirado. Só que o 2.4 da Toro pode ser substituido pelo turbo em versão mais forte.

Novo câmbio CVT substitui automático e automatizado

Juntamente com as novas famílias de motores, estará chegando também o novo câmbio automático CVT, aquele com relações de marchas infinitas. Esse novo câmbio intermediará a passagem do automatizado GSR para o automático de 6 marchas com conversor de torque. Como, para o consumidor, o CVT é sinônimo de modernidade e de um câmbio que é tido como tendência mundial, a FCA deverá, aos poucos, ir tirando de cena o automático Aisin de 6 marchas e o automatizado GSR, substituindo-os pelo CVT. Certamente nesse caso o consumidor terá nas mãos um câmbio bem atual, e que deverá trazer uma significativa melhora no desempenho e no consumo de combustível. Sem dúvida uma evolução nas linhas Jeep e Fiat.

Assim como a nova família de motores, os novos câmbios começarão a sair da linha de produção no final de 2020 como modelo 2021. Inicialmente se beneficiará desse novo powertrain os Jeep Renegade e Compass e na Fiat a picape Toro. Mas, ainda para 2021, Argo e Cronos nas versões mais caras também receberão esses upgrades mecânicos, tornando-os mais modernos e competitivos.

Motores trazem tecnologia de primeira

Outro grande destaque dessa nova família de motores está na novidade das turbinas variáveis. Normalmente encontradas nos motores diesel, elas se destacam por permitir que o motor forneça grande força nas baixas rotações e alto desempenho nos regimes mais altos. Ambos são desenvolvidos totalmente na Itália, que ficou com a responsabilidade de criação dos turbos enquanto para a engenharia brasileira ficou a responsabilidade da criação e desenvolvimento dos motores 1.0 e 1.3 Firefly aspirados presentes hoje no mercado. Falta ainda à FCA bater o martelo de onde essa nova família será produzida além da Europa:

Estão em disputa uma fábrica brasileira de grande capacidade que exportaria esse novo motor para todas as partes do mundo (como a nova planta de motores de Betim) ou uma fábrica chinesa que exportaria esse motor para América Latina e Oriente.

Como os motores turbo permitem potências e torques que podem variar de acordo com a necessidade do veículo que ele será instalado, no 1.0 três cilindros fala-se que sua potência poderia variar dos 100cv iniciais com 16 kgfm de torque até cerca de 130cv com torque máximo de cerca de 21kgfm, uma força extra que hoje a FCA não tem nada à oferecer. Essa é a versatilidade permitida por um motor turbo, em que a mesma unidade motriz pode ter potência e torque ajustados de acordo com o que a montadora necessita.

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