Os carros que conhecemos, mas com outro nome

Criar um carro novo custa caro, além de consumir muitas horas entre reuniões de projetos, pesquisas, desenvolvimento, testes, entre outros.

São muitos funcionários envolvidos em todas as escalas, além de muitos gastos. Para se ter ideia, desenvolver um carro novo de uma plataforma já existente, ou mesmo aproveitando peças de modelos já em produção, custa algo entre R$1,3 Bi e 1,6 Bi. Se o desenvolvimento for do zero, incluindo nova plataforma e mecânica, os gastos podem passar de R$3,2 Bi.

Não falo só no desenvolvimento do carro, mas também de todo o maquinário de sua fabricação, peças, treinamento de operários, sem contar as intermináveis pesquisas, reuniões, testes e mais testes. Este processo pode levar de 4 a 6 anos, e quando finalmente o veículo é lançado, seu facelift ou mesmo uma nova geração já entra em desenvolvimento. Ou seja, o trabalho não para nunca.

Logo que o carro é lançado, sua próxima mudança visual ou nova geração já entra em processo de desenvolvimento (Foto: Ford/divulgação)

É natural que as fabricantes usem seus projetos em outros países onde possuem participação, ou mesmo reaproveitem os projetos em outras marcas do grupo, com pequenas alterações de design e a necessária tropicalização de componentes. Alterações mais comuns são na suspensão, direção e até sistemas de arrefecimento e injeção para lidarem com particularidades do País em que o carro será comercializado.

Vamos conhecer alguns veículos que encontramos rodando pelo Brasil, mas que são vendidos em outros países, sejam com nome diferente ou até mesmo por uma marca diferente. Veja:  

GM Chevette

Opel Kadett de terceira geração, o Chevette europeu (Foto: Opel/divulgação)

De projeto europeu, chegou no Brasil em 1973 como um novo carro, mas era a terceira geração do Opel Kadett. Seu nome foi alterado para evitar algum tipo de problema ou associação com o governo militar, vigente à época. Este nome foi adotado também na América do Sul e nos Estados Unidos, onde o Chevette durou de 1976 a 1986.

No Brasil, coexistiu com a nova geração do Kadett, que chegou em 1989, desta vez usando o nome original e sendo vendido como um “novo carro”. O nosso Chevette saiu de linha em 1993 depois de mais de 1.200.000 unidades comercializadas.

GM Opala

Opel Rekord, que também pode ser chamado de “Opala Europeu” (Foto: Opel/divulgação)

Vendido no Brasil de 1968 a 1992 e usando o nome de uma pedra preciosa, era baseado no Opel Rekord de terceira geração. Fez muito sucesso, com pouco mais de 1 milhão de unidades vendidas, e foi substituído pelo GM Omega.

GM Monza

O Monza, na realidade, era oriundo do Opel Ascona alemão (Foto: Opel/divulgação)

Primeiro carro mundial vendido pela marca no Brasil a partir de 1982, era derivado da terceira geração do Opel Ascona, em produção na Europa desde 1981. Em outros lugares do mundo também foi vendido como Vauxhall Cavalier e Holden Camira. Foi substituído no mundo pelo Opel Vectra em 1988, e coexistiu com o GM Vectra no Brasil de 1993 até 1996, quando saiu de linha.

GM Corsa

Apesar do mesmo nome do seu irmão-gêmeo alemão, o Corsa chama a atenção pelas plataformas compartilhadas (Foto: Opel/divulgação)

Sucesso no Brasil desde sua estreia em 1994, era a 2ª geração do Opel Corsa. Seu nome sempre foi o mesmo, mas aqui a curiosidade é quanto ao uso de sua plataforma, com mudanças ao longo dos anos graças à venda da marca para outros grupos.

1ª geração (1983) – Opel Corsa A

2ª geração (1993) – Opel Corsa B (ainda com plataforma inicial)

3ª geração (2000) – Opel Corsa C (plataforma Gamma)

4ª geração (2006) – Opel Corsa D (plataforma SCCS, mesma do Fiat Punto)

Em sua quarta geração, o Corsa compartilhava a plataforma com o concorrente Fiat Punto (Foto: Opel/divulgação)

5ª geração (2014) – Opel Corsa E (plataforma SCCS)

6ª geração (2020) – Opel Corsa F (plataforma CMP, mesma dos Peugeot modernos)

GM Astra

Nos EUA, o Astra era da Saturn (Foto: Saturn/divulgação)

Nascido em 1991 na Europa para substituir o Kadett, foi importado da Bélgica para o Brasil entre 1994 e 1996, convivendo por aqui com seu antecessor. Em 1998 foi lançado como nacional, já em nova geração, onde foi fabricado até 2011. Nos EUA, já em algumas gerações adiante, foi vendido como Saturn Astra, e em outros lugares do mundo sempre se chamou Opel ou GM Astra.

GM Celta

GM Celta por aqui, Suzuki Fun na terra dos Hermanos (Foto: Suzuki/divulgação)

De projeto Brasileiro (batizado na época de Arara Azul), foi lançado no ano 2000 usando a plataforma do Opel Corsa de primeira geração (1983), em linha do Brasil desde 1994 através do Corsa de 2ª geração. O Celta foi vendido como Suzuki Fun em países como Argentina ou Uruguai, e foi exportado para ilhas de Aruba e Curaçao, territórios holandeses no Caribe.

Na maioria dos mercados de exportação, prevaleceu o motor 1.0 (na configuração anterior ao VHC, para melhor funcionamento com a gasolina mais pura do exterior), com exceção da Argentina onde o 1.4 foi o padrão. Saiu de linha em 2015 após mais de 1.500.000 de unidades vendidas.

Fiat 147

Nosso 147 era uma releitura do 127 italiano (Foto: Fiat/divulgação)

Lançado no Brasil em 1976, foi baseado no Fiat 127 italiano, vendido por lá desde 1971. Saiu de linha no Brasil em 1986 e apenas em 1996 na Argentina.

Fiat Uno

Exportado para a Itália, o Uno nacional era o Innocenti Mille (Foto: Innocenti/divulgação)

Fabricado no Brasil, era exportado para a Itália como Innocenti Mille. Subsidiária da Fiat no mercado italiano, a Innocenti era focada em veículos de baixo custo.

Fiat Premio e Elba

Vendidos por aqui como Premio e Elba, a dupla da Fiat também poderia ser Duna e Duna Weekend em alguns mercados (Foto: Fiat/divulgação)

Eram exportados para os países da América do Sul como Fiat Duna e Duna Weekend, respectivamente. Saíram de linha em 1996 no Brasil, mas foram fabricados até o ano 2000 na fábrica de El Palomar, na Argentina. O Elba teve versões furgão fora do Brasil, identificado como Fiat Penny, além da configuração com volante do lado direito para se tornar Fiat Citivan no Reino Unido, Irlanda e Nova Zelândia.

Com parte traseira fechada e sem a segunda fileira de bancos, o Elba também poderia virar a Penny (Foto: Fiat/divulgação)

VW Gol

Gol era Pointer no México e Rússia (Foto: VW/divulgação)

O Volkswagen nacional mais vendido do Brasil e mais exportado para o mundo se chamou Pointer em muitos mercados, como o mexicano ou russo. Atualmente ele ainda é enviado para diversos países mundo afora, mas na maioria deles mantém o nome original: VW Gol.

VW Voyage e Parati

Já o sedan Voyage era o Gacel em alguns países Latino-Americanos (Foto: VW/divulgação)

Exportados desde 1983, o Voyage foi VW Gacel (posteriormente Senda) ou Amazon em alguns países da América do Sul, Gol Sedan no México, além de VW Fox na América do Norte (EUA e Canadá) e regiões do Oriente Médio entre 1987 e 1993. O Parati foi VW Fox Wagon nas terras do Tio Sam, Pointer Station Wagon em alguns mercados da América Central e Gol Country na Argentina.

O Parati, ou, na Gol Country na Argentina (Foto: VW/divulgação)

VW Fox

Também conhecido como Lupo em alguns países, o nosso Fox chegou a ser exportado para a Europa (Foto: VW/divulgação)

Exportado para a Europa e América Latina de 2004 a 2011, fora do Brasil era chamado de Lupo ou até mesmo Fox, dependendo do país. Também esteve no México com esse nome, mas por um grande motivo: não ser propaganda política do então presidente do país, Vicente Fox. Todos os Fox exportados eram fabricados na planta-matriz de São Bernardo do Campo (SP), enquanto os veículos destinados ao mercado interno saíam de São José dos Pinhais (PR).

VW SpaceFox

Sempre renomeando carros brasileiros, os países vizinhos tinham o SpaceFox como Suran (Foto: VW/divulgação)

Para mercados do Chile, Uruguai e Argentina, foi vendido como VW Suran. Já no México, foi chamado de Volkswagen SportVan, enquanto na distante Argélia recebia o nome de VW Fox Plus. Foi vendido em todos estes mercados de 2006 a 2019.

VW up!

O pequeno up! tinha roupagem da Seat ou Skoda, como o Citigo da foto (Foto: Skoda/divulgação)

Lançado em 2011 no mundo e 2013 no Brasil, o então eleito melhor compacto nacional sobrevive no exterior em sua variação elétrica, o VW E-up!. Foi vendido também por outras marcas do grupo VW, como Skoda (Citigo) e Seat (Mii).

VW Polo

Chegou no Brasil em 1997 na terceira geração e só com carroceria sedan, importado da Argentina como Polo Classic, e começou a ser fabricado em nosso país apenas em 2002, já em nova geração. Vendido desde 1974 mundo afora, em outros países foi VW Polo G40, VW Derby e VW Polo Vivo, além de receber irmãos-gêmeos de outras marcas do grupo, como por exemplo Seat (Ibiza para o hatch e Cordoba para o sedan).

Em países emergentes, o Polo era também conhecido como Polo Vivo (Foto: VW/divulgação)

Hoje, em sua sexta geração no mercado mundial (segunda no Brasil), é considerado um dos carros mais modernos e mais seguros do mundo, e, graças a versão Track de entrada, pôde substituir o veterano Gol no mercado nacional.

VW Golf

Carro mais vendido da VW no mundo, foi lançado na Europa em 1974. Chegou no Brasil apenas na terceira geração e importado, em 1994. Seu nome original tem de origem um vento: Gulf Stream (corrente do Golfo), uma corrente marítima rápida e quente do Oceano Atlântico que tem origem no Golfo do México e chega à Europa. Nos EUA, os primeiros modelos foram vendidos como VW Rabbit, e, no México, como VW Caribe.

Já o tradicional Golf era batizado como Caribe no mercado mexicano (Foto: VW/divulgação)

Sua primeira geração também durou bastante tempo na África do Sul, onde foi fabricada de 1984 até 2009 e era chamado de CitiGolf (assim mesmo, tudo junto). A geração chamada MK4,5, vendida por aqui entre 2006 e 2013, foi exportada para o Canadá com o nome de City Golf. Enquanto isso, na China, ela também estava presente, mas com a mesma frente do Bora 2007. Não por acaso, seu nome no país asiático era…VW Bora.

A primeira geração do hatch médio da VW durou até 2009 na África do Sul, onde era o CitiGolf (Foto: VW/divulgação)

VW Fusca

O primeiro Fusca é um dos carros mais globais da história do automóvel mundial (Foto: VW/divulgação)

Sua estreia nacional foi em 1950 ainda importado, e a partir de 1953 era montado por aqui no regime CKD (“Completely Knocked Down”). A produção brasileira veio em 1959, com 54% de suas peças nacionalizadas. Foi o VW mais vendido daquele tempo, e adotou seu nome popular Fusca como oficial apenas em 1984.

Teve a produção encerrada por aqui em 1986, mas voltou a ser fabricado de 1993 a 1996 (os famosos “Fusca Itamar”). Mais uma vez foi relançado, desta vez importado e totalmente renovado (feito sobre a base do então Golf), como New Beetle em 1998. Por uma terceira e última vez, usou de novo em nosso país o nome Fusca de 2013 a 2019, sua última geração mundial.

Releitura do modelo originário da década de 30, o Fusca retornou ao Brasil em 2012 (Foto: VW/divulgação)

Fora daqui, teve muitos nomes: Bug ou Beetle (usado nos Estados Unidos), Vocho ou Sedán (México), KDF-wagen e depois Käfer (Alemanha, seu país original), Carocha (Portugal), Volla (África do Sul), Coccinelle (Bélgica, França e Haiti), Peta – “tartaruga” (Bolívia), Косτенурка (Kostenurka, “tartaruga”) na Bulgária, Baratinha (Cabo Verde), Weevil (Canadá), Buba (Croácia), Boblen (Bolha) na Dinamarca, Escarabajo ou Pichirilo (Espanha e parte da América Latina), Chrobák (Eslováquia), Hrošč (Eslovênia), Kakalardo (País Basco), Escarabat (Catalunha), Põrnikas (Estônia), Kotseng Kuba (literalmente “Carro Corcunda”), Pagong (tartaruga), Ba-o (tartaruga em Cebuano), Boks (Filipinas), Kuplavolkkari (Bolha) na Finlândia, Σκαθάρι (“Skathári”, besouro) ou Σκαραβαίος (“Skaravéos”, escaravelho) na Grécia, Cucaracha ou Cucarachita (“Barata” e “Baratinha”) na Guatemala, Cucarachita (“Baratinha”) em Honduras, Bogár na Hungria, Kodok (“sapo”) na Indonésia,عقروقة (“Ag-ru-ga”) no Iraque, Bjalla na Islândia, חיפושית (“Hipushit”, Besouro) em Israel, Maggiolino na Itália (também conhecido pelo apelido carinhoso de Maggiolone) e Vabalas na Lituânia.

VW Kombi

Type 2, ou T2, foi um dos nomes da “Velha Senhora” pelo mundo (Foto: VW/divulgação)

Importado no Brasil desde 1950, foi montado em modelo CKD (“Completely Knocked Down”) a partir de 1953 e, a partir de 1957, passou a ser oficialmente produzido no Brasil, com 50% de suas peças nacionalizadas. Saiu de linha em 2013 após 56 anos de produção ininterrupta, ainda na sua primeira geração. O nome “Kombi” (em alemão Kombinationsfahrzeug), quer dizer “veículo combinado” ou “veículo multiuso”. No mundo, também foi chamado de VW Transporter, Type 2 (ou simplesmente T2) e Combi.

VW Santana

Santana também pode ser chamado de Corsar no México (Foto: VW/divulgação)

Chegou no Brasil em 1984, e era a segunda geração do VW Passat alemão. Como o Passat vendia bem no Brasil, foi escolhido o nome utilizado em outros países. Coexistiu com a primeira geração até 1988, ganhou independência em 1991 quando sofreu alterações no projeto original, ganhando inclusive um irmão com logo Ford nos tempos da Autolatina (Versailles). Voltou a coexistir com o Passat de quarta geração a partir de 1994 (importado).

O Santana foi produzido na Alemanha, Espanha, África do Sul, Japão (sob a marca Nissan), Brasil, Nigéria, México, Argentina e China. Teve outros batismos como Corsar no México, Carat na Argentina e Quantum nos EUA (era sim o mesmo nome da station Brasileira). Na China, teve variação no entre eixos e ganhou os nomes de Santana, Santana 2000 e Santana 3000, se mantendo em produção até hoje no país asiático pela Shangai Volkswagen, nas versões sedan, hatch e Cross, claro que em uma nova geração, utilizando base MQB e com linhas semelhantes a dos Jetta mais modernos. A primeira geração se despediu do mercado brasileiro em 2006, mas durou na China até 2013.

A primeira geração esteve em linha na China até 2013, mas já há uma segunda, mais moderna, que usa base MQB (Foto: VW/divulgação)

Ford Maverick

Durante a crise do petróleo, o Ford Maverick ganhou o clone Mercury Comet (Foto: Mercury/divulgação)

O rival do GM Opala, fabricado pela Ford no Brasil entre 1973 e 1979, também teve seu equivalente feito pela extinta Mercury, que era propriedade da marca do Oval Azul. O Mercury Comet foi fabricado do início dos anos 70 até 1977 nos EUA, e por lá convivia com o irmão-gêmeo Ford Maverick. Ambos cumpriam o papel de sedan de entrada nas suas respectivas marcas, suprindo a necessidade de carros mais econômicos nos tempos da Crise do Petróleo.

Ford Versailles

Também na Argentina, o Ford Versailles virava Galaxy (Foto: Ford/divulgação)

Irmão-gêmeo do Santana, o Versailles nasceu usando a plataforma VW em 1991, e foi vendido na argentina como Ford Galaxy. Saiu de linha por aqui em 1996.

Ford Galaxy

Enquanto isso, na Europa, existia outro Ford Galaxy: Uma minivan familiar que tinha um irmão-gêmeo feito pela VW (Foto: Ford/divulgação)

Além do Versailles vendido na Argentina, Galaxy também é o nome de uma minivan de porte médio-grande da Ford produzido em Portugal na fábrica da AutoEuropa, em Palmela. A Galaxy, inclusive, tinha um clone com a marca da Volkswagen, chamada de Sharan.

Ford Ka

Ka por aqui, Figo na Índia (Foto: Ford/divulgação)

Lançado em 1996 no mundo e em 1997 no Brasil, sempre usou seu nome original. No exterior, chegou a usar a plataforma do Fiat 500 e, na geração seguinte (terceira, de projeto brasileiro) adotou também o nome Ka+ (pronunciado Ka Plus) em sua versão hatch. Por aqui, esse nome batizou a carroceria sedã do modelo até 2018. Também pode ser o Ford Figo na Índia e tem uma versão três-volumes encurtada que atende por Figo Aspire. Saiu de linha no Brasil em 2021 quando a marca fechou suas fábricas.

Nas terras do Taj Mahal, a Ford desenvolveu um Ka Sedan encurtado, chamado de Figo Aspire (Foto: Ford/divulgação)

Nissan Versa

O Versa mudou de nome até aqui no Brasil, após a chegada da sua nova geração (Foto: Lucca Mendonça)

Na Ásia, é chamado de Nissan Almera, enquanto no Japão é Latio e na Índia é Sunny. Quando ganhou uma nova geração no Brasil, a antiga passou a se chamar V-Drive, descontinuada pouco tempo depois.

Honda Fit

A bem da verdade é que o mercado brasileiro é um dos únicos que chama o monovolume da Honda de Fit (Foto: Honda/divulgação)

Na Europa, Oceania, Oriente Médio e África, o Honda Fit é chamado de Jazz, seu nome original. Saiu de linha no Brasil no final de 2021 após três gerações, dando lugar ao inédito City hatch.

Renault Logan

Graças a união das duas marcas, o Renault Logan também foi Nissan Aprio em alguns mercados (Foto: Nissan/divulgação)

Lançado no Brasil em 2007 pela Renault (2004 no restante do mundo), foi projetado pela Dacia na Europa, onde usava o mesmo nome. No México, pode ser o Nissan Aprio, enquanto no Oriente Médio usa o nome de Renault Symbol (que, não por acaso, foi usado em um sedan vendido por aqui no final dos anos 2000 e também no Clio Sedan da Argentina).

Renault Duster

Outro que ganhou versão da Nissan: O Duster, ou, nesse caso, Terrano (Foto: Nissan/divulgação)

O SUV acessível da Renault estreou no mercado nacional em 2011, e, assim como o Logan, é um projeto da Dacia. Os dois, inclusive, compartilham plataforma e mecânica. Assim como o Logan, o Duster também ganhou sua versão da Nissan, chamada de Terrano, vendida na Índia, Rússia e países emergentes da Europa. O Duster ainda se mantém em produção no Brasil, mas, em contrapartida, seu irmão-gêmeo da Nissan deu lugar ao Kicks, que também é vendido por aqui.

Nissan March

Os Nissan com cara de Renault também existiram, como o Pulse (Foto: Renault/divulgação)

Lançado originalmente na Europa e no Japão como Micra, o hatch da Nissan chegou ao continente americano como March, evitando piadinhas devido suas dimensões compactas. O modelo também é vendido como Renault Pulse na Índia.

JAC T40

Além do T40, ou S2, toda a linha de SUVs da JAC recebe sua versão Refine (Foto: JAC/divulgação)

Os SUVs a combustão da JAC eram vendidos no Brasil com nomes diferentes daqueles usados na China. Por lá, eles adotam o nome Refine seguido pelo seu posicionamento: o T40 é Refine S2, T50 é Refine S3, T60 é o S4, T80 é o S7 e por aí vai.

A lista de carros que trocaram de identidade é grande, muito maior que esta que escrevi, e há casos curiosos de modelos que voltam a adotar os nomes ditos originais com o passar dos anos. Bons exemplos: VW Jetta, que no Brasil virou VW Bora e depois adotou seu nome original, ou Hyundai Tucson, que foi renomeado para IX35 na segunda geração e novamente Tucson na terceira.

O nosso IX35, na realidade, era a segunda geração do Tucson, e até conviveu com seu antecessor por alguns anos (Foto: Hyundai/divulgação)

Não posso deixar de citar também os carros que trocaram de marca, como o Dodge Polara. Com base no Hillman Avenger GT comercializado na Inglaterra e Estados Unidos, foi lançado no Brasil em 1973 como Dodge 1800, e passou a se chamar Polara a partir de 1976. Saiu de linha em 1981, dois anos depois da compra da Chrysler do Brasil pela VW. Na Argentina, deixou de ser Dodge Polara em 1981 e foi fabricado de 1982 a 1990 como VW 1500.

O Dodge Polara, vendido também no Brasil, mudou de nome para VW 1500 a partir de 1981 (Foto: VW/divulgação)

Quando você for assistir a um filme, ou mesmo viajar para o exterior, tenho a certeza que prestará mais atenção nos carros que ver rodando por aí. Faz anos que faço isso, e achava muito curioso ver os GM Monza Hatch 4 portas (Opel Ascona) na série Mr.Bean quando criança.

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Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em comunicação e MKT e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua como BPO, e há 20 anos, ajuda pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. Tem por missão levar a informação de forma simples e didática. É criador do canal Autos Originais e colaborador em outras mídias de comunicação.