Nova Ford Ranger 2024 será igual, melhor ou pior que a atual?

2023 é o ano que uma novíssima e inédita geração da picape Ranger chegará ao Brasil, como já foi confirmado pela Ford, que ainda detalhou que ela virá no primeiro semestre do ano. Ou seja, está para chegar, e com visual que deve agradar a grande maioria dos picapeiros, já que segue a cartilha da icônica Série F. Será um aposento mais que merecido para a atual geração, chamada de T6, que tem projeto do final dos anos 2000 e foi lançada em 2012.

Ranger atual finalmente será aposentada (Foto: Lucca Mendonça)

Mas, pelo menos, ela evoluiu bastante e não parou no tempo como algumas concorrentes: a Ranger mudou bem seu visual, recebeu novo interior, itens requintados e tecnologias de carros de luxo, tudo sobre o mesmo chassi e envolto na mesma “casca” básica de 2012. Isso leva à dúvida: se a atual geração é assim tão boa mesmo com mais de uma década de estrada, seria a próxima Ranger uma picape ainda melhor? Teoricamente sim, pelo menos entendendo que um carro ganha nova geração para se superar. Veremos…

Apesar de manter alguma coisa da atual no chassi e concepção mecânica (suspensões, por exemplo), a Nova Ranger 2024 mudou em muita coisa, desde reforços estruturais, adaptação para eletrificação, aumento de rigidez torcional do conjunto, isso sem contar na carroceria e caçamba completamente novas por cima disso. Ah, e claro, os bons e velhos motores Duratorq atuais serão substituídos por outros mais modernos, fortes, econômicos e amigos do meio ambiente. Curioso é falar do projeto dessa nova geração…

Ford Ranger e VW Amarok: um “revival” da Autolatina

Tal como aconteceu por aqui entre o fim dos anos 80 e início dos anos 90, Ford e Volkswagen se juntaram para gerar alguns frutos. Mas, nesse caso, é basicamente para desenvolver as novas picapes, que já estão prontas. Ou seja, a segunda geração da VW Amarok é uma espécie de irmã-quase-gêmea da Nova Ranger, já que as duas vieram do mesmo projeto e se parecem no design. A diferença é que essa Nova Amarok, se chegar ao Brasil, deve demorar bastante.

Ranger 2024 será irmã quase gêmea da Amarok (Foto: Ford/divulgação)

Mecânica

Na Austrália, onde a picape foi parcialmente desenvolvida e lançada em 2021, existem dois motores turbodiesel diferentes. O primeiro, um 2.0 16v de quatro cilindros, pode ter uma ou duas turbinas, enquanto no topo da gama há um grandalhão V6 de 3.0 litros. Por enquanto não se sabe se as três opções chegarão ao Brasil, mas só os motores 2.0 já superam os atuais em potência e torque: o monoturbo rende 170 cv de potência e 41,3 mkgf de torque (mais que os 160 cv e 39,3 mkgf do 2.2 Duratorq) e o biturbo entrega 209 cv de potência com 51 mkgf de torque (contra os 200 cv e 48 mkgf do 3.2 Duratorq).

Lembrando que esse 2.0 de quatro cilindros é o EcoBlue, que já está na Transit. O V6 também é Ford, vindo da F-150, produzindo 250 cv de potência e mais de 61 mkgf de torque. Haverá opção da transmissão manual de seis marchas para as versões mais baratas, destinadas ao trabalho, e as mais caras trarão a caixa automática de 10 marchas que faz sucesso no Mustang. Também na Austrália, as versões 2.0 monoturbo podem ser 4×2 (traseira) ou 4×4 (com reduzida), enquanto as biturbo e V6 são 4WD (tração integral permanente).

Tamanho

Por conservar a base mecânica, a Nova Ranger não pôde crescer muito no comprimento. A melhora é significativa na largura e altura, o que também garante maior espaço interno na nova geração, isso sem contar na distância entre-eixos aumentada em 5 cm. A nova picape tem 5,37 m de comprimento (5,35 m na atual), 1,92 m de largura (1,86 m na atual), 1,88 m de altura (1,82 m na atual) e 3,72 m de entre-eixos (3,22 m na atual). Suas novas linhas quadradonas e com conjunto óptico grande fazem ela parecer maior do que realmente é.

Capacidades e caçamba

Com peso em ordem de marcha próximo dos carros atuais, as Novas Ranger também mantém a tonelada de capacidade de carga máxima numa configuração mais completa com motor V6, que, de certa fora, se aproxima da atual Limited 3.2. Para efeito de comparação, na versão XL de cabine simples, a atual consegue transportar exatos 1.234 kg, enquanto a nova cresce para 1.271 kg. Subiu ainda a capacidade de reboque, que na atual geração não passa dos 2.800 kg, ficando abaixo dos 3.500 kg prometidos pela nova em todas as versões.

Falando de caçamba, por acompanhar a carroceria mais larga, podemos esperar um compartimento mais largo e, também de acordo com o aumento de altura de todo o carro, mais alto.

Tecnologia e segurança

Por mais que ofereça itens como piloto automático adaptativo, alerta de saída de faixa ativo, frenagem autônoma de emergência e comutação automática do farol alto como itens de segurança na atual geração, além de toda a concierge da multimídia de 8”, a Ranger atual fica devendo em vários pontos quando comparada com a próxima geração. Um deles é o painel de instrumentos, hoje parcialmente analógico, que será substituído por outro totalmente digital e de tela grande.

Falando de multimídia novamente, a tela do novo aparelho passa a ser na vertical e pode chegar a generosas 12”, além de contar com recursos modernos do Ford Sync 4. Haverá ainda itens como freio de mão eletromecânico, função Auto Hold, seletor de modos de condução, alavanca de transmissão automática tipo joystick e acabamento mais refinado. Adicionais como sistema de som assinado, por exemplo, também poderão estar na novidade vendida no Brasil, que logo começa sua tradicional produção argentina.

A Nova Ranger, claro, ainda deverá oferecer assistentes de condução em mais versões (hoje existem só na Limited mais cara), fora melhorias nos sistemas já existentes e incorporação de funções aprimoradas. Destaque ainda para os nove airbags que estarão nas versões mais caras, protegendo os cinco ocupantes. A atual tem, no máximo, sete bolsas. Lembrando que todo esse conteúdo é baseado nas configurações mais completas.

Versões

O que também é fácil de saber, após flagras de unidades em testes, são as versões a serem oferecidas inicialmente: confirmadas, XL como opção de entrada (como já acontece hoje), passando pela XLT como uma intermediária, até chegar na Limited, que hoje é topo de linha mas pode perder esse “cargo” para a Platinum, ainda inédita por aqui. Outras, como XLS, ainda não estão confirmadas nem descartadas, bem como séries diferenciadas (Black, Storm, FX4 etc).

Foto: Ford/divulgação
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Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.