O que um jogo de pneus novos é capaz de fazer pelo seu carro

Nunca é demais falar que os pneus são o único ponto de contato do carro com o piso, por isso a sua fundamental importância na performance do veículo. Na medida que vão sendo usados, os pneus não apresentam desgaste absolutamente iguais. Dependendo da posição que estão no veículo e no percurso que o motorista faça com frequência, você pode ter um maior desgaste, até mesmo com irregularidades, nos pneus do lado direito ou esquerdo, e as vezes nos dianteiros ou traseiros. Tudo depende também das características técnicas de tração de cada carro.

Hoje os carros pequenos e médios, em sua grande maioria, têm a tradicional tração dianteira, ou seja, o desgaste mais acentuado fica nos pneus da frente. Eles que têm a função de tracionar o veículo nas arrancadas, segurá-lo nas frenagens (quando há transferência de peso do eixo traseiro para o dianteiro), e, finalmente, os pneus da frente são os responsáveis por dar a direção ao veículo. Claro e sem dúvidas que eles se desgastam muito mais do que os traseiros, que são apenas puxados pela tração dianteira e pouco trabalho fazem nas mudanças de direção e frenagens.

Os pneus da frente sempre trabalham mais que os de trás (Foto: Lucca Mendonça)

Quando um modelo de carro possui tração traseira, há uma ligeira redução no trabalho dos pneus dianteiros, que ficam apenas com a direção e frenagens. Os traseiros se encarregam da tração. Nessa configuração, há um equilíbrio maior no desgaste dos quatro pneus.

Mas o fato é que os pneus se desgastam e, o que é pior, eles envelhecem, tornando-se duros e pouco flexíveis. Com o passar do tempo, eles correm até mesmo o risco de romperem a estrutura lateral, ou, dependendo da pressão utilizada e da forma de trabalho, podem estourar totalmente. Isso geralmente ocorre quando o pneu é muito velho, com mais de 7 ou 8 anos de uso. A recomendação dos principais fabricantes do ramo (Pirelli, Goodyear, Continental, Michelin etc.), é a de que eles devem ser substituídos a cada 5 ou 6 anos, mesmo que a banda de rodagem apresente bastante borracha ou independente do quanto eles rodaram.

A data de fabricação sempre está marcada no pneu no formato semana/ano. Na foto, um pneu fabricado na terceira semana de 2013 (Foto: Sailum Pneus)

Claro que outros fatores também fazem a diferença para o desgaste da sua estrutura, como calibragem errada (tanto para mais quanto para menos), exposição constante e diária ao sol ou contato com produtos químicos que podem comprometer a carcaça a longo prazo. A verdade é que os pneus devem ser trocados periodicamente, mesmo que ainda tenham boa aparência. Esse cuidado garantirá sua segurança e de sua família, principalmente em viagens mais longas ou uso intenso (táxi, carros de aplicativo e por aí vai), onde os pneus têm que rodar por mais de 200 ou 300 quilômetros por dia.

Mesmo que você não perceba, pneus com desgaste desigual ou irregular, e endurecidos pelo tempo, vão causar um rodar ruidoso e áspero em qualquer tipo de automóvel, o que penaliza suspensões, buchas e amortecedores. Além disso, o sistema de direção fica mais duro e tende a puxar para o lado (direito ou esquerdo, dependendo da situação).

Quando a decisão de comprar um jogo de pneus novos é tomada, independente da marca, certamente esse será o correto a se fazer. Os pneus devem ser sempre substituídos em seu conjunto (4 unidades), ou, na pior das hipóteses, aos pares, que deverão ser sempre montados em um mesmo eixo. A preferência é para a troca dos pneus do eixo dianteiro, onde se concentra a direção, maioria da frenagem e, em boa parte dos carros, também a tração.

Como os pneus dianteiros trabalham mais, eles devem ser prioridade na hora da troca (Foto: reprodução/blog.pneu1)

O tal jogo de pneus novos volta a deixar um automóvel com um rodar exatamente igual no diâmetro, largura e desgaste, com um composto de borrachas novas e flexíveis, que garantirão mais conforto e silêncio ao rodar. Uma estrutura, ou carcaça, como chamam alguns, segura e confiável para transitar em qualquer tipo de situação (pisos irregulares, muitos quilômetros seguidos e velocidades mais altas), sem risco de ruptura ou estouro da estrutura por fadiga.

São só vantagens. Pra quem tem um carro com 50 ou 100 mil quilômetros de uso e teve a oportunidade de montar um bom jogo de pneus novos nele, sabe que a sensação é a de que o carro está novo de novo, tamanha a melhora no rodar. E essas diferenças positivas podem se refletir até mesmo em um menor consumo de combustível pelo equilíbrio do novo conjunto no veículo.

Outra dica valiosa é a de nunca usar pneus diferentes em um mesmo eixo, e, claro, procure não fazer um jogo com marcas diferentes. Isso certamente vai aumentar o índice de desgaste do conjunto, e comprometer a flexibilidade e aderência. Os efeitos negativos disso tudo na condução do veículo são grandes, por isso utilize sempre pneus de marcas/medidas iguais no conjunto.

Isso só não é possível quando o seu carro tem medidas diferentes no eixo dianteiro e traseiro (normalmente modelos esportivos), mas, de qualquer forma, siga sempre as recomendações do fabricante do seu veículo quanto a substituição desses componentes e de sua calibragem, nunca esquecendo que é sempre bom um ligeiro aumento na pressão dos pneus quando se vai viajar muitos quilômetros seguidos em rodovias. E aí, não é hora de trocar os pneus?

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Jornalista na área automobilística há 48 anos, trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e na Revista Motor Show por 24 anos, de onde foi diretor de redação de 2007 até 2016. Formado em comunicação na Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e os Mil Quilômetros de Brasília em 2004, além de ter participado em competições de várias categorias do automobilismo brasileiro. Tem 67 anos, é casado e tem três filhos homens, de 20, 31 e 34 anos.