(Lançamento) Honda CR-V volta híbrido e cheio de tecnologia, mas o preço assusta

Um dos SUVs mais longevos do mercado nacional, o Honda CR-V está de volta depois de algum tempinho fora de linha, esperando sua sexta geração (temos ele por aqui desde a primeira). Como grandes novidades, uma inédita motorização híbrida, o que garante a ele o sobrenome e:HEV, além de bastante tecnologia embarcada, mas no bom e velho formato SUV de sempre: com porte médio-grande, bom espaço interno, porta-malas generoso e praticidade a bordo. O que assusta um pouco é seu preço, de R$352.900 para a versão única disponível no mercado nacional, chamada de Advanced Hybrid AWD.

Embora rivais como Toyota RAV4 Hybrid ou Jeep Compass 4XE custem quase o mesmo que o novo Honda, devemos lembrar de outros SUVs similares com preços bem mais interessantes, a exemplo do GWM Haval H6 HEV (R$216 mil), BYD Song Plus DM-i (R$230 mil), Caoa-Chery Tiggo 8 PHEV (R$240 mil, com sete lugares), sem contar o Ford Bronco AWD, que, mesmo não sendo híbrido como os demais, é bom de briga por cerca de R$252 mil.

Mas, valores a parte, o Novo CR-V tem muito a oferecer nessa inédita geração, que compartilha a plataforma eletrificada com o Civic e:HEV: além da maior rigidez torcional do monobloco (+15%), o novo SUV da Honda ostenta linhas menos caretas e insossas, apostando até em certa esportividade. Elas ainda remetem um pouco as gerações passadas, por uma questão de tradição, mas elementos como grade, faróis e rodas, por exemplo, seguem a mais recente identidade visual da marca japonesa. Sem contar no aumento de tamanho da nova carroceria se comparada a anterior: o CR-V 2024 cresceu 11 cm no comprimento (4,70 m agora), 3 cm na altura (passou a 1,69 m), 1 cm na largura (1,87 m totais) e importantes 4 cm na distância entre-eixos (chegando a 2,70 m), o que significa um maior espaço interno.

Por dentro, pela primeira vez, ele abandona a alavanca de transmissão junto ao painel (ou na coluna de direção, como em seus primórdios), em prol de um console central elevado e inteiriço. Sua cabine, aliás, é quase que inteiramente emprestada do Civic, o que inclui o painel de instrumentos digital de 10,2”, multimídia flutuante de 9”, sistema de som assinado pela Bose, entre outros. De quebra, graças as dimensões mais generosas, o porta-malas do SUV chega agora a 581 litros de capacidade, bem superiores aos 522 litros da geração passada, e a tampa do compartimento tem abertura/fechamento elétricos.

Mecanicamente, seguem as suspensões independentes nas quatro rodas, eixo traseiro multilink, e freios a disco nas quatro rodas, em um acerto que privilegia a segurança e o conforto. A propulsão híbrida promete eficiência, assim como no Civic: debaixo do capô vai um 2.0 16v a gasolina de aspiração natural e ciclo Atkinson (147 cv de potência e 19,4 mkgf de torque), que trabalha quase sempre como gerador, a não ser que seja selecionado o modo Engine Drive, quando o carro passa a ser movido apenas pelo 2.0 16v. Além dele, há ainda o modo Electric Drive, que roda o máximo possível no modo elétrico até as baterias se esgotarem (aí entra o 2.0 como gerador), e o Hybrid Drive, que mescla as duas motorizações para o melhor uso do conjunto.

Junto do 2.0 a gasolina estão dois motores elétricos, ambos acoplados a transmissão automática eCVT. Aliás, a caixa eCVT tem duas marchas simuladas, sendo uma para as baixas e outra para as médias e altas velocidades, e carrega junto dela um motor elétrico mais poderoso, que serve para tracionar as rodas, e outro menor, operando apenas como auxiliar elétrico (uma espécie de alternador grande). Apesar de a Honda não falar em potência e torque combinados entre eletricidade e combustão, a propulsão elétrica tem outros 184 cv e 34,2 mkgf. O conjunto ainda inclui uma pequena bateria de tração (menos de 1,5 kWh), uma central eletrônica que comanda tudo isso, e no CR-V, um sistema de tração integral permanente (AWD).

Foto: Honda/divulgação

Graças a essa tecnologia AWD, que entrega força as rodas de trás através de uma pequena caixa de transferência ligada ao diferencial traseiro, o SUV da Honda pode trabalhar com uma distribuição de torque de até 50/50 entre dianteira e traseira, com controle individual da força em cada roda feito automaticamente por sistemas eletrônicos. Ainda assim, o CR-V 2024 não é um carro off-road, tanto que opta pelo conforto dos pneus urbanos, e tem só cerca de 20 cm de altura livre do solo. A Honda brasileira não fala em números de aceleração ou desempenho, mas, segundo dados oficiais de outros mercados, são cerca de 9,5 segundos no 0 a 100 km/h, com máxima de 194 km/h.

Falando em eficiência energética, ainda que seja um utilitário grandalhão e pesado, de mais de 1.800 kg, por conta da tecnologia híbrida é possível chegar aos 14,2 km/l na cidade e 11,6 km/l na estrada segundo as medições do INMETRO, o que garante alcance máximo de mais de 750 km quando o tanque de 53 litros está cheio de gasolina.

Nessa versão Advanced Hybrid AWD (que, na realidade, é o conhecido pacote Touring, só que com outro nome), a novidade já traz itens como teto-solar, head-up display de 5,2”, 10 airbags, bancos em couro, bancos dianteiros com ajustes elétricos, conexão com smartphone via app MyHonda Connect, conjunto óptico full LED, banco traseiro corrediço e com encosto regulável, ar-condicionado automático digital dual zone, rodas de liga-leve escurecidas aro 19, retrovisor interno fotocrômico borderless, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sistema Lane Watch (câmera externa para eliminar pontos-cegos), piloto automático adaptativo com função anda e para, alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, alerta de saída de faixa ativo, sistema de manutenção em faixa, farol alto com comutação automática, seletor de modos de condução (ECON, Normal e Sport), iluminação interna em LED, entre outros.

O Novo Honda CR-V Advanced Hybrid AWD, que é da linha 2024 e chega importado diretamente da Tailândia, tem duas garantias separadas: uma, de 3 anos sem limite de quilometragem, vale para sua carroceria, interior, mecânica e motor a combustão, enquanto outra, de 8 anos ou 160 mil km, garante os dois motores elétricos mais a bateria de tração. São cinco opções de cores para o SUV: Preto Cristal e Branco Topázio (perolizadas), Prata Platinum, Cinza Basalto e Azul Astral (metálicas), que, dependendo, podem ser combinadas com dois tons internos (cinza claro ou preto).

Compartilhar:
Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.