(Lançamento) Citroën C3 Aircross chega com motor turbo e câmbio automático de série por R$110 mil
By Lucca Mendonça
1 de dezembro de 2023
Com a alcunha de “lançamento mais aguardado de 2023”, dada pela própria Citroën, estreia o novo C3 Aircross. O projeto, já bastante detalhado pelo Carros&Garagem nessa outra matéria, agora já pode ser comprado pelo consumidor, mas primeiro só nas versões de cinco lugares. Os carros com três fileiras de assentos vêm depois. Curiosidade: a fabricante francesa chama a novidade de “SUV do segmento B”, porém, a bem da verdade é que o novo C3 Aircross é uma pura minivan familiar, tal qual sua arquirrival Chevrolet Spin (que também está na seção de SUVs da linha da GM brasileira).
E tomar vendas da Spin, aliás, é a grande missão do novo Aircross, por isso a Citroën arrojou no preço, por enquanto referente a compra online: a versão de entrada Feel T200 AT, já com motor turbo e câmbio automático de série, custa R$110 mil. Para efeito de comparação, uma Spin básica, de cinco lugares, com transmissão manual e sem nem rádio, não sai por menos de R$105 mil. A linha do C3 Aircross ainda engloba a versão Feel Pack T200 AT (R$120 mil) e a topo de linha Shine T200 AT (R$130 mil). As que levam sete passageiros são as mesmas, só que recebem o sobrenome “7” (C3 Aircross 7 Shine T200 AT, por exemplo). Os preços delas serão divulgados posteriormente.
O C3 Aircross é um irmão direto do C3 hatch, com o qual compartilha a plataforma modular CMP, a concepção mecânica (freios, direção e suspensões, claro que recalibrados e com adaptações, como a maior bitola), linhas dianteiras, desenho da cabine e diversas peças e componentes. Apesar do projeto básico indiano, como o do C3, o inédito Aircross sai da planta de Porto Real (RJ), e já conta com mais de 75% dos componentes feitos na América do Sul. Ele é o segundo produto da série C-Cubed, que começou com o C3 hatch, e deve contar ainda com um SUV coupé, nos moldes de um Fiat Fastback mais enxuto, possivelmente.
A Citroën decidiu não apostar no veterano motor 1.6 16v EC5 para o Aircross. Todas as versões da novidade são movidas pelo moderno 1.0 turboflex GSE, com três cilindros, doze válvulas, tecnologia MultiAir e injeção direta de combustível. Já encontrado nos Fiat Pulse e Fastback, o motor T200 entrega ótimos 125/130 cv de potência (gasolina/etanol) com até 20,4 mkgf de torque. A transmissão manual de cinco marchas também ficou de fora dos planos da Citroën para com sua nova minivan: desde a versão de entrada, o C3 Aircross usa um câmbio CVT com simulação de sete velocidades e opção de “trocas de marchas” manuais.
Com isso, sobra para o Citroën um bom desempenho: a fabricante fala em 9,7 segundos no 0 a 100 km/h e máxima de 191 km/h quando abastecido com etanol, pelo menos para as versões de cinco lugares, que rondam os 1.200 kg. Por outro lado, são só 47 litros de capacidade do tanque de combustível, o que limita seu alcance em viagens mais longas, por exemplo.
Seu porte é um pouco menor que o de uma Spin, para efeito de comparação: o Citroën tem 10 cm a menos no comprimento (4,32 m no total), 2 cm a menos na largura (1,72 m no total), e outros 2 cm a menos na altura (1,65 m no total), ganhando no entre-eixos de 2,67 m. Nessas carrocerias de cinco lugares, o porta-malas do C3 Aircross fica um pouco abaixo dos 500 litros, bem inferior ao da Chevrolet, que acomoda colossais 710 litros de bagagens. Em contrapartida, vantagens do Citroën C3 hatch foram mantidos nesse Aircross, como os 20 cm de altura do solo (mesma de alguns SUVs como o Nissan Kicks), e generosos ângulos de ataque e saída, que ajudam na transposição de obstáculos.
No quesito comodidade, a Citroën destaca ainda a praticidade do interior do novo modelo, que tem mais de 15 porta-objetos, portas USB inclusive para a terceira fileira nos carros de 7 lugares, sistema de ventilação exclusivo também para os carros com três fileiras de bancos (há uma peça única no teto, com saídas de ventilação e controle independente da velocidade do ventilador), entra-e-sai fácil dos últimos dois bancos graças ao rebatimento com molas a gás dos assentos laterais da segunda fileira, e até remoção completa dos dois bancos individuais da terceira fileira, que pesam só 8 kg cada.
E, no assunto conteúdo de série, ele já traz aquilo que é destaque no C3 hatch, mais alguns itens extras, como um melhor nível de acabamento da cabine, apoios de braço dianteiros, bancos com forração premium, airbags laterais, painel de instrumentos digital de 7”, sensores de estacionamento traseiros e rodas de liga-leve diamantadas de até 17” (a maioria a partir da versão intermediária, ou só na topo de linha). Para todas, há luzes diurnas em LED, multimídia de 10” com conexões sem fio, modo Eco/Sport de condução, monitor de pressão dos pneus (TPMS), ar-condicionado, vidros e travas elétricas (retrovisores elétricos, só a partir da intermediária), 6 alto-falantes, alarme etc.
As três versões do C3 Aircross têm como opcionais o protetor de cárter e protetor de soleira das portas em um pacote chamado Protection, além do item que a Citroën chama de “embelezador da grade dianteira”, que vem junto dos frisos laterais emborrachados noutro pacote chamado Design. A intermediária Feel Pack, com cinco ou sete lugares, pode ter ainda câmera de ré e faróis de neblina no pacote Comfort, mas a bonita pintura da carroceria em dois tons, com teto sempre branco, só pode ser adquirida na topo de linha Shine. Os preços dos opcionais não foram divulgados.
O Citroën C3 Aircross pode ser comprado, por enquanto, nas versões de cinco lugares, já que as de sete assentos chegam em breve (só aí divulgarão seus preços), e os valores citados ali em cima são válidos apenas na modalidade de compra online. São cinco cores possíveis para sua pintura: Branco Banquise, Preto Perla Nera, Cinza Artense, Cinza Grafito e Vermelho Rubi. A garantia de fábrica é de 3 anos sem limite de quilometragem.
