VW lança o crossover Nivus por R$86 mil: e agora T-Cross 200 TSI?


Talvez você estranhe o título, pensando “como um lançamento pode atrapalhar a vida de outro modelo superior da mesma marca?”, mas sim, isso acontece, e esse é um dos casos. O lançamento da Volkswagen, batizado de Nivus, chegou para preencher uma lacuna na linha da fabricante alemã: com o SUV compacto T-Cross (leia aqui o comparativo entre todas as suas versões) partindo de pouco mais de R$88 mil na versão 200 TSI com motor 1.0 turbo, câmbio manual de 6 marchas e lista de itens de série bem modesta, faltava algum pseudo-offroad que oferecesse mais conteúdo por um preço menor (e que tivesse um câmbio automático de série, como pede o mercado). Daí surgiu o Nivus, posicionado como utilitário esportivo de entrada da marca e categorizado como crossover coupé, por conta do caimento acentuado do vidro traseiro e pelo perfil baixo, estilo um tanto excêntrico que divide opiniões.
Derivado do Polo, de quem herda itens como o teto, portas dianteiras, parabrisas, entre outros, o Nivus compartilha também a base modular MQB A0 com o hatch, tendo os mesmos bons 2,56m de entre-eixos. A mecânica é única, e também conhecida em alguns outros VW: o econômico e ágil motor 1.0 TSI de 128cv e 20,4 mkgf de torque (etanol), aliado ao câmbio automático Aisin de 6 marchas. Segundo dados oficiais, com esse conjunto motor/câmbio, o Nivus faz de 0 a 100 km/h em 10 segundos e bate os 189 km/h de velocidade máxima. Para a proposta do carro, o desempenho está de muito bom tamanho.
E por falar em tamanho, quando comparado ao irmão maior T-Cross, o Nivus também é mais comprido (4,26 m contra 4,19 m), tem porta-malas bem maior (415 contra 373 litros, nada menos que 42 litros), e ambos tem praticamente a mesma largura (1,76 m do SUV compacto contra 1,75 m do irmão novato), mas ele perde quando o assunto é altura (1,57 m do T-Cross contra 1,49 m), e, principalmente, no entre-eixos (2,65 m contra 2,56 m do crossover coupé), isso porque o T-Cross usa a “versão alongada” da base A0, assim como o sedan Virtus, enquanto o Nivus compartilha exatamente a mesma plataforma do hatch Polo, que é menor.
Prometido para estar em todas as concessionárias VW do Brasil a partir de agosto, o novo crossover da VW chega em duas versões: Comfortline (R$85.890) e Highline (R$98.290), ambas trazendo de série alguns destaques como 6 airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, faróis de LED, saídas de ar-condicionado traseiras, entre outros. Além disso, a versão de entrada Comfortline ainda conta com rodas de liga-leve aro 16, sensores de estacionamento traseiros, multimídia de 6,5” com câmera de ré, volante multifuncional, e obviamente os triviais ar-condicionado, direção elétrica, conjunto elétrico (vidros, travas e retrovisores), entre outros.
A topo de linha Highline traz também o painel digital Active Info Display de 10,2”, sistema de frenagem autônoma emergencial, sistema Front Assist, piloto automático adaptativo (ACC), frenagem pós-colisão, detector de fadiga, ar-condicionado automático digital, sensores de estacionamento dianteiros, faróis de neblina em LED, rodas de liga-leve aro 17, sensores de chuva e crepuscular, bancos de couro sintético, chave presencial, além dos exclusivos volante com paddle-shifts vindo do Golf geração 8 alemão e central multimídia VW Play, desenvolvida totalmente no Brasil, com tela generosa de 10,1”, sem botões físicos e contando com diversas funções como conexão à internet, função de agendamento de revisões na rede autorizada VW, loja de aplicativos para download (podendo ser instalado Deezer, Waze e até iFood, por exemplo), 10GB de armazenamento disponível para arquivos gerais, várias formas de conexão com celular, etc.
Mas e os T-Cross 200 TSI, como ficam?

Mesmo o Nivus sendo de um segmento inferior ao de seu irmão T-Cross, ele é mais longo, tem (muito) mais porta-malas, e alguns bons equipamentos exclusivos, não disponíveis nem como opcionais no SUV compacto. Tudo isso custando menos. Para se ter uma ideia, o T-Cross 200 TSI, versão de entrada, custa pouco menos de R$89 mil (cerca de R$3 mil mais caro que o Nivus Comfortline), e vem com o mesmo motor 1.0 turbo do crossover, mas com o enorme porém do câmbio, que é manual de 6 marchas, e, além disso, esqueça os faróis de LED, saídas de ar-condicionado traseiras e central multimídia de 6,5”: nada disso é oferecido no T-Cross de entrada, que só leva vantagem por ter sensor crepuscular e entre-eixos maior. Se adicionarmos o câmbio automático de 6 marchas (que traz junto o piloto automático, central multimídia de 6,5” e paddle-shifts para trocas de marcha no volante), esse preço salta para pouco mais de R$96,5 mil, ou seja, apenas aproximadamente R$1.200 a menos que o Nivus Highline, infinitamente mais recheado de equipamentos e com acabamento superior.
Fora essa versão de entrada, o T-Cross ainda conta com a intermediária Comfortline 200 TSI, equipada com exatamente o mesmo conjunto motor/câmbio do Nivus, e menos “pelada” de equipamentos: já traz painel digital, ar-condicionado automático digital, iluminação ambiente em LED (painel e região dos pés), chave presencial, multimídia de 8”, seletor de modos de condução, entre outros. O preço dela? Exatamente R$110.260. Lembrando que, com exceção da multimídia, que provavelmente migrará também para o T-Cross em breve, os sistemas de frenagem autônoma emergencial, Front Assist, piloto automático adaptativo e detector de fadiga ainda são exclusividade do Nivus.
No final, a não ser que você faça questão dos 9 cm a mais no entre-eixos e um teto um pouco mais alto, o Nivus acaba sendo uma opção muito mais lógica, e acaba tendo uma relação custo X benefício muito mais atraente, tanto na versão Comfortline quanto na Highline, quando comparado ao T-Cross nas configurações com motor 1.0 TSI. A história só muda quando falamos da versão Highline do SUV compacto, que já é equipada com o motor 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 mkgf de torque, com desempenho mais aguçado (e preço mais salgado). Mas, na dúvida, o melhor é ir de novidade e levar um Nivus pra casa.