Volkswagen T-Cross 200 TSI, Comfortline ou Highline. Qual comprar?

O T-Cross chegou em fevereiro para ocupar um segmento de bastante sucesso, mas que a Volkswagen estava fora: o de SUV’s compactos. O modelo é oferecido em três versões (200 TSI, Comfortline e Highline), duas motorizações (1.0 TSI com até 128 cv/20,4 mkgf de torque e 1.4 TSI com até 150 cv/25,5 mkgf de torque) e duas transmissões (manual e automática, ambas de 6 marchas).

O carro, no geral, é bastante espaçoso. Com porta-malas de até 373 litros e 4,20 m de comprimento, ele usa a mesma plataforma do Virtus, o que significa que ele possui os bons 2,65 m de entre-eixos do sedan: quem vai atrás não precisa se encolher, e quem vai na frente não precisa prensar os joelhos contra o painel. Nada de aperto para as pernas e bastante espaço para a cabeça, até porque o modelo também é alto por dentro.

Seu porta-malas tem 373 litros (fotos: Lucca Mendonça)

Além disso, soluções internas simples também acabam melhorando a sensação de espaço: o vão entre os bancos dianteiros e o assoalho é bem generoso, o que resulta em um bom lugar para acomodar os pés de quem vai atrás. Além de dar esse espaço extra ao passageiro traseiro, esse vão ainda pode servir como porta-objetos.

O modelo tem ótimo espaço interno (fotos: Lucca Mendonça)

Partindo de R$85 mil na versão de entrada com motor 1.0 TSI e câmbio manual de 6 marchas, ele chega até os R$110 mil na versão Highline com motor 1.4 TSI e câmbio automático de 6 marchas. Mas, além do preço, muita coisa muda entre essas versões. Confira um pouco de cada uma:

200 TSI – R$84.990 (manual) ou 94.990 (automático)

Essa versão de entrada do SUV simplesmente não tem nome: assim como acontece em outros modelos da VW, a configuração mais barata é identificada apenas por características do seu motor. Com visual simples e lista de equipamentos razoável, ela tem como destaque o motor 1.0 TSI, que rende 128 cv e bons 20,4 mkgf de torque.

Pesando pouco mais de 1.220 kg, o T-Cross 1.0 TSI manual chega aos 189 km/h de velocidade máxima e vai de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos de acordo com a Volkswagen. Um dos pontos positivos dessa mecânica é o consumo: na estrada, rodando a cerca de 100 km/h com gasolina, as médias ficaram na casa dos 18/18,5, bem positivas pra um carro desse porte.

Motor 1.0 TSI é o mesmo nas versões 200 TSI e Comfortline (fotos: Lucca Mendonça)

De série, além dos triviais ar-condicionado, direção elétrica e conjunto elétrico (vidros, travas e retrovisores), seus principais destaques são os 6 airbags, Isofix, controles eletrônicos de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, luzes diurnas de LED (DRL), faróis de neblina com função Cornering Light (as luzes acompanham o movimento de esterço das rodas), volante com ajuste de altura e profundidade, rodas de liga-leve aro 16, sensor de chuva, sensor de estacionamento traseiro, comandos de som no volante, entre outros.

Bem equipada, com bom desempenho e consumo baixo, essa versão de entrada peca pelo visual despojado demais (tanto interna como externamente), pelo acabamento simples e pela suspensão, que é muito dura e acaba prejudicando o conforto ao rodar. Com todos os opcionais e a pintura metálica, como o carro das fotos, essa versão chega aos R$88.100 (manual) ou 97.480 (automático).

Comfortline – R$99.990

Apesar de ter a mesma mecânica da versão de entrada, essa configuração intermediária passa a impressão de ser um carro muito superior: isolamento acústico, suavidade de rodagem, maciez de suspensão e até coisas como qualidade do sistema de som, tudo parece melhor nela. Afinal de contas, são R$15 mil de diferença entre as duas.

Além disso, ela ganha alguns bons equipamentos em relação a 200 TSI: ar-condicionado digital, banco do motorista com ajuste lombar, saídas de ar e duas entradas USB para o banco traseiro, apoio de braço central dianteiro, monitoramento de pressão dos pneus, sistema de frenagem pós-colisão, rodas aro 17, sensores de estacionamento dianteiros, paddle shifts para trocas de marchas no volante, central multimídia de 6,5” com conexões Android Auto/Apple CarPlay e câmera de ré, entre outros.

O lado bom dela também usar o motor 1.0 TSI é o consumo, que apesar do câmbio automático continua bom: andando também com gasolina e nas mesmas condições de medição da versão inferior (rodando em circuito rodoviário a cerca de 100 km/h), as médias rodeiam os 17,0/17,5 km/l. Com todos os opcionais e a pintura metálica, como o carro das fotos, essa versão chega aos R$112.090.

Highline – R$109.990

A configuração topo de linha Highline é a única que possui a motorização 1.4 TSI. Pesando 1.335 kg, os 150 cv e 25,5 mkgf de torque fazem o SUV chegar aos 198 km/h de velocidade máxima e levar apenas 8,7 segundos de 0 a 100 km/h, segundo a VW. Nesse caso vale a máxima “anda mais, come mais”: Nas mesmas condições de antes e também com gasolina, os números de consumo do T-Cross 1.4 TSI rodearam os 16,5/17 km/l.

Quando comparada com a Comfortline, a maior mudança da Highline é o motor. Mas, além dele, alguns equipamentos adicionais acabam aparecendo: além dos itens da Comfortline, estão presentes bancos de couro, retrovisor interno eletrocrômico, iluminação ambiente na área dos pés e painel, sensor crepuscular, detector de fadiga do motorista, chave presencial, sistema Start&Stop, entre outros.

Com todos os opcionais e a pintura perolizada, como o carro das fotos, essa versão chega aos R$128.630. Elogiável em vários pontos, o T-Cross peca principalmente no acabamento pobre, que abusa muito de plásticos duros, algo grave se considerarmos o preço máximo do carro, de quase R$130 mil.

Além disso, um detalhe chamou a atenção: quando equipado opcionalmente com teto solar, as luzes de leitura traseiras deixam de existir. A noite, enquanto toda a parte da frente da cabine se acende (luzes de teto, área dos pés, parte inferior do painel e até console central), a parte traseira fica totalmente as escuras, sem iluminação alguma. Um detalhe fácil de ser resolvido e que, certamente, fará muita diferença.

No resumo de tudo, tem T-Cross para todo tipo de gosto e bolso, afinal são quase R$44 mil de diferença entre a versão mais barata 200 TSI Manual sem opcionais e a topo de linha Highline com todos os pacotes disponíveis. Mas, não levando em conta o desempenho e focando no quesito custo X benefício, quem se sai melhor é, sem dúvidas, a Comfortline. Adicionando alguns opcionais, ela se torna uma excelente opção de SUV na faixa dos R$100 mil.

Mas se o desempenho superior do 1.4 TSI for prioridade na hora da compra, vá de Highline, que acaba saindo cerca de R$3 mil a menos do a Comfortline com todos os opcionais. A menos indicada é a 200 TSI, afinal, se ela for escolhida com câmbio automático e equipada com os opcionais (R$97.480), chega bem perto do valor da Comfortline básica (R$99.990).

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Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.