CAOA ainda guarda o último Hyundai Tucson…mas ele será leiloado!
Essa história guarda uma notícia boa, e outra nem tanto, que, pelo menos, tem um propósito digno. O SUV Hyundai Tucson é, sem dúvidas, o grande sucesso da Hyundai-Caoa em terras brasileiras. O motivo sempre esteve na boa relação custo X benefício, design que agradava a maioria, conjunto mecânico bem robusto e, claro, a pegada espaçosa e confortável que é exigência em qualquer utilitário médio como ele. O modelo fez tanto sucesso que chegou a conviver com seus dois sucessores, o IX35 (2ª geração) e o New Tucson (3ª geração).
Desde 2005, quando aportou por aqui, até 2018, ano em que saiu de linha, foram mais de 200 mil exemplares vendidos no mercado nacional. E para quem não se lembra, em 2010 o Tucson passou a ser feito na planta de Anápolis (GO), mesma que produz os atuais Caoa-Chery, aproveitando a ocasião para estrear também a variante flex do seu motor 2.0. O jingle dos comerciais do Tucson nacional na época, a música Fé Brasileira, do grupo Chiclete com Banana, ainda ecoa na cabeça de muitos por aí (“se liga Brasil, eu sou brasileiro…”).
As linhas de Anápolis foram as últimas a fabricar o Tucson de primeira geração no mundo. Em novembro de 2018, quando um último lote deles, de cerca de 500 unidades, foi produzido utilizando peças remanescentes, os velhos Tucson só existiam 0 km no Brasil. Curiosamente, eles já eram modelo 2019.
A Caoa, mostrando respeito a um de seus maiores sucessos, guardou de forma honrosa a última unidade daquele lote final: um Tucson preto metálico, com motor 2.0 16v flex de até 146 cv de potência e 19,6 mkgf de torque, transmissão automática de quatro velocidades, com interior em couro claro e equipado com todos os itens possíveis (incluindo uma multimídia touchscreen de 6”). Fazendo jus a piadinha que diz ser impossível diferenciar um Tucson 2005 de outro 2018, afinal ele nunca mudou no design, essa última unidade não tem nada de especial na aparência: é igual a maioria que roda por aí.
O tal carro seguiu guardado nas instalações da Caoa até o início desse 2024, ou seja, por quase seis anos até que…decidiram colocá-lo em um leilão! A ideia, aparentemente, não é amealhar grandes fortunas, até porque a pedida inicial na hasta não era grande, e hoje, passado quase um mês da abertura do lote, a oferta máxima ainda é de R$100 mil, conforme o site do leiloeiro (clique aqui para ver o anúncio completo). Não é muito mais do que um Tucson custava nas concessionárias quando 0 km em 2018: cerca de R$75 mil.
É difícil imaginar o motivo da decisão da Caoa de se desfazer de um carro tão importante e histórico para o grupo (desocupar espaço? Se desfazer do bem?). Mas, ao menos, a grana arrecadada no leilão vai ser revertida em doação para o Hospital do Câncer de Barretos, o chamado Hospital do Amor, e não deve cair nas contas da fabricante. No meio da estranha ação de se livrar do pobre Tucson, uma causa nobre.
Na descrição do anúncio do leilão, que segue aberto até o próximo dia 05 de abril as 11h00, é possível notar que o carro nunca foi usado: acumula apenas 52 km no odômetro, tem plásticos no assoalho, nenhuma marca de desgaste interno, protetores nos fechos dos cintos de segurança, guarda os tapetes acarpetados embalados no porta-malas (nunca foram instalados) e ainda usa os pneus Goodyear originais de fábrica, que também não mostram marcas de uso. Praticamente zero!
Chama a atenção apenas alguns detalhes da descrição: aparentemente, pelo que diz no anúncio, ele não possui mais o manual do proprietário original, e pode apresentar alguns riscos e marcas pela carroceria. Lá também informa que o Tucson pode não ter mais todas as ferramentas obrigatórias (macaco, triângulo, chave de roda etc.), mas o pneu estepe, sem uso, aparece em uma das fotos. No mínimo, curioso…