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A banda Rolling Stones foi formada em Londres em 1962 e é considerada um dos grupos musicais de maior sucesso de todos os tempos, com mais de 250 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Com Mick Jagger e Keith Richards desde 1962, Charlie Watts desde 1963 (falecido em 2021) e Ron Wood desde 1975, a carismática formação fez e ainda faz história, além de manter a cultura Rock viva.
Entre vários álbuns de sucesso, destaco o meu predileto Sticky Fingers de 1971 (ouça depois se puder), sem falar de vários singles que marcaram gerações como Satisfaction – Out of Our Heads (1965), Gimme Shelter – Let It Bleed (1969), Wild Horses – Sticky Fingers (1971), Angie – Goats Head Soup (1973), Miss You – Some Girls (1978), Start Me Up – Start Me Up / No Use in Crying (1981), além de You Got Me Rocking – Voodoo Lounge (1994). Este último foi parar na garagem de 12.000 brasileiros, e eu explico como.
A Volkswagen do Brasil lançava em meados de 1994 a nova geração do Gol, quando foi apresentada a linha 1995, usando a nova plataforma AB-9. Mesmo com o motor ainda disposto na posição longitudinal, tinha mais espaço interno, maior rigidez torcional e maior conforto, principalmente para os passageiros do banco traseiro.
Os Rolling Stones estavam em sua 18ª turnê pelo mundo, realizada de 1º de agosto de 1994 a 30 de agosto de 1995, e estiveram presentes na América do Sul, sendo no Brasil de 23 de janeiro a 7 de fevereiro de 1995, e na Argentina de 9 de fevereiro a 19 de fevereiro. Usando o sucesso do álbum da banda como tema, e o Gol em seu auge, a VW lançou no Brasil e na Argentina a edição especial intitulada Rolling Stones, com foco no Vodoo Lounge que o grupo divulgava na época.
No Brasil, o modelo foi baseado na versão CLi do Gol “bolinha” (plataforma AB-9), usando o motor AP-1600 com 76 cavalos e 12,3 kgfm, e era capaz de chegar aos 161 km/h de velocidade final. Acelerava de 0 a 100 km/h em 14,4 segundos e seu consumo de gasolina era de 10,4 km/l em circuito urbano e 14,2 km/l em circuito rodoviário. Excelentes marcas para um motor de 1,6 litro da época.
Com uma tiragem de 12.000 unidades, a versão dispunha de adesivos alusivos à versão na tampa do porta-malas e coluna C, acabamento com tecido diferenciado e rodas de aço dotadas de calotas integrais (as mesmas da versão CLi).
Trazia também como itens de série pneus 175/70R13, aquecimento interno, antena no para-brisa, toca-fitas Volksline Mid, desembaçador e limpador do vidro traseiro, um boné especial, além da fita k7 do álbum Voodoo Lounge. Foi oferecido nas cores preto, branco, vermelho e o lindo Azul Ametista.
Enquanto isso…
Na Argentina, o Gol Rolling Stones era baseado no GL “quadrado” (plataforma BX). Com o motor AP-1600 (lá chamado de “Motor Audi”), tinha 82 cavalos e 12,7 kgfm, capazes de levar o Gol rockeiro dos hermanos a 163 km/h de velocidade final. Fazia de 0 a 100 km/h em 12,8 segundos, e seu consumo de gasolina era de 9,6 km/l em circuito urbano e 15,3 km/l em circuito rodoviário. Compatíveis para um 1.6 carburado da época.
A versão também dispunha de adesivos alusivos à versão na tampa do porta-malas e coluna C e usava rodas de liga-leve diamantadas (as mesmas da versão GL). Trazia também como itens de série pneus 175/70R13 radiais, ar-condicionado, painel com conta-giros, antena no para-brisa, toca-fitas Volksline Mid, vidros laterais traseiros basculantes, parachoques parcialmente pintados da cor do veículo, além do kit especial contendo o mesmo boné e o Voodoo Lounge em fita K7.
Diferentemente da versão brasileira, o modelo argentino foi oferecido apenas na cor Azul Ametista, chamada por lá de “Azul Amatista”. Não há registros oficiais de quantas unidades foram fabricadas do tal Gol Rolling Stones argentino.
Fora de linha no Brasil desde 23/12/2022, o Gol foi o modelo mais vendido da história nacional, com mais de 8.500.000 de unidades e inúmeras versões especiais. Mas a Rolling Stones marcou por ser a primeira da plataforma AB-9 (bolinha) que ficou no mercado por 14 anos, ganhando título de colecionável. Muito valorizado no Brasil, o Gol rockeiro tem espaço cativo nas garagens dos amantes deste artilheiro. Já na Argentina, o modelo Rolling Stones é bastante raro, pois poucos sobraram para contar história.
