Veja como conservar seu carro de acordo com o tempo

Às vezes, há situações que precisamos deixar nossos carros parados por um período longo de tempo. Você pode até dizer que ‘período longo’ é algo bastante relativo. E realmente é. Para alguns, isso significa um mês, enquanto para outros, essa contagem só começa quando são superados os primeiros 12 meses. Mas quando o assunto é carro, os cuidados são diferentes.

No último caso, no período de 1 ano, os cuidados são bem mais profundos, pois esse período de inatividade pode comprometer profundamente o funcionamento do veículo. Em contrapartida, um mês de inatividade representa bem pouco para o carro e não chega a danificar quase nada.

1 mês

A gasolina ou o etanol do tanque perderão um pouco de sua eficiência, mas nada que dificulte a partida do motor. O ideal é deixar o veículo com o mínimo de combustível possível e abastecê-lo logo que volte a atividade, nesse caso com combustível novo. O óleo lubrificante não terá tempo de deteriorar, pois 1 mês é um período relativamente curto. Já o líquido de arrefecimento deverá estar com aditivação correta e no nível certo. Preferencialmente, a bateria não deve ter muito mais do que 2 anos de uso, para evitar que descarregue nesse período.

Os cuidados se estendem também aos pneus e a carroceria. No caso dos pneumáticos, para evitar sua deformação, o ideal é calibrá-los com 40 a 45 libras, dependendo do peso do veículo. A lataria deve ser lavada e, de preferência, encerada. Dependendo de onde o carro ficar estacionado nesse período, deixe pelo menos 2 dedos dos vidros dianteiros abertos para evitar umidade e mal cheiro no interior. Basicamente, é isso.

6 meses

Agora, se o carro ficar parado por até seis meses, os cuidados deverão ser maiores. Além das recomendações acima, seria bom que se colocasse no tanque uma gasolina premium, que tem um tempo de vida útil maior que as outras gasolinas comuns, ou um etanol com aditivo. A aditivação do combustível minimiza a oxidação ou a formação de algum tipo de laca, que pudesse prejudicar a bomba de combustível e o funcionamento posterior do motor.

O lubrificante certamente deverá ser trocado juntamente com seu filtro, assim que o carro voltar ao seu uso normal. A bateria, nesse período mais longo, deve ser desconectada para evitar que descarregue e se danifique de maneira irreversível. A carroceria deve ter sua pintura polida e encerada e, de preferência, o carro deverá ser coberto por uma capa que permita ventilação. Isso protegerá a lataria da poeira que, a longo prazo, danifica a pintura.

Mais de 6 meses

Se o veículo for ficar parado por mais de 6 meses, prepare-se para uma superproteção. Os procedimentos acima deverão ser mantidos e, além deles, outros cuidados adicionais garantirão a conservação de um carro inativo por tanto tempo.

Coloque o mínimo de combustível possível, seja gasolina ou etanol, mas sempre aditivado (se a inatividade for superior a 1 ano, o ideal é esgotar todo o sistema de alimentação). É importante que o veículo funcione com o combustível aditivado para que ele chegue a todos os componentes do sistema de alimentação. E esse combustível deverá ser reposto depois que o veículo voltar a funcionar. A pressão alta nos pneus deve ser mantida para evitar deformações futuras. Preferencialmente, o ideal seria que esse veículo fosse colocado sobre cavaletes, dando descanso a suspensão, pneus e rolamento das rodas.

A bateria deverá ser desconectada de seus dois polos e, preferencialmente retirada do seu local original e guardada em outro lugar, seco e fresco. A carroceria deve limpa, polida, encerada e coberta com uma capa que permita ventilação. O interior também deverá estar limpo e, preferencialmente, com um desumidificador que se encarregará de tirar a umidade e o mal cheiro.

Aqueles dois dedos de vidro aberto serão muito bem-vindos em um período longo. Agora, se o carro for ficar parado em um local que tenha baratas ou pequenos roedores, esqueça essa última recomendação, senão você corre o risco de seu carro se transformar em um criadouro.

Não há grandes segredos na conservação de um carro que ficará parado por muito tempo, mas seguindo as recomendações acima, os riscos de danos são mínimos e, quando voltar, o máximo que ocorrerá é você ter que comprar uma nova bateria e recalibrar os pneus.

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Jornalista na área automobilística há 48 anos, trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e na Revista Motor Show por 24 anos, de onde foi diretor de redação de 2007 até 2016. Formado em comunicação na Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e os Mil Quilômetros de Brasília em 2004, além de ter participado em competições de várias categorias do automobilismo brasileiro. Tem 67 anos, é casado e tem três filhos homens, de 20, 31 e 34 anos.