Renault Sandero: 15 curiosidades do hatch que sai de linha após 15 anos

O nome Sandero está oficialmente aposentado no Brasil. Se o hatch compacto da Renault já vivia na corda bamba há algum tempo, sua única versão sobrevivente (S Edition) saiu de linha e abriu espaço para um produto inédito e tradicional ao mesmo tempo: o Stepway 1.0, que tem visual aventureiro com um conjunto de rodas aro 15 com calotas e motor 999 cm³ de até 82 cv com 10,2 mkgf de torque. Equipado com o trivial e mais um pouco, como os quatro airbags de série, ele custa interessantíssimos R$78 mil. Quase o preço de um Kwid!

O Stepway, que antes fazia parte da linha Sandero, ganhou vida própria em 2019 e hoje tem sua gama de versões e tudo mais. Melhor dizendo, o nome Sandero saiu de linha no Brasil, mas o carro…esse nem tanto, já que carroceria, mecânica e interior são os mesmos para Sandero e Stepway.

Apesar de ser um Sandero, o Stepway ganhou vida própria na linha 2020, inclusive com versões de sua própria gama (Foto: Lucca Mendonça)

Mas para comemorar seu aniversário de 15 anos, completos no último setembro, e, ao mesmo tempo, o fim de linha no mercado nacional, veja 15 curiosidades sobre o hatch da Renault, e também sua família:

1: sucessor do primo do Ford Corcel

O Dacia Solenza, antecessor de Logan e Sandero (Foto: Dacia/divulgação)

Corcel? Renault? Sandero? Pode parecer estranho, mas o Sandero e Logan foram pensados também para sucederem o Dacia Solenza, que esteve em produção até 2003 e nada mais era que o Renault 12 dos anos 60 cheio de plásticas. O Renault 12 era um primo bem próximo do nosso primeiro Ford Corcel, de 1968.

2: concepção à brasileira

Engenharia tupiniquim esteve em peso na concepção do Sandero (Foto: Renault/divulgação)

Desenvolvido pela Renault e Dacia, a primeira geração do Sandero foi focada no público brasileiro e de outros países sub-desenvolvidos. Aliás, foi o primeiro Renault concebido com ajuda da engenharia tupiniquim.

3: chegou depois do Logan

Sandero e Logan nunca “se encontraram” nos lançamentos de gerações no Brasil: o sedan vinha antes do hatch (Foto: Renault/divulgação)

Parentes, Sandero e Logan são feitos sobre a mesma base, mas o que os diferenciou por um bom tempo foi a estreia, já que o sedan nasceu em 2004 na Romênia e já estava no Brasil no começo de 2007. Quase sempre é o sedan que deriva do hatch, mas nesse caso foi o contrário.

4: estreia brasileira

Ele foi o primeiro produto Renault a estrear antes no Brasil (Foto: Renault/divulgação)

Outro pioneirismo do Sandero foi sua apresentação: seria o primeiro produto Renault que estreava antes fora da Europa. Poucos sabem, mas o modelo teve seu primeiro lançamento no Brasil em setembro de 2007. Ele só viraria Dacia e chegaria oficialmente ao Velho Continente em 2008.

5: hatch oriundo do sedan

Ele e o Logan eram praticamente o mesmo carro, mas diferentes no design (Foto: Renault/divulgação)

Logan e Sandero são o mesmo carro em diversos aspectos, mas o primeiro é hatch e o segundo sedan. Assim como um Fiat Palio e Siena, ou GM Onix e Prisma, os dois eram irmãos mas só ganharam a mesma cara (interna e externamente) na segunda geração de 2013.

6: primeiro concorrente direto para o VW Fox

Até 2007, o VW Fox, com seu conceito bem diferente de um hatch meio minivan e com carroceria altinha, não tinha rivais diretos. Com a chegada do Sandero, o VW ganhou seu verdadeiro rival tanto em porte, quanto em preço e conteúdo.

7: foi vendido em boa parte do mundo

Como Renault ou Dacia, o Sandero esteve em vários cantos do mundo (Foto: Renault/divulgação)

Produto global que é, o Sandero, seja como Renault ou Dacia, esteve em boa parte do globo. Esteve (ou está) na Europa, Ásia, América Central, América do Sul e até chegou à Oceania com certa presença. Em todos os cantos, vendeu bem.

8: teve motores para dar e vender

Vários motores, incluindo o 2.0 no R.S. brasileiro (Foto: Lucca Mendonça)

Se foi vendido em vários mercados, o carro provavelmente teve diversos motores. O Sandero que o diga: foi movido por propulsores de três ou quatro cilindros, gasolina, flex e diesel de 1.0, 1.2, 1.4, 1.5, 1.6, sem contar o nosso R.S. e seu 2.0.

9: Nunca trocou de plataforma no Brasil

Até encerrar seu nome no Brasil, o Sandero manteve a mesma plataforma de 2007, que incluive permanece no Stepway, Captur, Oroch e Duster (Foto: Lucca Mendonça)

Aquela plataforma B, desenvolvida pela Dacia e Renault, e estreante no Logan no início dos anos 2000, foi a mesma que o Sandero manteve até sua saída de linha no Brasil. Dela também vieram Duster, Oroch, Captur brasileiro e até alguns Lada. Ah, claro, e o Stepway, se você preferir considerá-lo outro carro…

10: formou família

Perua MCV foi uma das criações da família Sandero (Foto: Dacia/divulgação)

Dessa família do Sandero, que também inclui Logan, vieram criações interessantes como a perua MCV, que tem virtudes também de minivan, além da versão Pick-Up com cara de Logan e até um conceito brasileiro que previa uma picape do Sandero: o Sand’Up. Indo adiante, houve ainda o bizarro Mahindra Vibe, nada mais que um Logan hatch.

11: primeiro Renault automatizado do Brasil

Caixa automatizada Easy’R chegou atrasada e durou pouco (Foto: Renault/divulgação)

Atrasada, a dupla Sandero e Logan recebia a transmissão automatizada Easy’R como um paliativo de versões automáticas de verdade, coisa que a concorrência já oferecia. A caixa de cinco marchas chegou depois da moda dos automatizados e aqueles foram os primeiros e únicos Renault com esse tipo de transmissão no Brasil.

12: teve versão esportiva raiz

Versão R.S. foi esportiva raiz e bem exclusiva (Foto: Lucca Mendonça)

O inesquecível Sandero R.S., que pendurou a chuteira em 2021, foi, sem dúvidas, o hatch da Renault mais interessante que tivemos no Brasil. E era coisa nossa e de mais alguns Hermanos, afinal ele e seus 150 cv não chegaram a ser oferecidos em nenhum outro canto do mundo.

13: sem sucessores

Por enquanto sem sucessores do Sandero no Brasil (Foto: Renault/divulgação)

Tirando o Sandero de linha, a Renault por enquanto não tem nada para substituí-lo. Mesmo com o mercado de hatches compactos indo bem, a marca prefere investir nos crossovers e SUVs, tanto é que terá um sucessor para o atual Stepway, mas não para o Sandero.

14: quase 900 mil em circulação

1 milhão produzidos ainda em 2018 (Foto: Renault/divulgação)

São mais de 891 mil Renault Sandero circulando pelas ruas brasileiras, e a produção nacional, toda vinda de São José dos Pinhais (PR), vai bem além disso. O primeiro milhão da produção do hatch foi batido ainda em 2018.

15: segue na Europa

Sandero em nova geração, totalmente refeita, continua fazendo sucesso na Europa (Foto: Dacia/divulgação)

Se o nome Sandero se despede do mercado nacional, ele segue na Europa como Dacia em um carro totalmente novo (“de cabo a rabo”), que já é feito sobre uma base moderna e tem elementos de design atuais. A atual terceira geração foi apresentada por lá em 2020, e se mantém bem nas vendas.

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Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.