(Lançamento) Ford E-Transit, 100% elétrica, estreia como furgão ou “caminhãozinho”

A Ford já tinha planos de vender a E-Transit no Brasil desde 2021. Atrasos pra lá, resquícios da pandemia pra cá, variações do Dólar acolá, e um extenso período de testes junto a frotistas e empresas parceiras, mas finalmente a primeira van elétrica da marca chega ao mercado nacional, e em dois tipos de carroceria: furgão, dividida em quatro níveis de espaço de carga (9,5 m³, 10,7 m³, 12,4 m³ e 15 m³, todas com até 1 tonelada de capacidade de carga), além da chassi-cabine, uma espécie de caminhãozinho, que pode ter PBT (peso bruto total) de 3,5 ou 4,2 toneladas, de acordo com as necessidades do cliente.

Os novos utilitários elétricos, que, segundo a Ford, tem um custo de operação 40% inferior ao das versões turbodiesel (e 86% menos peças no powertrain), são lançados com preço básico de R$542 mil. Por enquanto, o único rival direto da E-Transit é um chinês quase desconhecido: JAC iEV750V, comercializado só na opção furgão de 12 m³ e 1,45 toneladas de capacidade de carga, por R$490 mil. Como alternativas menores, há ainda a trinca da Stellantis: Fiat e-Scudo, Peugeot E-Expert e Citroën Ë-Jumpy, que custam cerca de R$335 mil, mas com baú de 6,1 m³ e podendo levar até 1.000 kg. Todos são importados, vale lembrar, e a E-Transit vem da Turquia.

Como grandes vantagens da dupla elétrica, comercializada pela divisão Ford Pro, especializada em veículos profissionais, é destacável a acessibilidade, já que toda a linha do furgão e a versão de entrada do caminhãozinho podem ser dirigidas por condutores com CNH B (a mesma de carros de passeio), afinal não passam das 3,5 toneladas de PBT. Sem contar que a versão chassi-cabine, caminhãozinho, permite inúmeras adaptações para diferentes usos: desde petshop móvel até ambulância, passando por foodtruck e baú refrigerado de até 21 m³ de espaço. A tal E-Transit Chassi, aliás, é pioneira no segmento.

Foto: Ford/divulgação

Toda a linha usa o mesmo powertrain, composto por um motor elétrico acoplado ao eixo traseiro de 269 cv de potência e cerca de 44 mkgf de torque imediato. Suas baterias de 68 kWh de capacidade vão debaixo das longarinas e são feitas de íon-lítio, permitindo alcance máximo de 317 km com uma carga completa (ciclo WLTP). Como curiosidade dessas versões elétricas, as suspensões traseiras de eixo rígido com feixes de molas são trocadas por um conjunto mais refinado, de braços independentes, similar ao de alguns automóveis de passeio. Mesmo que não tenha divulgado oficialmente o motivo da modificação, provavelmente foi a falta de espaço: feixes de molas, motor elétrico e baterias não caberiam juntos na base mecânica da Transit elétrica.

Graças as tecnologias das baterias e sistemas eletrônicos, os novos Ford elétricos permitem recargas ultrarrápidas de até 115 kW em eletropostos (cerca de 35 minutos para uma carga completa nesse caso), ou até mais lentas, como as de 11,8 kW dos wallbox (8 horas), sempre utilizando o plugue padrão Tipo 2. E, neles, são de série itens interessantes como a multimídia touchscreen grande, seletor de “marchas” giratório, sistema de recuperação de energia em frenagens e desacelerações, seletor de modos de condução (Normal, Econômico e Escorregadio), além de alerta de colisão frontal com frenagem autônoma de emergência, câmera 360º, volante multifuncional, freios a disco nas quatro rodas, ar-condicionado, direção elétrica, vidros/travas/retrovisores elétricos, conexão com app FordPass etc.

As Ford E-Transit Furgão e Chassi já estão consagradas no exterior, onde venderam mais de 40 mil unidades, segundo a marca. Por aqui no Brasil, antes mesmo desse lançamento oficial, já existia uma encomenda de 300 unidades dos modelos. Negócio dos bons, que já garantiu mais de R$160 milhões de lucro bruto para a fabricante. Apesar de já terem preços, conteúdo e garantias de fábrica (três anos ou 100 mil km para o veículo e outros oito anos ou 160 mil km para as baterias) definidos, os utilitários elétricos só começam suas vendas de forma oficial no final de março.

Foto: Ford/divulgação
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