(Lançamento) BYD Seal: sedan elétrico de luxo tem mais de 500 cv e preço de híbrido
Os chineses não param: depois da BYD fazer bonito com o Dolphin (que já vendeu mais de 4 mil unidades por aqui), e a Great Wall contra-atacar com o Ora 03, vendido pelo mesmo preço e até mais equipado, chega agora o BYD Seal. Da foca, animal que cede seu nome ao novo carro (em inglês, claro), o Seal traz apenas a semelhança com o corpo: o modelo tem uma carroceria arredondada e fluída, que até remetem aos mais caros Porsche e ao Mercedes-Benz EQS. Aos germânicos ele não deve praticamente nada.
Com tamanho quase igual ao de um Toyota Camry ou Honda Accord, só que apostando mais em uma carroceria fastback (proposta bastante parecida com a de seu arquirrival JAC EJ-7), o novo BYD chega por um preço bastante interessante: R$296.800, isso já com cinco anos ou 100 mil km de revisões gratuitas e um wallbox residencial incluso no pacote.
Sua base modular é a BYD 3.0, mais atual e avançada nesse quesito, e nela estão as baterias Blade, tecnologia própria da marca: além da maior eficiência energética, essas acumuladoras tem resistência maior contra perfurações, impactos ou torções, por exemplo. Tanto que o conjunto, instalado no assoalho, é considerado parte integrante do monobloco do carro: ajuda na segurança em colisões, rigidez torcional ou nível de estabilidade. Nele, são mais de 82 kWh de capacidade de carga.
O grande diferencial do Seal está na motorização elétrica bastante poderosa e cavalaria bem maior que a de um Ford Mustang V8, por exemplo. São dois motores elétricos no sedan, um para cada eixo, resultando em tração integral totalmente comandada pela eletrônica. Com nada menos que 531 cv de potência e mais de 68 mkgf de torque, ambos imediatos, que fazem dele um dos carros mais rápidos do Brasil: extraindo toda sua força, são apenas 3,8 segundos na prova de 0 a 100 km/h. Para se ter uma ideia, é tão rápido quanto um Shelby GT350R.
O motor elétrico dianteiro, sozinho, é capaz de entregar 218 cv e cerca de 23,5 mkgf, mas a concentração maior de força está mesmo na traseira: o outro motor elétrico produz 313 cv e 36,7 mkgf. Todo o conjunto elétrico, motores e baterias, são resfriadas por líquido, em tubulações dedicadas e sistema de arrefecimento próprio.
Claro que, para domar todo esse desempenho, é preciso ter uma estrutura e mecânica das melhores. Isso o Seal garante: há freios a disco ventilado nas quatro rodas com tamanho de respeito, suspensões independentes nas quatro rodas com acerto esportivo, eixo traseiro multibraço com barra estabilizadora integrada, fora a direção com assistência elétrica que altera o peso com o modo de condução e mais. Alguns números chamam a atenção, como o Cx de apenas 0,21, baixíssimo para qualquer padrão automotivo.
Com 4,8 m de comprimento, quase 1,9 m de largura, menos de 1,5 m de altura e o assustador entre-eixos de 2,92 m, o Seal consegue ainda ser um primor de espaço interno, ainda que pare nos 400 litros de porta-malas. O peso do sedanzão é alto, como acontece nos elétricos de porte avantajado: são 2.185 kg, ou o mesmo que uma caminhonete turbodiesel cabine dupla. Como curiosidade, há um segundo compartimento de carga menor debaixo do capô, onde seria o lugar do motor a combustão. Outra boa é que, em sua tampa traseira, ele ostenta o logo “3.8s”, uma referência a sua ótima aceleração.
E falando em superlativos e ostentações, o novo BYD é ainda um dos mais longevos quando o assunto é alcance: pelo ciclo WLTP europeu, são exatos 531 km (1 km pra cada cv dos motores, proporcionalmente), número que cai para 372 km nos padrões de medição do INMETRO. Pela tecnologia Blade, suas baterias suportam as mais pesadas recargas, de até 150 kW: nesse caso, são 30 minutos para ele recuperar 50% da carga.
Vendido em versão única, o Seal que desembarca no Brasil traz uma configuração única de equipamentos: de série, ar-condicionado digital automático dual zone, bancos em couro, ajustes elétricos para o motorista, volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade, sistema de som Dynaudio com 12 alto-falantes, carregador de celular sem fio, multimídia rotativa de 15,6” com Android Auto/Apple CarPlay, painel de instrumentos digital de 10,2”, teto-solar panorâmico, maçanetas eletricamente retráteis, conjunto óptico inteiro em LED, câmera 360º, piloto automático adaptativo (ACC), rodas aro 19 e mais.
A segurança é garantida por 8 airbags, alerta de colisão frontal, alerta de colisão traseira, frenagem autônoma de emergência, alerta de tráfego cruzado traseiro, frenagem autônoma em marcha-a-ré, alerta de saída de faixa ativo, assistente de manutenção em faixa, monitor de ponto-cego. No C-NCap, equivalente chinês ao nosso Latin NCap, o Seal gabaritou nos testes de colisão, conquistando todas as estrelas possíveis.
A lista de tecnologias e modernidades é extensa: além das maçanetas externas que se embutem na carroceria com o carro em movimento (para reduzir o atrito aerodinâmico), ele traz a função de comandos de voz da marca (“Hi, BYD”), internet 4G embarcada que permite acesso e operação de apps pela multimídia (Waze, Spotify e afins), atualizações automáticas de sistema via internet (“Over The Air”), karaokê embutido como no Dolphin, possibilidade de jogar games pela multimídia (comandados pelo volante, pedais e teclas do próprio Seal), e por aí vai.
A BYD projeta ter 100 pontos de venda até o final do ano (hoje são 40 deles), e, também até dezembro, a expectativa é vender cerca de 1.000 Seal. Seu preço, como reforça a marca, não é especial de lançamento: ele custa isso e não deve encarecer por enquanto. O que também chama a atenção é a garantia de oito anos ou 200 mil km para o carro (todos os modelos elétricos da BYD passam a ter essa mesma cobertura), ou também oito anos, mas sem limite de quilometragem, para as baterias Blade. O intervalo de revisões do Seal é a cada 20 mil km (ou seja, são cinco manutenções gratuitas).
O novo BYD Seal chega em seis opções de cores para a carroceria: Cinza Alecrim, Verde Pátio, Azul Geleira, Branco Brilhante, Preto Cosmos e Cinza Atlântida.