História: Jeep Grand Cherokee já soma cinco gerações, e chega em breve no Brasil

Típico SUVzão norte-americano, o Jeep Grand Cherokee é um cara de sucesso não só nas terras do Tio Sam, como também em outras partes do mundo, inclusive o Brasil: quem não lembra dos imponentes e quadradões utilitários, que tanto esbanjavam seu luxo pelas ruas e avenidas nacionais, geralmente transportando alguma celebridade ou, com frequência, jogadores de futebol no auge de carreira?

Quem não lembra dos Grand Cherokee desfilando pelas ruas brasileiras em meados dos anos 90? (Foto: Jeep/divulgação)

Pois, além daquela primeira geração, o SUV da Jeep também foi oferecido no mercado brasileiro na segunda, terceira e quarta carroceria, a última, que teve suas importações interrompidas em 2020. O motivo? A quinta e novíssima geração do utilitário chega aqui em breve, ainda em 2023 (estima-se entre outubro e novembro), em versão única dotada de motorização híbrida plug-in (4xe). Mas, antes do grandalhão renovado desembarcar em terras tupiniquins, vamos ver sua trajetória mundo afora.

Quinta geração está para chegar no mercado nacional depois de um hiato de quase três anos (Foto: Jeep/divulgação)

Criado para ser um sucessor do Grand Wagoneer, que, no início dos anos 90, já estava pra lá de obsoleto, o Grand Cherokee sempre foi distante do irmão menor Cherokee. Além de mais requintado, o Grand conciliava de forma mais justa o luxo típico de um SUVzão dos EUA com a capacidade off-road dos Jeep da época. Seu projeto inicial, batizado de XJC, começou em meados da década de 80, e, no início, contou até com estudos de design de Giorgetto Giugiaro.

Projeto da primeira geração atrasou, mas chegou fazendo alarde (Foto: Jeep/divulgação)

Previsto para ser lançado ainda no final da década de 80, o novo Jeep acabou atrasando, e foi ser apresentado só no início de 1992, com as vendas abrindo em abril daquele ano. Com o lançamento mais tardio, o Grand Cherokee chegou ao mercado já convivendo com seu arquirrival Ford Explorer, lançado em 1990. Como vantagens, o Jeep apostava na carroceria monobloco, enquanto o Ford insistia na construção de chassi sob carroceria (como nas picapes), fora que o Grand trazia o airbag para o motorista como item de série (primeiro SUV com esse item de segurança no mundo).

Airbag do motorista foi uma das inovações do Grand Cherokee (Foto: Jeep/divulgação)

A primeira geração chegou chegando: no dia 7 de janeiro de 1992, durante o Salão do Automóvel de Detroit, o então presidente da Chrysler, Robert Lutz, subiu as escadas do local do evento a bordo de um Grand Cherokee vermelho e quebrou uma enorme parede de vidro, adentrando o espaço sem nenhuma parcimônia. Pudera, aquele Jeep era uma das maiores apostas da Chrysler em anos, e precisava fazer sucesso a qualquer custa. Para completar o momento icônico, no banco do passageiro estava o então prefeito de Detroit.

Esse Grand Cherokee de geração 1 ficou em produção até meados de 1998, sempre movidos por motores grandes: havia um seis-em-linha de 4.0 litros, o tradicional V8 5.2, outro V8 de 5.9 litros e até um turbodiesel 2.5 para mercados de exportação. Com diferentes tipos de tração 4×4 e transmissão, foi sucesso garantido com mais de 1,6 milhão de unidades produzidas e comercializadas mundo afora.

Só nessa primeira geração, em seis anos, foram mais de 1,6 milhão de unidades produzidas (Foto: Jeep/divulgação)

Sua segunda geração deu as caras em setembro de 1998, na linha 1999, e pouco tinha em comum com seu antecessor que não fosse a capacidade off-road e luxo a bordo. Maior, mais seguro, equipado, potente, espaçoso e moderno, o Jeep de 1998 tinha novas opções de motor: desde um 2.7 a diesel fornecido pela Mercedes-Benz, um 3.1 turbodiesel de fabricação italiana, passando pelo 4.0 de seis cilindros em linha (aprimorado), até chegar nos V8tões, agora com 4.7 litros e novas tecnologias em prol da força e economia de combustível.

Novas transmissões automáticas de quatro ou cinco velocidades faziam parte do pacote, assim como novos sistemas de tração nas quatro rodas, incluindo o Quadra-Drive, que tinha controle eletrônico e operava de acordo com a velocidade e demanda de tração. Embora também tenha sido sucesso mundial, essa segunda geração do SUV não foi tão marcante no mercado brasileiro quanto a primeira. Sua produção durou até 2004, mas pouco tempo antes, essa geração passava por uma pequena reestilização visual.

Interior era mais espaçoso e equipado que o da geração anterior (Foto: Jeep/divulgação)

Um grande salto foi dado com a terceira geração, lançada em 2004 como linha 2005: além da carroceria mais arredondada, distante das picapes e antigos SUVs, o novo Grand Cherokee, pela primeira vez, passava a trazer soluções mais finas em sua construção, como as suspensões independentes na dianteira, comando de válvulas variável e sistema de desativação de parte dos cilindros do motor para poupar combustível.

Além de estar maior, e consequentemente mais espaçoso, esse Jeep ostentava a nota máxima em segurança após testes do EuroNCap. A bordo, já estavam tecnologias como ESP e sistema anti-capotamento. Mecanicamente, havia desde um motor 3.0 turbodiesel (OM642, Mercedes-Benz), um inédito V6 (3.7 litros, no lugar dos seis-em-linha), fora os tão falados V8, nas variações de 4.7 litros, 5.7 litros ou 6.1 litros, associados sempre a uma transmissão automática de cinco marchas com controle eletrônico. Como curiosidade, esses foram os primeiros Jeep com os clássicos motores Hemi, equipando inclusive sua famosa versão esportiva SRT8.

Tecnologias e luxos inéditos disponíveis, e foi nele que estrearam os motores Hemi (Foto: Jeep/divulgação)

Os Grand Cherokee de terceira geração foram vendidos no Brasil a partir do final de 2004, mas também passaram longe do sucesso do carro de 1992. Sua produção mundo afora se encerrou em 2010, após retoques visuais e aprimoramentos diversos durante os seis anos em que foi vendido.

Ainda no mesmo ano de 2010, a quarta geração do Grand Cherokee aparecia para ser um dos mais modernos e capazes SUVs vendidos no mundo. Era época do marco 4 milhões de Grand Cherokee vendidos desde o lançamento, e não havia forma melhor de comemorar do que com a estreia do melhor e mais premiado SUV da Jeep até então. Feito sobre uma nova plataforma, que foi até compartilhada com SUVs da Mercedes, o Jeep para a linha 2011 estreou um inédito sistema de suspensões independentes nas quatro rodas, seletor eletrônico de tipos de terreno, e mais de 45 sistemas de segurança.

Graças a nova base e componentes mecânicos mais resistentes, esse Grand Cherokee contava com grande capacidade de reboque (quase 3,5 toneladas nas melhores versões), poderio off-road como nunca antes visto para um SUV de seu porte, além de novos níveis de desempenho e economia de combustível. Em seu catálogo constaram um inédito motor V6 turbodiesel (3.0 litros, de projeto Fiat), um V6 a gasolina (família Pentastar, de 3.6 litros), e três V8 (5.7 litros, 6.4 litros, fora o poderoso 6.2 superalimentado com turbo).

Estilo interno já mais moderno, não muito distante dos primeiros Jeep Compass nacionais (Foto: Jeep/divulgação)

Essa quarta foi a geração mais duradoura da história do Jeep Grand Cherokee: sobreviveu até 2020, totalizando dez anos de produção ininterrupta e configurações para todos os tipos de gostos, fora diversas modificações nesse período. No Brasil, sua apresentação ocorreu no Salão do Automóvel de 2010, com as vendas, tímidas, iniciadas em janeiro de 2011.

Mas é para a atual quinta geração que a Jeep quer que o brasileiro olhe com mais atenção: é ela que deve chegar ao nosso mercado em breve, mesmo já estando presente nos EUA desde janeiro de 2021, inclusive com uma carroceria alongada de sete lugares (chamada de “L”, com 17,5 cm extras no comprimento), um ineditismo para o Grand Cherokee. Com linhas retas e quadradas, num estilo que lembra nosso Commander, o novo SUVzão adota base modular em sua construção, um imenso lote de tecnologias e sistemas de segurança de série. Essa, como não poderia ser diferente, cresceu em relação a sua antecessora.

Foco agora é na quinta geração, a atual, que desembarca em breve no Brasil (Foto: Jeep/divulgação)

Dependendo da versão, é possível tê-lo com suspensões pneumáticas, diferencial traseiro de deslizamento limitado, sistema semi-híbrido (MHEV) ou híbrido plug-in (PHEV), sistemas de condução semiautônoma nível 2, sistema de som com quase 1.000 Watts de potência e até tela touchscreen no lado direito do painel, dedicada ao passageiro dianteiro. Os níveis, tanto de tecnologias quanto de capacidade off-road, cresceram bastante.

Tecnologias não faltam no SUV Grand Cherokee de quinta geração: desde propulsão híbrida até suspensões pneumáticas (Foto: Jeep/divulgação)

Pela propulsão mista, o leque de motores a combustão é menor que o das antigas gerações: além do 2.0 turbo a gasolina (Hurricane, já presente na Ram Rampage), que estará no carro vendido no Brasil junto do motor elétrico traseiro de 135 cv de potência, o Grand Cherokee de quinta geração tem o V6 3.6 Pentastar, aliado ao sistema MHEV com 34 cv extras, e o bom e velho V8tão de aspiração natural e 5.7 litros, que saiu de cena na linha 2023. São três diferentes tipos de tração 4×4, e, para toda a linha, quem cuida da força é a transmissão automática ZF 8HP, com oito velocidades.

Interior tem telas pra todos os lados, e bastante luxo, como nas gerações anteriores (Foto: Jeep/divulgação)

Colocado acima do Commander no mercado nacional, o Jeep Grand Cherokee 4xe que chega em breve não deverá ser o sucesso de vendas do momento, nem tampouco ter preço baixo, mas quer manter vivo o nome de peso que tanto mexe com a cabeça dos fãs de SUVs, utilitários, jipes e cia. Sucesso nem sempre está associado a milhares de vendas: esse Jeep no Brasil é a prova disso.

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Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.