Fiat Argo 1.3 preza pelo baixo consumo de combustível, mas sem esquecer do restante

Tendo chegado em meados de 2017, o Argo já praticamente completou seu terceiro ano de mercado, onde concorre no segmento dos hatches compactos premium, uma briga ferrenha entre VW Polo, Chevrolet Onix, Hyundai HB20, etc. Hoje ele é oferecido em 5 versões, que são divididas entre 3 opções de motorização: 1.0 Firefly de três cilindros, 1.3 Firefly e o já cansado 1.8 EtorQ, que aguarda sua aposentadoria com a chegada do novo propulsor turbo, previsto para 2021.

Dentre todas as configurações, optei por avaliar o Argo intermediário, não tão despojado quanto o 1.0 três cilindros de entrada, e nem tão caro quanto as versões superiores, equipadas com motor 1.8. Esse 1.3 é um bom motor quatro cilindros de exatos 1.330 cm³, que produz 109cv(E) e um torque máximo de 14,2 mkgf, que mostra brilho, principalmente, por apresentar valores sensíveis de torque desde as baixas rotações. Se a potência máxima não é seu forte, esse projeto se destaca pela força que, na prática, se traduz em boa dirigibilidade e baixo consumo.

Construtivamente simples, possui um único comando de válvulas no cabeçote e apenas duas válvulas por cilindro. Tem menos peças móveis que os sofisticados 16V. A construção simples desse projeto acaba por penalizar a potência, mas favorece o torque e, consequentemente, a dirigibilidade. Uma opção da Fiat de baixo custo com vantagens que julgaram mais importantes que a potência máxima.

Segundo as medições feitas pelo Inmetro, o consumo desse Argo 1.3 que avaliei é de 9,2 (E)/12,9 km/l (G) na cidade e 10,2 (E)/12,9 km/l (G) na estrada. Esquecendo um pouco as medições laboratoriais do Inmetro, fiz algumas medições mais práticas: na estrada, com Etanol, as médias giravam ao redor de 12,5 km/l com o carro carregado. Com Gasolina na estrada, nas mesmas condições, os resultados foram substancialmente melhores: na casa dos 17 km/l. Na cidade, com Etanol, os valores giraram ao redor dos 9 km/l. Já com Gasolina, foram para generosos 12 km/l. Definitivamente, esse motorzinho 1.3 é econômico. 

 Mas o Argo também brilha quando falamos de espaço interno: com 2,52m de distância entre-eixos, a habitabilidade para motorista e passageiros chega a surpreender. Com 300 litros de capacidade no porta-malas, ele serve bem pra uma família de até quatro pessoas e suas tralhas. As críticas ficam por conta do câmbio e motor, com ruídos acima do esperado. Uma forração fono absorvente mais caprichada resolveria fácil essa questão.

Essa versão 1.3 que avaliei, chamada de Drive, é oferecida a partir dos R$56.790 em seu modelo básico. Mas esse modelo de entrada é mais simples que o carro das fotos, equipado também com alguns acessórios Mopar: as rodas são de aço aro 14 com calotas plásticas, e o modelo também não possui sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, retrovisores externos com ajustes elétricos e repetidores de seta, faróis de neblina, e vidros elétricos traseiros.

No fim, um Argo 1.3 com todos esses opcionais, como o carro das fotos, sai por cerca de R$67.5 mil, isso sem contar os tais acessórios Mopar. Assim ele acaba entrando no velho clássico: “uma versão intermediária equipada acaba saindo o mesmo preço de uma topo de linha básica”, afinal por cerca de R$1,5 mil a mais se chega nas cifras cobradas pela versão topo Precision, que já vem com o motor 1.8 de até 139 cv e 19,3 mkgf de torque, aliado a um câmbio automático de 6 marchas, fora a adição de alguns equipamentos extras.

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Jornalista na área automobilística há 48 anos, trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e na Revista Motor Show por 24 anos, de onde foi diretor de redação de 2007 até 2016. Formado em comunicação na Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e os Mil Quilômetros de Brasília em 2004, além de ter participado em competições de várias categorias do automobilismo brasileiro. Tem 67 anos, é casado e tem três filhos homens, de 20, 31 e 34 anos.