De réplica do Voiturette a Megane elétrico: conheça alguns carros do acervo da Renault no Brasil
A Renault é outra marca que vem dando importância a sua valorosa história no mercado brasileiro. Chegando por aqui em 1992 através da Caoa, a marca francesa foi assumir os direitos de importação, venda e manutenção da sua linha só entre 1995 e 1996. Logo, com fortes investimentos da matriz, concluíram em 1998 o Complexo Industrial Ayrton Senna, que também pode ser conhecido por “fábrica da Renault em São José dos Pinhais”. Com exceção dos elétricos, hoje toda a linha da marca é feita lá no Paraná: desde Kwid até Master.
O acervo, chamado oficialmente de Memorial Renault, nasce como uma homenagem aos 25 anos de produção nacional da marca. Localizado no próprio Complexo Industrial, o “museu” reúne alguns carros emblemáticos e históricos, bem como materiais e conteúdos que podem ser vistos em TVs e acessados em totens digitais especiais. Lembrando que nesse Memorial Renault não estão outras várias peças do acervo da marca, a exemplo do último Sandero R.S. produzido.
Mas há uma réplica perfeita do Voiturette, primeiro carro feito por Louis Renault, lá em 1898. Um dos seus pioneirismos foi a utilização de uma transmissão de três velocidades, o que permitia ao carro subir ladeiras mais íngremes. A tal réplica foi feita em homenagem aos 100 anos do carro, em 1998. Na linha cronológica, chama a atenção também um Willys Gordini azul, em perfeito estado, que marca a histórica parceria entre a Willys-Overland do Brasil e a Renault (o Gordini era um Renault feito sob licença pela Willys).
Grande estrela dos últimos tempos, que pipocou na mídia durante o lançamento do Megane E-Tech, a primeira unidade da minivan Scénic fabricada em solo nacional, e também um dos primeiros Renault “made in Brazil”, é outra que faz parte do acervo histórico da marca. Apesar de ser simples, de uma versão de entrada da época, a minivan hoje tem cerca de 2.500 km rodados e rodou dentro da fábrica durante toda sua vida.
Integrando também o memorial, que, aliás, tem espaço próprio, temático e decorado, está ainda uma das primeiras unidades do Renault Kwid, fabricado em 2017. O carro, da versão mais cara Intense, é pintado no tom laranja de seu lançamento, e acumula centenas de assinaturas pela carroceria, de toda a equipe responsável por seu projeto, desenvolvimento e produção. Para não falar só de passado, a marca guardou ainda, para o Memorial, uma unidade do Megane E-Tech, 100% elétrico e ainda novidade, além de um dos pré-série do crossover Kardian, também apresentado recentemente.
Mas, no total, o acervo da marca vai bem além, como mostrado em uma outra apresentação realizada no final de 2021, quando o Memorial ainda não existia. Na lista de raridades, um Interlagos conversível, versão nacional feita pela Willys do Alpine A108 (Alpine é uma divisão esportiva da Renault), estava em processo de restauração completa. Não se sabe hoje o paradeiro do consagrado esportivo.
Um Fluence, sedan médio que nunca foi campeão de vendas, merece seu espaço na história da marca, e faz parte do acervo em uma unidade desenvolvida para competições, e que correu entre 2015 e 2018 nas provas do Campeonato Brasileiro de Marcas. Está lá também o Oroch Concept, de 2014, que adiantava o projeto da picape do Duster, em produção até hoje. O Duster Extreme, outro conceito, mas de 2016, também faz parte da pequena coleção. Os dois últimos foram expostos em diferentes edições do Salão do Automóvel de São Paulo.
Vai além: há uma unidade do 4CV, apelidado carinhosamente aqui no Brasil como “Renault Rabo Quente”, que se consagrou como um dos primeiros grandes sucessos da marca no mundo; um dos Clio V6 trazidos para cá (nunca foi vendido, apenas servia a experimentações e marketing), claro que pintado de amarelo e com pouquíssimo uso (foram cerca de 1.300 destes fabricados, todos com motor central-traseiro do Laguna ); e junto do Clio está ainda um Megane R.S. 2013, uma das três unidades importadas (amarelas, também), reconhecido pelo altíssimo desempenho e capacidade nas pistas e ruas.
O Sandero R.S. Finale 100/100, integrante da edição de despedida do hot-hatch brasileiro, é outro guardado zero-quilômetro com carinho pela Renault: último carro feito da série numerada, o esportivo vermelho é considerado uma das peças mais importantes e valiosas do acervo. E, pra concretizar a presença da marca no mundo das competições, um Fórmula 1 de 2010, da equipe Renault Sport, também está por lá.
A marca ressalta que as “peças do museu” podem ficar expostas em diferentes pontos do Complexo Industrial se for preciso, em comemorações, datas especiais ou eventos internos, e os carros históricos também servem com maestria em eventos para a imprensa. História viva!