Chevrolet Onix completa 10 anos e chega a 500 mil unidades na segunda geração

A GM tem bons motivos para comemorar com o Onix esse final de outubro. Primeiro que o modelo, depois de alguns perrengues de produção paralisada e despencadas no ranking de emplacamentos, finalmente está subindo nas vendas, e hoje já se destaca como o carro de passeio mais vendido da Chevrolet mundial. Na frente dele estão só as picapes e SUVs da marca. E não, não para por aí, já que o queridinho do consumidor brasileiro já bateu a marca das 500 mil unidades fabricadas em sua segunda geração, além de estar fazendo aniversário de dez anos!

Motivo para comemorar: 500 mil Novo Onix em três anos (Foto: Chevrolet/divulgação)

Chamado de anti-Gol da GM, ele foi apresentado de forma gradual durante a segunda quinzena de outubro de 2012, com evento principal de lançamento dia 21 daquele mês. Tinha quatro versões (LS 1.0, LT 1.0, LT 1.4 e LTZ 1.4), podendo ser movido por motores já conhecidos da GM: o 1.0 de quatro cilindros SPE/4 (ex-VHCe) que estava recalibrado após vir do finado Corsa, entregando 78/80 cv de potência com 9,5/9,8 mkgf de torque, além do 1.4, também vindo do Corsa e com mudanças para entregar 98/106 cv com 12,9/13,9 mkgf.

Lançamento inicial também completa uma década (Foto: Chevrolet/divulgação)

Nos dois casos havia a transmissão manual de 5 marchas, mas não demoraram para estrearem as versões automáticas com a caixa GF6 de seis velocidades acoplada ao 1.4. Ela veio em meados de 2013 para a LT 1.4 e LTZ 1.4, além de estar também no Prisma, sedan do Onix que chegou um tempo depois do hatch. Lembrando que o hatch novo da Chevrolet tinha plataforma mais moderna que a do Agile, por exemplo: era feito sobre a base GSV (ou Gamma II), datada já dos anos 2010, e que permanece em linha até hoje na minivan Spin.

Motores eram velhos conhecidos, mas reformulados (Foto: Chevrolet/divulgação)

Mercadologicamente, a estratégia da GM era pesadíssima com o Onix. Não para menos, colocaram muita expectativa no lançamento, e, cá entre nós, se deram bem. Ele vinha para ser algo novo, atraente, moderno, robusto e conquistador para o consumidor brasileiro, que inclusive era seu principal mercado de destino. O Onix foi se tornar global só na segunda geração. Na época, em 2012, veio conviver com o obsoleto Corsa e o “tapa-buraco” Agile, dois outros hatches que acabaram sucumbindo algum tempo depois. Era o que a marca queria.

Primeira geração do Onix era brasileira, e feito para brasileiros (Foto: Chevrolet/divulgação)

A estratégia de preços também era boa, já que ele começava em menos de R$30 mil já oferecendo “luxos” na época, como direção hidráulica, ajuste de altura do volante e banco do motorista, airbag duplo e freios ABS. As configurações mais caras vinham até com multimídia touchscreen, coisa que só carrões caros entregavam. Nem é preciso justificar o sucesso do carro, afinal eram vários acertos e alguns poucos erros (como o baixo nível de segurança dos primeiros carros, comprovado pelos testes do Latin Ncap e as famosas “zero estrelas”).

Já em 2015 chegava à liderança do mercado brasileiro, um marco para um carro de três anos de lançamento. Deixou para trás os veteranos VW Gol e Fiat Palio, sempre seguido de forma ferrenha pelo arquirrival Hyundai HB20, outro queridinho dos hatches compactos. Naquele ano foram mais de 103 mil Onix vendidos em doze meses. No começo do ano seguinte, 2016, já eram 500 mil Onix produzidos no Brasil, todos na fábrica de Gravataí (RS), onde ele ainda é feito na atual geração.

2015: liderança de vendas do mercado nacional (Foto: Chevrolet/divulgação)

As primeiras mudanças significativas vinham na linha 2017 com nova frente, traseira remodelada, interior revisado em alguns pontos e alguns retoques mecânicos. Já era hora também de reforços estruturais para garantir melhores níveis de segurança aos passageiros em colisões, até porque as tais zero estrelas do Latin NCap eram uma pedra no sapato da Chevrolet, mesmo que aquilo não afetasse significativamente suas vendas. O carro evoluiu nisso também, e em outros aspectos.

Família mudava na linha 2017 (Foto: Chevrolet/divulgação)

Em 2018 já corria o desenvolvimento da segunda geração da menina dos olhos de ouro da GM no Brasil. Mas, agora, seria não um produto para a América Latina, mas global. O desenvolvimento, antes brasileiro em parceria com a Daewoo (braço da Chevrolet na Coréia), seria agora chinês, através da SAIC. Mas, claro, a expertise da engenharia brasileira participaria fortemente.

Onix e seu sedan ganharam o mundo na segunda geração de concepção chinesa (Foto: Chevrolet/divulgação)

Assim nasceu o Novo Onix no Brasil em setembro de 2019, que nada compartilhava com o carro de 2012. Inéditos carroceria, interior, mecânica, plataforma…sobrava só o nome. Ao mesmo tempo a primeira geração continuava em linha como opção mais em conta, mas renomeada para Joy. Permaneceram dividindo espaço, Onix velho e novo, até o final de 2021, quando a primeira geração finalmente pendurou a chuteira. O mesmo aconteceu com Onix Plus (sedan da segunda geração) e Prisma (sedan da primeira, que virou Joy Plus).

O salto em tecnologia e equipamentos era abissal: a segunda geração tinha de série itens como seis airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, motor de três cilindros, transmissão de seis marchas e outros. Ainda vinham ineditismos com internet 4G a bordo, sistema de estacionamento autônomo, alerta de ponto-cego e ar-condicionado automático digital. Subiu, e muito, de nível. Na época, podia ser adquirido a partir de R$49 mil, chegando aos R$73 mil na versão mais completa. Eram quatro, aliás: básica, LT (pacotes I, II e III), LTZ e Premier (pacotes I e II).

Tudo mudava, inclusive tecnologias, segurança e mecânica (Foto: Lucca Mendonça)

Seus motores se tornaram os modernos CSS Prime de três cilindros nas variantes de aspiração natural (78/82 cv de potência e 9,7/10,6 mkgf de torque) ou turbo (116 cv e 16,8 mkgf), sempre aliados a novas caixas manual ou automática, ambas com seis marchas. Nos quatro casos prevalecia a boa relação entre bom desempenho e baixo consumo, apesar de gravíssimos problemas que poderiam causar incêndio inesperado do carro. Foi outro problemão que marcou a vida do Onix, e só foi corrigido após um enorme recall realizado pela Chevrolet.

Motores CSS Prime: modernos, mas deram dores de cabeça à GM no início (Foto: Lucca Mendonça)

Temporais (ou incêndios) passados, o Onix passava a sofrer com a falta de componentes para a produção durante a pandemia, o que lhe custou alguns meses fora de linha e operação irregular na planta de Gravataí. Ali ele perdeu sua liderança e caiu boas posições no ranking, mas com o tempo, e pandemia amenizada, conseguiu se reerguer. Hoje está entre os mais vendidos novamente, vira e mexe alcançando o topo. Das 500 mil unidades fabricadas dessa segunda geração no Sul, boa parte ficou no mercado nacional, enquanto parte foi exportada.

Pandemia não foi fácil para o Onix, mas logo ele se reergueu (Foto: Lucca Mendonça)

No total, de 2012 até 2022, mais de 2,2 milhões de unidades do Onix já deixaram as linhas de produção, o que dá 220 mil carros em média anual! E ao que tudo indica, considerando que rivais de peso como Fiat Palio, Toyota Etios, Nissan March, Ford Ka e VW Gol (este em fim de carreira) já entraram para a história, é válido comemorar o sucesso de 10 anos do Chevrolet Onix. Parece que ele vai longe, e a Chevrolet acertou botando tanta expectativa em sua estreia. E o HB20, outro decano, também seguirá “na cola”…

A Chevrolet acertou em cheio com o Onix, seja de primeira ou segunda geração, e ao que tudo indica ele vai longe (Foto: Chevrolet/divulgação)
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Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.