Peugeot 2008 1.6 16V: Precisa mesmo do motor THP?

Com bons equipamentos de série e motor 1.6 turbo na versão topo de linha, o 2008 chegou ao mercado brasileiro em abril de 2015, momento que o segmento dos SUV’s bombava com a novidade da chegada dos queridinhos Jeep Renegade e Honda HR-V, que fazem sucesso até hoje.

Fotos: Lucca Mendonça

De lá pra cá o segmento se multiplicou de tamanho, o mercado ficou mais competitivo e a Peugeot precisou mexer no 2008: em maio, com a chegada da linha 2020, ele foi reestilizado com novos faróis, parachoque, grade e rodas. Enquanto interior e traseira ficaram sem mudanças, o motor 1.6 THP que desenvolve 173 cv e 24,5 mkgf de torque também ganhou câmbio automático de 6 marchas, mas ficou só para o final do ano (outubro ou novembro, mais precisamente).

Até lá, 2008 só com motor 1.6 16V. Mas isso é um problema? Talvez não, até porque os 118 cv e 16,1 mkgf de torque dão bem conta dos 1.248 kg que o carro pesa: 0 a 100 km/h em 12,7/12,4 segundos e velocidade máxima de 185/186 km/h (gasolina/etanol), segundo dados oficiais da Peugeot. Números bastante inferiores ao do motor THP, mas se potência não for prioridade para você consumidor, ele serve e muito bem.

O motor 1.6 16V (fotos: Lucca Mendonça)

Em contrapartida, motor que anda menos bebe menos, então seus números de consumo são bastante positivos: rodando na estrada a cerca de 100 km/h, abastecido com gasolina e com modo Eco ativado, as médias ficaram na casa dos 16,5 km/l. Seu tanque de 55 litros, apesar de não ser o maior da categoria, garante boas autonomias.

No geral, o SUV francês tem como um de seus destaques a boa posição de dirigir, não tão alta e nem tão baixa, e que ainda melhora com o chamado i-Cockpit (painel de instrumentos acima do volante, esse que tem diâmetro pequeno). Além disso, a visibilidade também é elogiável graças as janelas grandes e as colunas não muito largas. Destaque também para a direção, que é rápida e precisa nas respostas, e as suspensões bem calibradas, que são macias para priorizar o conforto mas não tão molengas a ponto de prejudicar a estabilidade.

Fotos: Lucca Mendonça

No quesito espaço interno, os 2,54 m de entre eixos não são ponto forte, mas pelo menos, graças ao painel bastante recuado, os bancos podem ser colocados mais pra frente sem muito aperto. Em compensação ele é alto por dentro, evitando as desconfortáveis cabeçadas no teto (quem tem mais de 1,85 m como eu, agradece). Seu porta-malas, com 355 litros, é bom e com boa abertura, mas o tampão atrapalha na acomodação de bagagens maiores, afinal ele é fixado por quatro travas e não levanta junto com a tampa.

Fotos: Lucca Mendonça

O carro das fotos, da versão topo de linha Griffe, tem preço oficial de R$91.990, mas que na realidade se torna R$93.280, porque a Peugeot cobra R$1.290 até pelas pinturas sólidas, geralmente gratuitas nas outras montadoras. Bem equipado, ele vem de série com 6 airbags, Isofix, ar-condicionado digital dual-zone, direção elétrica, conjunto elétrico (vidros, travas e retrovisores), piloto automático, bancos de couro, sensores de chuva e crepuscular, teto panorâmico, rodas diamantadas aro 16, sensores de estacionamento traseiros, luzes diurnas de LED (DRL), central multimídia de 7” com conexões Android Auto/Apple CarPlay e câmera de ré, entre outros. Falta gravíssima para a ausência dos importantes controles eletrônicos de estabilidade e tração, que só estarão presentes na futura versão Griffe THP.

Teto panorâmico é de série nessa versão Griffe (fotos: Lucca Mendonça)

Apenas alguns detalhes merecem melhora: fizeram falta mais entradas USB pra carregar celular (ele só tem uma, que fica na multimídia) e as portas são pequenas, com pouco ângulo de abertura, precisando de um certo aperto na hora de entrar e sair.

Segundo a Peugeot, a versão Griffe THP vai chegar por R$100 mil, e trará a mais o Grip Control (que inclui os controles eletrônicos de estabilidade e tração), luzes de neblina com função cornering light e sistema de som JBL (esse só para os primeiros 50 compradores). Se você acha que vale a pena pagar R$9 mil pelo motor THP e alguns itens a mais, espere até o fim do ano. Caso contrário, vá de Griffe 1.6 16V sem medo e deixe o motor mais potente para quem curte.

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Com 21 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.