(Avaliação) Novo Chevrolet Equinox 2022 caminha no compasso do sucesso

SUV médio: uma pauta sempre em alta. O Jeep Compass (com o perdão do trocadilho no título) é um dos responsáveis por isso, mas o segmento não é só dele. Existem outros tão interessantes quanto, que acabam ficando na sombra do tão queridinho Jeep. Um exemplo é o Chevrolet Equinox, que nunca foi best-seller de segmento algum no Brasil, mas nem por isso deixa de ser uma compra das boas, principalmente para aquele público que não quer um Compass, por seja lá qual for o motivo.

Não é nenhum best-seller, mas um belo negócio (Foto: Lucca Mendonça)

Atualizado não tem mais que seis meses, o médio da GM é, na realidade, um SUV do Cruze, assim como o Honda CR-V é do Civic, Toyota Corolla Cross do Corolla sedan e por aí vai. Por essas e outras que não é difícil notar semelhanças entre o Equinox e seu derivado, especialmente no interior, que inclusive já sente o peso da idade de seu projeto, datado de 2016. Mas, para quem não se importa em ter a última palavra em design automotivo, isso não é um problema. Ele ainda é bem bonito, tanto por fora quanto por dentro.

Bonito, mas não moderno no design (Foto: Lucca Mendonça)

Cai como uma luva

Tem no ponto alto o rodar macio e suave, típico de um carro concebido para os EUA (mas é feito no México). Molas e amortecedores são calibrados para absorver o máximo possível de irregularidades do nosso piso, ainda que sem prejudicar qualquer ponto da condução. É um conjunto bem ajustado e, para qualquer situação crítica, sua tração integral (AWD) está lá, priorizando a distribuição segura da força entre as rodas dianteiras e traseiras. Quando desativada pelo botão no console, ele vira um carro de tração dianteira comum.

Tração integral AWD é item de série na versão Premier (Foto: Lucca Mendonça)

Para quem viaja no Equinox, um banho de bem-estar e espaço interno. Realmente, a habitabilidade é um dos destaques dele. Bons bancos que não cansam com o tempo, uma cabine bem montada e silenciosa (no acabamento não surpreende, faz a lição de casa), iluminação e ventilação aprovadíssimos (tem luzes e saídas de A/C pra todo mundo), teto-solar panorâmico, fora a folga do piso plano para se movimentar lá dentro. Se fosse um pouco mais comprido, acomodaria facilmente uma terceira fileira de bancos no lugar do porta-malas de 468 litros.

Sobra espaço e mordomias, incluindo o teto-solar panorâmico (Foto: Lucca Mendonça)

O motorista tem tudo à mão, isso sem falar nos ajustes elétricos do seu banco com duas memórias de posição. Antes dessa reestilização ele oferecia ainda aquecimento para os assentos dianteiros, que acabou caindo fora, afinal não é algo tão usado no nosso país tropical. Faz parte também do “time elétrico” a abertura da tampa do porta-malas. Ela pode ser aberta pelo sensor debaixo do parachoque traseiro, tecla na chave, botão na porta ou ainda na própria maçaneta da tampa. Tudo é fácil e descomplicado, como pede um carro familiar.

Porta-malas, caso o carro fosse mais longo, poderia dar lugar para mais dois bancos. Tampa tem abertura elétrica (Foto: Lucca Mendonça)

1.490 cm³ e 1 problema

Esqueça aquele 2.0 turbo dos primeiros Equinox. Ele já está fora de linha até nas terras do Tio Sam. Quem move esse SUV hoje é o 1.5 turbo Ecotec, com injeção direta e nada de etanol, só a gasolina. Esse 1.5 é parente próximo do 1.4 do Cruze, inclusive, e rende ótimos 172 cv de potência com quase 28 mkgf de torque máximo, bem progressivo entre 2 e 4 mil rpm. Em uma conta rápida, são cerca de 115 cv/litro, que é praticamente o que rende o motor 1.0 turbo dos Onix e Tracker.

1.5 turbo tem 115 cv/litro e força bem progressiva (Foto: Lucca Mendonça)

Voltando ao Equinox, nele está a caixa automática GF6 com seis velocidades e robustez de sobra. É uma das transmissões automáticas mais tradicionais da história do Grupo GM. Ela trabalha bem escalonada, silenciosa e tem como característica a adaptação fácil com o estilo de quem está conduzindo. Se percebe que o “pé é leve”, adianta as trocas e não ousa com muitas reduções. Com os motoristas mais apressados, tende a se comportar com mais esportividade. Falta só a opção das trocas manuais. Um modo Sport também.

Esportivo? Não. Lento? também não (Foto: Lucca Mendonça)

Isso não porque falte força ao carro, mas sim para ter mais ânimo nas retomadas ou ultrapassagens, por exemplo. Com o câmbio “memorizado” na condução econômica, suas reduções e comportamento ficam mais lentos, o que afeta as acelerações. Ainda é um carro rápido, confirmado pelo 0 a 100 km/h em pouco mais de 9 segundos dos dados oficiais.

O consumo, aparentemente, está mais alto nessa linha 2022 reestilizada (Foto: Lucca Mendonça)

Para quem testou o Equinox com a mesma mecânica há exatamente 1 ano, uma surpresa não tão boa foi o consumo de combustível. Aparentemente piorou, em que pese o fato do carro 2021 ter 20 mil km na época, bem mais que esse 2022 e seus pouco mais de 4 mil km. Um motor bem amaciado, mais rodado, tende a gastar menos. No teste atual, nada fez superar os 8,8 km/l no percurso urbano (menos até que o número oficial do INMETRO). No rodoviário, chegou a beirar os 13 km/l nas situações mais favoráveis. O Start&Stop não é oferecido.

Bastante recheio

Painel de instrumentos não é digital, mas isso não é só nele. Multimídia está de parabéns (Foto: Lucca Mendonça)

Tirando o piloto automático adaptativo (ACC), que merecia estar em um carro do preço e porte do Equinox, nada faz falta. O painel de instrumentos digital seria outro candidato, mas considerando que nenhum carro da Chevrolet do Brasil conta com tal tecnologia, essa seria uma crítica geral. Tudo que a concorrência badalada entrega, ele também traz, pelo menos nessa versão Premier avaliada, que custa R$227 mil. Para quem dispõe de menos grana, a RS é mais simples por R$209 mil. A lista completa de itens de série está no final da matéria.

Essa versão Premier custa R$227 mil e não tem opcionais (Foto: Lucca Mendonça)

Injustiçado?

O Equinox tenta, mas sem muitas pretensões por parte da Chevrolet brasileira, fazer sucesso no Brasil. Ele vai na toada dele: até agora, agosto, já vendeu 40% a mais que todo o ano de 2021, mas nunca superou os 800 carros/mês emplacados no mercado nacional. “Devagar e sempre”, como diz o provérbio. De qualquer forma, é um daqueles carros quase injustiçados pelo consumidor nacional. Merecia muito mais atenção, afinal qualidades não faltam.

Ficha técnica:

Concepção de motor: 1.490 cm³, gasolina, quatro cilindros, 16 válvulas (quatro por cilindro), turbo, injeção direta de combustível, duplo comando de válvulas, variador de fase na admissão e escapamento, bloco e cabeçote fundidos em alumínio
Transmissão: automática com conversor de torque e 6 velocidades, sem possibilidade de trocas manuais
Tração: integral sob demanda (AWD)
Potência: 172 cv a 5.600 rpm
Torque: 27,8 mkgf entre 2.000 e 4.000 rpm
Suspensão dianteira: independente, McPherson, com barra estabilizadora
Suspensão traseira: independente, Multilink
Direção: com assistência elétrica progressiva
Freios: discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira
Pneus e rodas: Hankook Kinergy GT, medidas 235/50. Rodas de liga-leve aro 19
Dimensões (comprimento/largura/altura/entre-eixos): 4,65 m/1,84 m/1,70 m/2,72 m
Porta-malas: 468 litros
Tanque de combustível: 59 litros
Peso em ordem de marcha: 1.675 kg
Aceleração 0 a 100 km/h: 9,2 segundos
Velocidade máxima: 200 km/h
Preço básico: R$226.980 (Premier)

Itens de série:

6 airbags (frontais, laterais e de cortina), Alarme, Alerta de pressão dos pneus, Controles eletrônicos de estabilidade (ESP) e tração (TC), Faróis e lanterna de neblina, Faróis dianteiros em LED com ajuste de altura, Luz de condução diurna em LED, Lanterna traseira em LED, Protetor de cárter, Sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, Sistema de freios com ABS, EBD e PBA, Rodas de alumínio aro 19, Faróis com sensor crepuscular, Assistente de partida em aclive, Câmera de ré, Chave eletrônica, Easy Entry – Abertura das portas e alarme através de sensor de aproximação na chave, Computador de bordo com tela LCD colorida, Cobertura do porta-malas, Controlador de velocidade de cruzeiro, Descansa-braço dianteiro e traseiro, Direção elétrica progressiva, Espelho retrovisor interno eletrocrômico, Banco com revestimento premium, Banco traseiro com encosto ajustável, Banco do motorista com regulagens elétricas e memorização de posição, Ar-condicionado digital automático dual zone, dutos de ar para o banco traseiro, Coluna de direção com regulagem em altura e profundidade, Espelhos retrovisores externos com indicador de direção e rebatimento elétrico, Chevrolet MyLink, com Tela LCD sensível ao toque de 8″, navegador e internet 4G integrados, Android Auto/Apple CarPlay sem fio, Spotify e Amazon Alexa integrados, OnStar – Pacote Exclusive, Alerta de colisão frontal, Alerta de detecção de pedestre frontal com auxílio de frenagem, Alerta de movimentação traseira, Alerta de mudança de faixa, Alerta de ponto cego, Alerta vibratório de segurança no banco do motorista, Assistente de permanência na faixa, iluminação interna em LED, Controle de velocidade em declive, Frenagem automática de emergência, Indicador de distância do veículo da frente, Abertura e fechamento elétrico da tampa do porta-malas com sensor de presença, Carregador wireless, Easy Park – sistema de estacionamento semiautomático, Sensor de chuva, Sistema de partida do motor por controle remoto, Sistema de som premium Bose com 5 alto-falantes e 2 Tweeters, Farol alto adaptativo, Teto solar elétrico panorâmico e Tração integral (AWD).

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Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.