Nissan Kicks: Economia e segurança atraem nesse japonês

Andando por São Paulo, começou chamar minha atenção a grande quantidade de Nissan Kicks que se via pelas ruas, em que pese o fato das vendas desse crossover da Nissan terem se iniciado em nosso mercado há cerca de 3 anos. Um claro sinal que o carro da japonesa Nissan emplacou junto a simpatia do consumidor brasileiro. Um bom sinal. Avaliei a versão top de linha, batizada de SL, equipada com o econômico motor 1.6 de 114cv e que brilha não pelos cometidos 15,5 mkgf de torque máximo, mas sim pelo comportamento suave dessa curva de torque, que dá a esse propulsor respostas sempre prontas ao comando do acelerador. Se o Kicks não brilha pelo desempenho, mostrou-se bem interessante quando o assunto é economia de combustível: Com Etanol, utilizado ao redor dos 100 km/h na estrada, o consumo girou ao redor dos 11,0/11,5 km/l. No uso urbano, essa oscilação ficou ao redor dos 8,5/9,0 km/l. Resultados bem satisfatórios auxiliados também pelos contidos 1.147kg, peso semelhante, por exemplo, ao de um Volkswagen Polo TSI topo de linha.

Na transmissão, uma caixa CVT que simula um automático de 6 marchas que oferece trocas suaves e precisas. O sistema de direção elétrica é preciso e agrada mesmo a motoristas inexperientes. No sistema de freios, a crítica ficou por conta dos obsoletos tambores nas rodas traseiras, item já deixado de lado até mesmo por modelos mais baratos. Não que o sistema tivesse se mostrado ineficiente, mas é claro que os discos das rodas traseiras sempre dão um equilíbrio melhor nas frenagens mais difíceis. Essa versão SL Pack Tech avaliada, uma versão topo de linha com o pacote Tech (Composto pelo alerta de colisão com assistente de frenagem, além da assinatura de LED nos faróis), atinge o preço mais alto da gama Kicks: R$103.390. Sem esse pacote, o Kicks SL sai por R$100.990.

Nessa versão SL, como principais equipamentos, está disponível o painel multifuncional HD de 7”, câmera de 360 graus na multimídia e controles de curva e freio motor. Além desses principais destaques, o Kicks SL oferece 6 airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, Isofix, bancos forrados em couro, central multimídia de 7” (Que já vem integrada com Waze e Spotify, além de conectar com rede Wi-Fi), rodas diamantadas de 17”, ar-condicionado digital, acendimento automático dos faróis, chave presencial, entre outros.

Com uma distância entre-eixos de 2,61 m, o Kicks oferece um espaço interno coerente com a proposta do modelo. Eu, com 1,84 m de altura, me acomodei confortavelmente tanto no banco dianteiro quanto no banco traseiro quando viajei como passageiro. Os bancos, forrados em couro creme no modelo avaliado, são bastante macios e acomodam bem o corpo. Os arremates e materiais utilizados no acabamento são bons, com encaixes bem feitos, além de apliques do mesmo couro creme dos bancos no painel e nas laterais de porta. Seu porta-malas, com capacidade de 432 litros, é suficiente para a proposta do carro. Em que pese os bons índices de consumo, achei bastante limitada a capacidade do tanque de combustível, de apenas 41 litros, menor até mesmo que o de alguns modelos bem menores, como, por exemplo, o subcompacto Fiat Mobi. Com gasolina, que resulta em uma maior autonomia, essa capacidade é apenas suficiente. Mas, quando se utiliza etanol, a autonomia fica ainda mais comprometida. Um ponto fraco desse crossover.

Mas, se você pensou em um Kicks mais barato e, consequentemente mais despojado, alegre-se pois ele existe: A versão de entrada do carro da Nissan é batizada simplesmente de S Manual, custando pouco menos de R$76 mil, com o mesmo motor 1.6 de 114cv, mas agora acoplado a um câmbio manual de 5 marchas. Bastante despojado, o modelo deixa de lado até mesmo as rodas de liga leve, que são substituídas por um jogo de aço com calotas plásticas. Mas, é claro que a partir dessa versão despojada, existem outras configurações em que são oferecidos equipamentos adicionais, mas o preço vai ficando cada vez mais salgado conforme a versão superior. Ninguém faz milagres! No geral, gostei bastante do modelo. Tanto que, se curtisse SUV, esse Kicks na versão SL avaliada seria uma das minhas opções de compra.

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Jornalista na área automobilística há 48 anos, trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e na Revista Motor Show por 24 anos, de onde foi diretor de redação de 2007 até 2016. Formado em comunicação na Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e os Mil Quilômetros de Brasília em 2004, além de ter participado em competições de várias categorias do automobilismo brasileiro. Tem 67 anos, é casado e tem três filhos homens, de 20, 31 e 34 anos.