GM Opala Diplomata 1980: o primeiro ano do luxo de diplomata

Baseado no Opel Rekord série C de 1967, o GM Opala brasileiro foi lançado em 1968 como primeiro carro de passeio do Chevrolet no Brasil. Apesar da carroceria alemã, a mecânica foi baseada no Impala norte-americano. Inicialmente vendido apenas na carroceria 4 portas nas versões Standart e Luxo, tinha motores de 4 e 6 cilindros, com 2500 e 3800 cilindradas respectivamente, e seu câmbio era de 3 marchas à frente mais ré, com acionamento na coluna.

Em 1971 chegava a tão esperada carroceria coupé, em um tempo que os veículos de 2 portas eram muito mais valorizados no mercado, graças a esportividade de suas linhas, e com isso, ganhou também sua primeira remodelação. Algumas versões também eram renomeadas, além da estreia do câmbio de 4 marchas no assoalho.

1971: linha Opala agora tinha carroceria Coupé (Foto: Chevrolet/divulgação)

Sua segunda remodelação foi na linha 1975, com um design que se aproximava ainda mais dos modelos norte-americanos, graças à frente semelhante ao GM Chevy Nova e a traseira com forte inspiração no Impala. Neste ano, surgia também a station GM Caravan, além da opção do câmbio automático. Mais luxuosa, a grife Comodoro estreava substituindo a Gran Luxo. Este modelo se diferenciava com apliques de jacarandá no painel, meio teto de vinil, entre outros detalhes estéticos.

A partir de 1975 a família Opala já tinha sedan, coupé, station e esportivo (Foto: Chevrolet/divulgação)

A linha 1980, lançada em meados de 1979, trazia a terceira remodelação, com grandes novidades naquele mercado do regime militar de importações fechadas. Suas versões eram reposicionadas, onde havia a Standart, a Comodoro (agora intermediária) e a Diplomata. Essa versão mantinha todos os opcionais da Comodoro, mais itens de série como rodas de liga-leve calçadas com pneus 195/70R14, direção hidráulica e ar-condicionado.

Além das novas versões, como missão, os engenheiros tiveram à ocasião três preocupações: melhorar ainda mais as características de dirigibilidade, assegurar o conforto à altura do carro e permitir o uso de pneus radiais. Pra isso alteraram na suspensão dianteira a ponta de eixo, recalibraram as molas, aumentaram as buchas e o diâmetro da barra estabilizadora.

Na traseira, novas molas e maior diâmetro dos amortecedores garantiam melhor estabilidade, com conforto. A caixa de direção, do tipo setor e rosca sem fim (aquela com folga de Kombi), recebia novo barramento, onde demandava menos regulagens, e consequentemente menos folgas.

Design era mais adequado aos anos 80, e não foi muito mexido até sua aposentadoria em 1992 (Foto: Chevrolet/divulgação)

O estilo com faróis retangulares, novas lanternas, para-choques maiores e capô mais baixo deixavam o veterano com linhas mais adequadas aos anos 80, mantendo-se com poucas alterações significativas de estilo até o fim de sua produção, em 1992. Por dentro não haviam alterações, apenas a inscrição da versão no volante, fosse Comodoro ou Diplomata.

Interior da nova versão de luxo era personalizado, com direito a imitação de jacarandá, inscrição no volante e relógio digital (Foto: Chevrolet/divulgação)

Para o Diplomata, mantinha-se o acabamento imitando Jacarandá no painel, enquanto a Comodoro ganhava acabamento preto em plástico, mais sóbrio. Aliás, esse é o detalhe legal da primeira “fornada” de Diplomata, fabricada como linha 1980, já que o interior se renovaria por completo na linha 1981.

Modelo tinha “luxos” como abertura interna da tampa do porta-malas (Foto: Chevrolet/divulgação)

Quanto ao desempenho e consumo, era adequado a seu tempo: a versão de 4 cilindros tinha 98 cv SAE a 4800 rpm (76 cv SAE) e 19,8 kgfm de torque a 2600 rpm, chegando aos 147,5 km/h de velocidade máxima. Com motor 2.5, ia de 0 a 100 km/h em 17,25 segundos e, a gasolina, rodava 7,8 km/l na cidade e 10,74 km/l na estrada.

Eu sei que seu 1.0 3 cilindros aspirado é mais rápido, mais veloz e economiza o dobro de combustível, mas o torque deste GM 2.5 151 dava a sensação de motor grande. Nem um VW Polo TSI atual tinha tanto torque quanto esse motor Chevrolet.

Novo interior da linha 81 era o mesmo para todas as versões, variando apenas os equipamentos (Foto: Chevrolet/divulgação)

Já a versão de 6 cilindros, 4.1, rendia 171 cv SAE a 4800rpm (118 cv ABNT) e 32,5 kgfm de torque a 2600 rpm, chegando aos 173,4 km/h de velocidade máxima e acelerando de 0 a 100 km/h em 10,04 segundos. Gastava mais gasolina: 5,3 km/l na cidade e 9,2 km/l na estrada. Durante toda sua vida útil, esses motores sofreram um problema crônico de vazamento de óleo, e como o custo de resolução era próximo ao de criar um novo propulsor, a GM preferiu ignora-lo até o Opala sair de linha.

Muitas vezes o nome Opala nem aparecia: era apenas o Chevrolet Diplomata (Foto: Chevrolet/divulgação)

Mesmo com um consumo alto e alguns problemas crônicos, o Opala teve uma legião de fãs que o veneram até hoje, em grande parte pelo conforto de sua suspensão, alto torque em baixas rotações, e mesmo seu estilo que marcou gerações. A versão 1980 hoje tem alta valorização e é cultuada pela transição de gerações, morando nos corações dos apaixonados pelo modelo, assim como eu.

O último Opala, 1992, ainda levava o sobrenome Diplomata. Mas o querido mesmo é aquele da linha 1980… (Foto: Chevrolet/divulgação)
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Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em comunicação e MKT e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua como BPO, e há 20 anos, ajuda pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. Tem por missão levar a informação de forma simples e didática. É criador do canal Autos Originais e colaborador em outras mídias de comunicação.