Bentley decreta fim do motor VW W12: veja os carros mais legais que ele moveu

Como uma das últimas marcas a ainda manter motores grandões em sua linha, a Bentley finalmente decidiu mudar seu futuro: a partir de 2030 terá uma linha totalmente eletrificada e, já em abril de 2024, se despedirá do seu famoso motor W12. Os Bentayga, Flying Spur e Continental GT equipados com a poderosíssima mecânica passarão a vir com V6 ou V8 associados a motores elétricos, coisa que já vem acontecendo em algumas versões do Bentayga e Flying Spur.

Flying Spur é um dos que perderá o W12 em 2024 (Foto: Bentley/divulgação)

A fabricante inglesa comemora o sucesso de sua linha Hybrid, comprovando que o enorme W12 não é o único argumento de venda de seus carros. Como despedida, no ano passado veio o último lançamento com esse motor: Mulliner Batur, coupé limitado em 18 unidades e que extrai nada menos que 740 cv de potência e mais de 100 mkgf de torque do W12 6.0 biturbo. São quase 40% a mais de potência e 55% de torque extra se comparado ao primeiro Bentley Continental GT, que estreou o W12.

W12 atinge os 740 cv no Mulliner Batur (Foto: Bentley/divulgação)

Na verdade, como a Bentley faz parte do Grupo VW, a origem desse motor é mais alemã do que inglesa: ele nasceu a partir de dois motores VR6 (V6 estreitos, com no máximo 15º de abertura), resultando nos 12 cilindros. Ele nasceu em 2001, mas só em 2003 passou a mover os carros ingleses de alta classe, e, até hoje, nesses 20 anos, foram mais de 105 mil Bentley W12 produzidos. Memorável, no mínimo.

Mas, por ter projeto global do Grupo VW, esse W12 teve diversas configurações de força e duas cilindradas diferentes (6.0 na maioria dos carros e uma versão 6.3 que esteve no Audi A8/S8 de terceira geração), além de permitir a união com diferentes transmissões. Claro que, por essas e outras, o tal motor figurou em vários carros. Veja alguns:

Audi A8/S8

Audi A8 foi o primeiro a usar o W12, em 2002 (Foto: Audi/divulgação)

Estreante do VW W12, o Audi A8 D3 (segunda geração) foi apresentado em meados de 2002. Como todo bom sedan de luxo dos anos 2000, tinha ainda opções V6, V8 e V10 em seu catálogo, além do 6.0 W12, que acompanhava a tração integral Quattro e, como ineditismo, uma transmissão automática de seis marchas. O sedanzão tinha ainda inovações como a primeira versão do Audi MMI (central multimídia da marca), suspensões adaptativas, faróis de xenon, luzes de conversão estática, navegador GPS embutido etc. Tinha cerca de 450 cv de potência com mais de 58 mkgf de torque.

O W12 esteve ainda no A8 de terceira geração numa versão “incomum” (6.3 litros e 500 cv), além do esportivo S8. A partir da quarta geração, o sedan grande da Audi abandonou o W12 em prol de propulsores de menor cilindrada.

VW Phaeton

Phaeton mais caros traziam o 6.0 de doze cilindros (Foto: VW/divulgação)

Tentativa da VW de brigar com BMW e Mercedes, o Phaeton era um sedan executivo de dimensões generosas, por isso digno do W12 6.0. Sua estreia foi em meados de 2002, tendo o motor de doze cilindros em suas configurações mais caras, que entregavam cerca de 420 cv de potência. O Phaeton contou com a opção do W12 até 2011, sendo vendido não só na Europa, como também Estados Unidos e Ásia, em especial a China, um de seus mercados de maior sucesso.

VW Touareg

Touareg também chegou em 2002 (Foto: VW/divulgação)

Outro com missão de peitar os premium alemães de alta classe, o SUV grande Touareg chegou no segundo semestre de 2002 como o primeiro utilitário esportivo da Volkswagen no mundo. O motor W12 chegou nele só em 2005, com 450 cv. Como curiosidade, os Touareg W12 nasceram como uma edição limitada com produção estimada em 500 unidades, das quais a maioria seria destinada ao Oriente Médio. Com o sucesso não esperado, e o público pedindo mais, a VW decidiu transformar a edição limitada em versão comum, ficando em produção até 2010.

Bentley Continental GT

Continental GT marcou o renascimento da Bentley em 2003 (Foto: Bentley/divulgação)

Primeira cria da Bentley após a entrada para o Grupo VW, o Continental GT foi um coupé grand turismo de sucesso por vários anos, desde seu lançamento em 2003. O W12 6.0, foi o único motor do Continental GT até 2011, quando chegou o 4.0 biturbo. Nesse Bentley, o W12 tinha a exclusiva configuração biturbo, o que lhe garantia excelente potência de 560 cv. Hoje, ainda oferecido no GT, o 6.0 W12 alcança quase 630 cv, conseguindo acelerar de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos.

Bentley Flying Spur

Flying Spur era uma espécie de Continental GT sedan (Foto: Bentley/divulgação)

2005 foi o ano da chegada do Flying Spur, uma espécie de Continental GT sedan, com quatro portas e terceiro volume definido. Ele também só tinha o W12 biturbo com 560 cv em seu catálogo, além da tração integral permanente. Ainda hoje, o sedan, feito a mão, conta com o motor de doze cilindros em sua linha, tal qual o irmão GT.

Spyker C12 Zagato/La Turbie

C12 Zagato teve apenas uma unidade produzida (Foto: Spyker/divulgação)

A holandesa Spyker foi outra que usou o W12 em seus superesportivos. Na verdade, em dois: La Turbie (2006) e Zagato (2008), dupla especialíssima com uma unidade produzida de cada. A dupla tinha motor central traseiro e, aqui, o W12 entregava 500 cv de potência. Foi um dos únicos carros com esse motor que tinham transmissão manual, no caso uma caixa de seis marchas. Nos dois carros, o desempenho era quase igual a dos Bentley GT atuais: 0 a 100 km/h em menos de 4 segundos.

Bentley Bentayga

Bentley entrou no mundo dos SUVs com o Bentayga 2016 (Foto: Bentley/divulgação)

Bentayga foi o primeiro SUV da história da Bentley, lançado em 2015, e generoso nas dimensões. Tinha mais de 600 cv de potência extraídos do W12 biturbo, número que cresceu para quase 630 cv a partir da linha 2020. É outro que, assim como o VW Touareg, anda com esportivo, conseguindo ir de 0 a 100 km/h em menos de 4 segundos. É outro que se despedirá do W12 a partir do ano que vem.

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Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.