(Avaliação) Fiat Pulse Turbo 200: à moda do cliente
By Lucca Mendonça
24 de agosto de 2022
Antes do lançamento do Fiat Pulse, a expectativa era de ter um carro apenas com motores turbo. A maioria esperava a mesma fórmula do VW Nivus, seu concorrente: diferentes versões com a mesma motorização. Isso, na prática, foi diferente, já que a novidade da Fiat chegou também com o 1.3 Firefly de aspiração natural, e, de quebra, até uma transmissão manual de 5 marchas para conseguir um preço básico menor.
Mas quem se deram bem mesmo foram as tais versões turbo. Elas são a Drive, Audace e Impetus, que vendem bem mais que as aspiradas. É o que pede o mercado, o famoso carro “à moda do cliente”, que hoje busca esses crossovers ou pequenos SUVs superalimentados e automáticos. No caso desse Pulse Audace das fotos, que custa quase R$116 mil sem opcionais (completo, beira os R$125 mil), estamos falando da versão intermediária com motor top de linha.
Um belo motor 1.0 turbo com injeção direta, bloco inteiramente em alumínio e tecnologias bem atuais como pede o mercado, e seus 125/130 cv de potência com 200 N.m. de torque (20,4 mkgf) que o batizam de T200. É, até agora, 1.0 turbo mais potente do país, e também um dos campeões quando o assunto é silêncio ou poucas vibrações no funcionamento. A caixa automática tipo CVT que está junto dele, com simulação de sete marchas, contribui bastante para isso.
As relações das pseudo-marchas, inclusive divulgadas oficialmente pela Fiat, tem escalonamento bem feito e, melhor, conseguem simular muito bem as sete velocidades, mesmo quando o câmbio está no modo Drive sem nenhuma pretensão esportiva (modo Sport desligado ou trocas manuais “desativadas”). Costuma só escorregar um tanto mais do que deveria, mas aí, claro, também é por uma questão de suavidade nas arrancadas e acelerações. Na atuação geral, é praticamente igual àquilo visto nos Pulse 1.3 CVT. Muito bom!
Toda a força do conjunto vem bem cedo, antes das 2 mil rpm, então não precisa esperar o motor “encher” para, aí, o carro andar. A prova prática disso é ter o 1.0 turbo quase sempre em baixas rotações (fazendo menos barulho, gastando menos combustível e por aí vai), geralmente entre 1.400 e 2.200 rpm, seja na cidade ou estrada. Nesse ponto, é bem diferente do 1.3, que, mesmo com bom torque em baixa, põe a economia acima do desempenho.
No T200 a fórmula se inverte, já que a tal força prematura sobra na hora de mover o carro, que, sem muita pressão no acelerador, ganha velocidade. Em meias palavras, o Pulse turbo anda bem mais que o 1.3 aspirado, mas, da mesma forma, tem médias de consumo piores. Não chega a ser terrivelmente gastão, mas já tem rivais de mercado bem mais eficientes.
Abastecido com etanol, esse Pulse Audace cravou os 7,5 km/l no percurso urbano e 11,3 km/l no rodoviário maneirando no acelerador e dispensando o ar-condicionado nesses dias de inverno. Isso significa que ele é de 30 a 35% mais beberrão que o 1.3 CVT, mesmo entregando desempenho bem melhor. De novo o velho ditado: “cavalo que anda é cavalo que bebe”.
Pulse sem erros
Mesmo que seja no motor a maior novidade desse carro avaliado, não podemos deixar de lado o Pulse como um todo. Ele é muito mais que uma mecânica bem ajustada. Poderia ter sim os airbags de cortina e freios a disco nas quatro rodas, pelo menos nas versões turbo, bem como um ajuste de profundidade da coluna de direção, que só vem na versão mais cara Impetus, mas é bem cômodo, espaçoso e bom de guiar.
Seu entre-eixos de 2,53 m é o mesmo de Argo/Cronos, com segredo não no número, mas sim na concepção da cabine, que aproveita bem as medidas da carroceria e consegue acomodar bem os cinco ocupantes. Polêmico, o porta-malas tem 370 litros numa aferição diferente do comum, que calcula a capacidade com líquidos e não com os caixotes ou cubos que a maioria usa (e são mais fiéis à realidade). Na bem da verdade, ele tem algo ao redor dos 320 litros “práticos”, o que ainda um ótimo número para essa categoria e proposta.
A sensação é de se estar em um carro maior, ainda mais com o alto e pronunciado capô, que fica sempre no campo de visão frontal. Não é pra menos que seu irmão maior Fastback terá a mesma (grande) cara do Pulse. Baixo, alto, magro ou gordo, quem dirige se ajeita com facilidade e não costuma cansar nem nas viagens longas, enquanto parte dos comandos e funções já são comuns a outros Fiat, então nada complica o uso. É um carro muito bem pensado por dentro, mesmo exagerando no plástico duro no painel e portas, igual seus concorrentes.
Negócio interessante
Os Pulse com motor 1.0 turbo abrangem uma boa faixa de preço, começando em menos de R$111 mil e chegando próximo dos R$127,5 mil, divididos entre aquelas três versões comentadas no início da matéria. O VW Nivus, seu principal concorrente, começa acima dos R$121 mil, o que dá ao Fiat T200 uma boa folga nas faixas abaixo disso. Crossover ou SUV pequeno com motor turbo abaixo dos R$115 mil, só ele.
Ficha técnica:
| Concepção de motor: 999 cm³, flex, três cilindros, 12 válvulas (quatro por cilindro), turbo, injeção direta de combustível, comando de válvulas único no cabeçote, MultiAir, bloco e cabeçote em alumínio |
| Transmissão: automática do tipo CVT com simulação de 7 marchas e opção de trocas manuais |
| Potência: 125/130 cv a 5.750 rpm (gasolina/etanol) |
| Torque: 20,4 mkgf a 1.750 rpm (gasolina/etanol) |
| Suspensão dianteira: independente, McPherson, com barra estabilizadora |
| Suspensão traseira: eixo de torção com molas helicoidais |
| Direção: com assistência elétrica progressiva |
| Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira |
| Pneus e rodas: Pirelli P7, medidas 205/50. Rodas de liga-leve aro 17 (opcionais) |
| Dimensões (comprimento/largura/altura/entre-eixos): 4,10 m/1,77 m/1,58 m/2,53 m |
| Porta-malas: 370 litros |
| Tanque de combustível: 47 litros |
| Peso em ordem de marcha: 1.234 kg |
| Aceleração 0 a 100 km/h: 9,4/9,7 segundos (etanol/gasolina) |
| Velocidade máxima: 189/187 km/h (etanol/gasolina) |
| Preço básico: R$115.790 (carro avaliado: R$124.025) |
Itens de série:
Câmera traseira em alta definição com linhas adaptativas, Gancho universal para fixação de cadeira para crianças (ISOFIX), Gear Shift Indicator (Indicador de troca de marcha), Alto falantes dianteiros (2), Alto falantes traseiros (2) e Antena, Ar-condicionado automático e digital, Console central com apoio de braço, porta-copos, porta-celular e porta-objetos, Vidros elétricos dianteiros e traseiros com função one touch e antiesmagamento, Faróis em LED, Central multimídia com tela de 8,4″ touchscreen, Apple Car Play e Android Auto wireless, Comandos de Voz, Bluetooth, MP3, Rádio AM/FM, Porta USB (2): USB Tipo A e Tipo C., Piloto automático (Cruise Control), Alerta de não utilização do cinto de segurança para todos os passageiros, Paddle-shifters, ADAS: AEB (Frenagem autônoma de emergência), LDW (Alerta de mudança involuntária de faixa) e AHB (Comutação automática de farol alto), ASR (Controle eletrônico de tração), Lanterna traseira em LED, Computador de Bordo (distância, consumo médio, consumo instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de percurso), Banco traseiro bipartido 60/40 e com assentos rebatíveis, ESP (Controle Eletrônico de Estabilidade), Sensor de estacionamento traseiro, 4 Airbags, Carregador do Celular por Indução, Quadro de instrumentos 3,5″ multifuncional com relógio digital, calendário e informações do veículo em TFT personalizável, Partida Remota via chave canivete, Hill Holder (Assistente de partida em rampa), Alertas de limite de velocidade e manutenção programada, Retrovisores externos com regulagem elétrica e função Tilt down, Volante com revestimento em couro, Keyless Entry’n Go, iTPMS (Monitoramento de pressão dos pneus), LED DRL, Volante multifuncional, Modo Sport, Repetidores de seta laterais em LED, Retrovisor interno eletrocrômico, Sensor de chuva, Sensor crepuscular, Limpador e lavador do para-brisa com intermitência, Alarme antifurto, Freios ABS com EBD
