(Avaliação) Chevrolet Spin LTZ: para grandes famílias…de até cinco pessoas

A Chevrolet do Brasil e seus “filhos únicos”: além do Cruze Sport6, último hatch médio com preço aceitável do mercado nacional, ainda oferece a veterana Spin, minivan que luta bravamente contra a maré de SUVs. É outra que está sozinha no mundo, e hoje, sem exageros, é a única da categoria no Brasil. Tudo bem que essa geração da minivan, de 10 anos, já está cansada, mas outra renovada já está no forno.

Filha única: hoje só existe a Spin como minivan nacional (Foto: Lucca Mendonça)

Se as versões de sete lugares são interessantíssimas do ponto de vista da relação custo X benefício (é o carro de três fileiras de bancos mais barato do Brasil, disparado), o que dizer das de cinco lugares, como essa LTZ de quase R$115 mil? Nesse ponto a Spin já tem um problema dentro de casa que se chama Tracker, SUV compacto que pode ser mais atraente para as famílias não muito grandes, daquelas que não precisam de 7 bancos. Ainda assim o preço é vantagem na minivan, já que o SUV não sai por menos de R$120 mil e em uma versão basicona.

LTZ vem sempre com cinco lugares, é completa e custa menos que um Tracker (Foto: Lucca Mendonça)

A Spin LTZ, que já foi topo de linha, é recheada: rodas de liga aro 16, retrovisores e maçanetas pintadas na cor do carro, faróis de neblina, bancos em courvim e tecido, multimídia completa de 7”, câmera de ré, sensores de estacionamento traseiros, volante multifuncional, conjunto elétrico completo, farol com acendimento automático ao ligar a ignição (não confundir com sensor crepuscular), piloto automático, limitador de velocidade, luzes diurnas em LED, e até partida remota pela chave, uma das novidades na linha 2023. Lembrando que câmbio automático de seis marchas é de série na Spin, com exceção de uma versão LS manual que só é vendida para CNPJ.

Faróis com acendimento automático, luzes de neblina e DRL são de série aqui (Foto: Lucca Mendonça)

Debaixo do capô está o intocável 1.8 8v, aquele famoso “Monzatech” ou “Família I” com projeto de algumas décadas. Um ótimo motor de 106/111 cv de potência e 16,8/17,7 mkgf de torque que, pelo tempo de produção, tem manutenção descomplicada e barata. Não é dos mais potentes, muito menos tecnológico, mas brilha com muita robustez, força desde cedo e consumo comedido. Na Spin, único carro que ele se faz presente, não é raro passar dos 12,5 km/l de gasolina na cidade e 17,0 km/l na estrada. Surpreendentemente econômico, ainda mais considerando o formato de “freezer horizontal” da minivan.

1.8 de longas datas é muito bom, e ainda auxiiliado pela caixa GF6, bem esperta (Foto: Lucca Mendonça)

Nela não existe Start&Stop, mas sim outra funcionalidade até mais interessante: grade dianteira inteligente, que regula eletricamente (e automaticamente) sua abertura e fechamento conforme as necessidades de ventilação do motor. Isso faz toda a diferença no arrasto aerodinâmico durante a condução, principalmente rodoviária. Foi um complemento adotado na primeira reestilização da Spin, feita em 2018. Primeira e única, aliás, que deixou seu design mais agradável.

A Spin continua sendo um carro honesto e competente na sua proposta (Foto: Lucca Mendonça)

O carro continua sendo único e bem compentente no que promete, oferece e faz. É realmente um ponto fora da curva em tempos atuais, onde qualquer um quer ser SUV. Essa versão LTZ de cinco lugares conta com a mesma modularidade de uma Activ7, por exemplo. A segunda fileira tem muito espaço, e ainda corre sob trilhos no esquema 1/3 2/3. Ali a galera escolhe entre dar mais alguns litros ao porta-malas (colossal, de 710 litros), ou privilegiar o vão para as pernas e joelhos dos passageiros traseiros (que é sempre bom). Seus bancos da frente são elevados e combinam bem com o painel baixo. É mais espaçosa que os utilitários compactos e ganha de certos médios.

A minivan da Chevrolet tem o conforto como outro ponto forte, claro. Além dos bancos ergonômicos pra qualquer tamanho de gente, suspensões macias e com boa absorção agradam as famílias turistas que queiram andar em pisos ruins por aí. Sem off-road, de preferência. Aqui, nesse carro de cinco lugares, temos mais silêncio que numa Spin de sete assentos, já que a terceira fileira, vira e mexe, chacoalha e faz barulho lá atrás. Mesmo assim falta um pouco de isolamento acústico, especialmente na parte mecânica.

Acabamento é bom. Detalhe para os comandos manuais da transmissão GF6, via botões (Foto: Lucca Mendonça)

No interior, o acabamento é bem decente e esmerado, sem falhas na montagem. Beleza não é primordial, a função fala mais alto que a forma, mas sua cabine atrai: cheia de porta trecos, prática, descomplicada e distante do padrão moderno, aquele de janelas pequenas, central flutuante, tudo digital etc. A Spin é bem ao estilo do carro racional, sem qualquer frufru ou emoções ao volante. É uma minivan familiar e cumpre muitíssimo bem o que promete.

Como anda? Bem demais. Isso de deve principalmente ao baixo peso para seu tamanho (quem diria que são só 1.200 kg?) e o torque bem cedo do 1.8. Por volta das 2.700 rpm, toda a força já está disponível, o que é ótimo para um motor de aspiração natural e sem modernidades como duplo comando variável, por exemplo. Ter só duas válvulas por cilindro, ao invés de quatro, também faz a diferença. Não é atoa que o câmbio automático, a esperta caixa GF6, trabalha subindo marchas sempre que possível. Se precisar, ele reduz por conta própria ou recebe comandos manuais pelos botões na lateral da alavanca. Boa dupla.

Dupla 1.8 8v + câmbio GF6 deixam a Spin esperta no uso (Foto: Lucca Mendonça)

No geral, por menos de R$115 mil (ou cerca de R$116.500 com cor metálica como o carro das fotos), não encontra-se nada tão espaçoso, grande e bem equipado quanto a Spin LTZ, que agora só tem a configuração de cinco lugares no catálogo. É a “sobrevivente” que pode atender à você e sua família melhor que qualquer SUV. Desde que sejam até cinco pessoas…

Ficha técnica:

Concepção de motor: 1.796 cm³, flex, quatro cilindros, 8 válvulas (duas por cilindro), aspiração natural, injeção indireta de combustível, comando de válvulas único no cabeçote, bloco de ferro fundido/cabeçote em alumínio

Transmissão: automática com conversor de torque de 6 velocidades e trocas manuais pela alavanca

Potência: 106/111 cv a 5.200 rpm (gasolina/etanol)

Torque: 16,8/17,7 mkgf a 2.700 rpm (gasolina/etanol)

Suspensão dianteira: independente, McPherson, com barra estabilizadora

Suspensão traseira: eixo de torção com molas helicoidais

Direção: com assistência elétrica progressiva

Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira

Pneus e rodas: Bridgestone Ecopia EP150, medidas 205/60 com rodas de liga-leve aro 16

Dimensões (comprimento/largura/altura/entre-eixos): 4,36 m/1,73 m/1,68 m/2,62 m

Porta-malas: 710 litros

Tanque de combustível: 53 litros

Peso em ordem de marcha: 1.202 kg

Aceleração 0 a 100 km/h: 11,1 s (etanol)

Velocidade máxima: 168 km/h (etanol)

Preço básico: R$114.750 (carro avaliado: R$116.450)

Itens de série:

Airbag duplo, Alarme Antifurto, Aviso sonoro do cinto de segurança – motorista e passageiro dianteiro, Cintos de segurança dianteiros com ajustes de altura, Assistente de partida em aclive, Controle eletrônico de estabilidade e tração, Luz de posição em LED, Regulagem elétrica de altura dos faróis, Faróis de neblina, Sistema de freios com ABS e sistema de distribuição de frenagem (“EBD”), Sistema de fixação de cadeiras para crianças (“Isofix e Top Tether”), Espelhos retrovisores externos elétricos, Maçanetas externas na cor do veículo, Rodas de alumínio aro 16″, Partida remota do motor, Ar-condicionado, Coluna de direção com regulagem em altura, Computador de bordo, Piloto automático com limitador de velocidade, Limpador/lavador/desembaçador elétricos do vidro traseiro, Direção Elétrica Progressiva, Câmera de ré, Sensor de estacionamento traseiro, Vidros elétricos nas portas com acionamento por “um toque”, antiesmagamento e abertura/fechamento automático pela chave, Volante multifuncional, Banco do motorista com regulagem de altura, Banco da segunda fileira bipartido, rebatível e corrediço, Bancos com forração híbrida (tecido e acabamento premium)

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Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.