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Com mais de 8.500.000 unidades fabricadas, é natural que o VW Gol renda muitas pautas, e hoje, vou falar sobre uma edição especial pouco lembrada: a Sport. Eis que, com grandes chances de a seleção brasileira levar o título de Pentacampeã Mundial em 2002, o que de fato ocorreu, a Volkswagen surgia com um Gol que não recebia o nome alusivo “Copa”, o que frustrou muitos fãs do carro. O nome Gol, inclusive, se refere às traves com rede de 7,32 metros de largura e 2,44 metros de altura, utilizado como meta pelos jogadores para a marcação de pontos nos jogos de futebol.
Surgia assim a edição especial Gol Sport. Antes dela, outros modelos usaram o nome “Copa”, como o Gol Copa de 1982 e de 1994. As Copas de 1986, 1990 e 1998 não tiveram homenagens por parte da Volkswagen no Gol. E por que o Gol série especial não recebia o nome Copa, já que, além de ter sido um sucesso nas edições anteriores, o nome era muito mais propício?
De acordo com divulgação realizada pela FIFA, atualmente, 235 palavras foram registradas junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual) e só poderão ser utilizadas por patrocinadores até o final do Mundial. Isso quer dizer que, se a Volkswagen se tornasse patrocinadora oficial àquela época, e pagasse o uso de direito deste nome, poderia sim ter lançado o Gol Copa em 2002. Por questões estratégicas da marca, isso não aconteceu.
O marketing da marca fez o seu trabalho, e o Gol Sport foi apresentado como o carro do mundial. Decepcionava os fãs não só pelo nome, mas em conteúdo. Bonito, mas não o suficiente para uma edição alusiva à Copa do Mundo, o Gol Sport era equipado, em fevereiro de 2002, com o motor EA-111 1.0 16v de 76 cv ABNT e 9,7 kgfm de torque a 4.500 rpm, considerado à época o 1.0 aspirado mais potente da categoria, e acelerador eletrônico E-Gas.
Fazia de 0 a 100 km/h em 13,5 seg., e chegava aos 165 km/h de velocidade máxima. Seu consumo cobrava caro por sua potência: 8,1 km/l na cidade e 13,9 km/l em estrada.
Trazia como itens de série CD Player com 4 alto falantes e 2 tweeters, antena no teto, banco do motorista com regulagem de altura, aerofólio na cor do veículo com brake-light, vidros escurecidos, supercalotas (as mesmas do Santana 1.8 Mi), faróis com duplo defletor e máscara negra, frisos laterais, faróis e lanternas de neblina, lanterna traseira fumê e grade dianteira na cor do carro. Além disso, o Gol Sport, opcionalmente, poderia vir com aquecimento, ar-condicionado, alarme keyless, airbag duplo, espelho retrovisor elétrico e rodas de aro 15 (as mesmas do GTi 16v).
A logotipia aplicada nas laterais externas do veículo, na tampa traseira e no volante (exceto veículos equipados com airbag) personalizam a série, que tinham elementos alusivos aos países que sediaram a copa àquele ano: Coréia do Sul e Japão. O modelo era oferecido em oito opções de cores externas: Prata Reflex, Azul Mercato, Verde Brunei, Branco Cristal, Azul Indigo, Vermelho Coral e, a exclusiva, Amarelo Solar, todos com o acabamento tear Burlin, na cor preta. No total, cerca de 15 mil unidades do Gol Sport foram produzidas entre fevereiro e maio de 2002.
Em 2006, a Volkswagen voltava a usar o nome Copa no Gol de geração 4, substituída pela edição Seleção de 2010 e 2014. Em 2018, novamente, o modelo não teve nenhuma edição especial associada à Copa. Prestes a sair de linha, mesmo sendo o VW mais vendido no Brasil e o carro mais vendido em julho, o Gol se despedirá do mercado com a edição Last Edition, e não terá nenhuma versão especial alusiva ao mundial que acontecerá no Catar em novembro de 2022.
Caso o Gol volte a ser fabricado em meados de 2024 em novo projeto que está sendo desenvolvido pela marca, teremos a chance de ver uma nova edição do modelo alusiva ao mundial em 2026. Caso o nome Gol não seja mais utilizado, restarão as lembranças de uma época em que as duas paixões nacionais se uniram para fazer história: o automóvel, no caso o Gol, e o futebol.
