Renault Kwid: Econômico e barato, pode até mesmo ser comprado pela internet

A proposta do Kwid, desde o início, é bem interessante: Ser um dos carros mais baratos do mercado brasileiro e, além disso, ser bem econômico, tanto na manutenção quanto no consumo de combustível (Com Etanol, obtive cerca de 10 km/l na cidade e 16 km/l na estrada). Um carro para as grandes massas. Graças as suas contidas dimensões externas (3,68 m de comprimento e 1,58 m de largura), é também fácil de estacionar e se acomoda bem em qualquer canto. Vale também a proposta de um carrinho urbano. Como ele tem uma boa altura livre do solo, que garante um bom manuseio na buraqueira e nas lombadas, e por possuir um bom ângulo de entrada e saída, sem raspar os parachoques, a Renault o chama de SUV compacto. Mas aí, convenhamos, é um pouco de exagero da marca francesa, pois falta muito ao Kwid para ser um autêntico SUV.

Mas claro, que para todo ponto positivo, existe quase sempre um contraponto. Suas contidas e compactas dimensões limitam seu espaço interno: Pessoas de estatura acima de 1,75 m, quando bem acomodadas nos bancos dianteiros, sacrificam o conforto de quem vai sentado no banco traseiro. Isso parece óbvio, afinal de contas trata-se de um carro compacto, vendido a partir dos R$33.290 em sua versão básica. Por esse preço, não se pode fazer muito milagre. No porta-malas, por exemplo, são bons 290 litros, quase a mesma capacidade de um HB20 ou Onix. E, é claro, não espere um acabamento refinado e luxuoso em um carro que tem pretensões populares. Em seu interior, acostume-se ao simples. Ponto positivo para os airbags laterais, que equipam o carro desde a versão de entrada, garantindo segurança extra aos ocupantes em caso de acidentes.

Mas o Kwid guarda uma boa surpresa em sua mecânica, robusta. O motor de 3 cilindros e 1 litro de capacidade cúbica, em que pese a sua simplicidade construtiva, gera 66cv com gasolina e 70cv com etanol, além de ser bem econômico, já que o carro que pesa menos de 900 kg. O câmbio manual de 5 marchas apresenta engates secos e precisos e seu sistema de suspensões tem se mostrado robusto e resistente as buraqueiras de nossas ruas e estradas. Certamente o projeto original, oriundo da Índia, pesou na robustez do conjunto mecânico. O sistema de direção elétrica é suave nas manobras e preciso nas estradas. Seu sistema de freios é apenas suficiente com a proposta do carro, nada que surpreenda.

O carro das fotos, da versão topo de linha batizada de Intense, é vendido por R$41.890 e, além dos casuais ar-condicionado, direção elétrica e trio elétrico, oferece ainda central multimídia com câmera de ré, bancos com acabamento que imitam couro, chave canivete, calotas plásticas que simulam rodas de liga-leve, entre outros. Mas, apesar de bem equipado, o Kwid nessa versão Intense já não é um negócio tão interessante assim, pois seu preço já esbarra em outros carros de categorias superiores, até mesmo dentro da Renault. A montadora oferece, além da tradicional venda nas concessionárias, a comercialização do Kwid também pela internet, onde o consumidor pode montar o carro no configurador da marca, fazer o cadastro no site, efetuar o pagamento de um sinal comprovando a compra do carro, e depois parcelar o resto pelo banco Renault. Depois de um prazo, o comprador recebe um aviso da concessionária informando que o carro encomendado já está disponível para retirada. Uma maneira interessante de comprar, mas que tira do consumidor aquele “chorinho” no preço final, ou, por exemplo, um jogo de tapetes de brinde na hora da compra, coisas que sempre ocorrem na hora da venda nas concessionárias, mas que na compra online são impossíveis.

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Jornalista na área automobilística há 48 anos, trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e na Revista Motor Show por 24 anos, de onde foi diretor de redação de 2007 até 2016. Formado em comunicação na Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e os Mil Quilômetros de Brasília em 2004, além de ter participado em competições de várias categorias do automobilismo brasileiro. Tem 67 anos, é casado e tem três filhos homens, de 20, 31 e 34 anos.