Audi A3 Sedan: A marca alemã além dos esportivos RS

Quem pensa em Audi, quase sempre vai ter na cabeça um carro esportivo, luxuoso e, principalmente, caro o suficiente para ser exclusividade dos ricaços. E isso não é um erro por completo, já que a montadora também oferece carros com esse perfil: Os RS, divisão esportiva da linha Audi, reúnem desempenho de tirar o fôlego, luxo de sobra e preço para poucos. Mas, além deles, também existem modelos “normais” como o A3, sedan médio que dá mais prioridade ao conforto do que a velocidade. Carro de entrada da marca, o ele parte de aproximados R$125 mil, brigando diretamente com as versões topo de linha do Toyota Corolla, Honda Civic e Chevrolet Cruze (carros normais e nem um pouco “exclusivos”).

Então, para os desavisados de plantão (que, no caso, é quase todo mundo, já que até a própria marca não usa desse argumento de vendas), é possível ter um Audi pelo mesmo preço de um sedan Honda ou Chevrolet, por exemplo. E quase tudo muda: além do requinte de ter um carro de uma marca premium, a rede de concessionárias tem atendimento diferenciado (o mesmo atendimento de quem compra uma RS6 Avant de R$600 mil, por exemplo), e até na hora da revenda a coisa muda (afinal você vai estar vendendo um Audi). O único lado ruim disso tudo é que, nos preços de revisão, a história de marca premium continua, e os serviços custam mais.

O carro das fotos é da versão topo de linha Performance, que tem motor 2.0 turbo de 220 cv e 35,7 mkgf de torque, mas que também esbarra nos R$200 mil. Já configuração Prestige, a de R$125 mil (que a Audi não possui disponibilizada para a imprensa), tem mecânica mais contida: motor 1.4 turbo de 150 cv e 25,5 mkgf de torque com câmbio automático de 6 marchas. Pode parecer estranho, mas esses motores são bastante conhecidos, só que por equiparem alguns Volkswagen, afinal as duas montadoras são do mesmo grupo: o 2.0 é o mesmo dos esportivos Golf GTI e Jetta GLI, e o 1.4 ficou famoso no Golf de sétima geração (que se despediu do mercado no início desse ano), além de estar presente também no Jetta (versões Comfortline e R-Line), Tiguan (versões 250 TSI e Comfortline) e na versão Highline do SUV T-Cross.

Mas, agora voltamos ao A3 Sedan Prestige do início do texto, que concorre com Civic, Corolla, Cruze e afins. Apesar de ter seu preço sugerido em R$125.990, não é difícil encontrar concessionárias que pedem (bem) menos pelo modelo, chegando até aos R$115 mil. No geral, ele é bem equipado: além dos triviais ar-condicionado; direção elétrica; conjunto elétrico (vidros, travas e retrovisores); rodas de liga-leve aro 16 e computador de bordo, ele ainda conta com piloto automático; volante multifuncional; paddle-shifts para trocas de marchas; faróis bi-xenônio com ajuste automático; central multimídia com conexão Bluetooth e ajustes do veículo; freio de estacionamento elétrico; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; limpador de faróis; sistema Start&Stop; 7 airbags; Isofix; controles eletrônicos de estabilidade e tração; entre outros. Só não espere coisas como bancos de couro, ar-condicionado digital ou o painel digital Virtual Cockpit de 12,3”: apesar de bem equipada, a versão Prestige ainda é a mais barata da linha.

Agora, falando do modelo no geral, o A3 é um carro elogiável: direção, freios e dirigibilidade são muito bem acertados. Além disso, a baixa posição dos bancos e a sensação que você se “encaixa” dentro do carro são ideais para quem gosta de dirigir. E mesmo com essa mecânica mais fraca, o A3 Sedan tem desempenho bastante satisfatório: 0 a 100 km/h em cerca de 9 segundos e velocidade máxima de 215 km/h. Mesmo assim algumas críticas são válidas: apesar do entre-eixos razoável (2,63 m), os passageiros traseiros sofrem com o pouco espaço para as pernas e, para os mais altos, o desconforto é ainda maior na região da cabeça: o principal culpado disso é o grande caimento do teto, que já começa logo após os bancos dianteiros.

Apesar de ser o carro-chefe da marca, o A3 Sedan vende pouco se comparado com seus concorrentes: no acumulado de 2019, foram vendidas apenas 1.377 unidades do Audi contra 26.084 do Corolla, líder supremo do segmento. Isso se deve, em parte, a baixa publicidade do modelo nas versões de entrada, já que a versão topo de linha (como o carro das fotos), é a mais divulgada, mas custa quase R$200 mil e acaba sendo caro até mesmo na categoria dos sedans grandes, como por exemplo Ford Fusion e Volkswagen Passat. Talvez, revendo o posicionamento do modelo e explorando mais esse argumento de venda, informando que se pode comprar um Audi por menos de R$125 mil, essa situação mude.

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Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.