Como funciona o sistema de direção

Responsável pela condução correta e precisa do veículo, o sistema de direção partiu de uma simples alavanca que atuava nas rodas dianteiras, direcionando o veículo para o lado desejado, até transformar-se hoje em um sistema sofisticado de altíssima precisão, responsável inclusive pela estabilidade direcional do veículo. Em curto período de tempo, já no início do século 20, a alavanca ou manete foi logo substituído pelo volante redondo que conhecemos hoje: Os projetistas perceberam que, girando um volante, o motorista tinha mais facilidade e precisão na condução do veículo do que se fosse usado uma simples alavanca.

O sistema de direção, desde o início dos anos 1900 com a chegada do volante, não mudou muito. A barra de direção transmite o movimento giratório do volante para a caixa de direção, que possui em seu interior uma rosca, chamada de “sem-fim”, e o setor, um dentado que é ligado a essa rosca, fazendo o movimento para frente ou para trás, dependendo da direção que se vira a direção. Externamente, um braço vai ligado a essa peça dentada, e esse braço, chamado de Pitman, se conecta com duas barras, uma ligada à roda direita e a outra à esquerda. Normalmente, esse tipo de sistema de direção, chamado de Setor e Sem Fim, é utilizado com frequência nos carros mais antigos e nos veículos mais pesados, como picapes, caminhões e ônibus.

Nos carros mais modernos, a partir dos anos 60, começou-se a utilizar em um número cada vez maior um sistema de direção bem mais simples, leve e de fácil manutenção, chamado de Pinhão e Cremalheira. Nesse caso, a barra de direção vai conectada a um pinhão (Uma pequena roda dentada), que vai ligada a uma barra também dentada, chamada de Cremalheira. Ao girar o volante, através da barra de direção, você gira o pinhão que, conectado com a Cremalheira através de dentes, empurra essa barra para direita ou esquerda, dependendo do movimento do volante. Os extremos dessa barra dentada tem conectadas outras barras ligadas as rodas, que quando movimentadas, esterçam as rodas.

O leitor percebe que os sistemas descritos são puramente mecânicos. Ou seja, a força muscular do motorista é que faz o esterçamentodas rodas. Para aliviar esse árduo trabalho do motorista, os engenheiros criaram sistemas de direção assistidos: Basicamente, são semelhantes aos descritos acima, mas contam com auxílio hidráulico, eletro-hidráulico ou totalmente elétrico. No sistema hidráulico, uma bomba hidráulica cria uma força de pressão em um óleo específico que vai auxiliar o movimento do volante. Basicamente, é como se uma outra pessoa estivesse ajudando a girar o volante, reduzindo o esforço do motorista e, dessa forma, facilitando as manobras.

O sistema eletro-hidráulico atua na redução do esforço da mesma forma que o sistema puramente hidráulico. A diferença fica por conta de, ao invés da bomba hidráulica ser ligada ao motor através de correias, o sistema utiliza um pequeno motor elétrico para acionar a bomba hidráulica sempre que um sistema eletrônico de comando desse motor percebe que o motorista vai virar o volante. Dessa forma, quando se está trafegando em linha reta, o sistema hidráulico não atua na direção e não temos a bomba hidráulica consumindo potência e força do motor, evitando assim o desperdício de combustível. Esse sistema misto foi criado para que, ao contrário do sistema hidráulico puro, não desperdiçasse potência do motor e combustível quando a direção não fosse usada.

Finalmente, temos o sistema mais moderno, aquele puramente elétrico. Esse, além da simplicidade construtiva, anula quase que totalmente o consumo de combustível, pois não temos nada hidráulico que exija torque do motor e, consequentemente, desperdício de combustível. Esse sistema consiste, basicamente, de um motor elétrico que ajuda a movimentar a direção, sempre que o sistema eletrônico auxiliar percebe que o motorista tem a intenção de movimentar o volante. Assim, se você virar o volante para a esquerda, por exemplo, o motor elétrico percebe e liga. Se, ao contrário, você for virar o volante para a direita, o mesmo sistema eletrônico aciona o motor elétrico para girar no outro sentido, ajudando o motorista a movimentar a roda.

Compartilhar:
Jornalista na área automobilística há 48 anos, trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e na Revista Motor Show por 24 anos, de onde foi diretor de redação de 2007 até 2016. Formado em comunicação na Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e os Mil Quilômetros de Brasília em 2004, além de ter participado em competições de várias categorias do automobilismo brasileiro. Tem 67 anos, é casado e tem três filhos homens, de 20, 31 e 34 anos.