VW Polo 1.6: Fusão certa de preço, desempenho e economia

Há carros que em sua criação e nascimento, parecem que são ”abençoados pelos Deuses dos Carros”: Tudo neles dá certo. Nesses casos, na grande maioria das vezes, o consumidor percebe a singularidade desses carros ”abençoados” e começam a comprá-los pelo interesse que eles despertam. Esse Polo 1.6 acho que está entre eles. Fiquei impressionado com a harmonia do carro no todo. Esse hatch compacto premium mostrou-se silencioso ao rodar, seguro nas manobras rápidas de volante, estável em linhas retas, previsível nas curvas, econômico na hora de abastecer e com desempenho dócil mas vigoroso quando se pisa fundo no acelerador. Dirigindo, tudo que se espera de um hatch desse porte e preço.

Mas ele não é perfeito. A crítica fica por conta da pobreza de equipamentos de série do modelo 1.6 básico, que custa a partir de R$59.150 e vem apenas com ar-condicionado, direção elétrica, computador de bordo, rádio AM/FM com MP3 Player, travas e vidros elétricos, volante multifuncional e rodas de aço com calotas. Para você ter o carro das fotos, o que avaliei, terá de desembolsar cerca de estratosféricos R$5.000 a mais para, aí sim, ter o carro completinho com itens como rodas de liga-leve aro 15, os indispensáveis controles de estabilidade e tração, sensores de estacionamento e central multimídia. Dessa forma, com esses itens, esse belíssimo carro custa, na realidade, cerca de R$64 mil.

O motor 1.6 16v pertence a família mais moderna lançada pela marca no Brasil, que no Polo recebeu uma recalibração da central eletrônica de comando. Apesar da potência ter sido reduzida de 120 para 117cv, sua curva de torque ficou mais suave, proporcionando uma dirigibilidade bastante agradável a esse VW. Certamente esse motor 1.6 é um dos principais responsáveis por esse modelo ser tão dócil, silencioso e agradável de dirigir. Se considerarmos os seus principais concorrentes diretos de mercado, Onix 1.4, HB20 1.6 e Argo 1.3, o Polo mostra superioridade no desempenho e um preço atraente. Diferentemente de seus irmãos mais caros, que utilizam o motor 1.0 TSI e câmbio automático de 6 marchas de série, o Polo 1.6 é um hatch mais a moda antiga, com 16 válvulas e injeção indireta. Completa essa mecânica, um câmbio de engates secos e precisos, uma suspensão firme, que passa boa sensação de estabilidade e uma direção elétrica com calibração correta formam um ótimo conjunto mecânico.

No consumo, com Gasolina em rodovias de pista dupla e trafegando em velocidades ao redor dos 100 km/h, obtive marcas na casa dos 17,5 km/l e com Etanol, esses valores se reduziam para 12,5 km/l. Na cidade, as marcas foram de 9,5 km/l com Gasolina e 6,8 km/l com Etanol no pesado trânsito da capital Paulista. Os bancos dianteiros, que lembram no desenho os antigos Recaro, tem generosas abas nos assentos e encostos, são encorpados e, apesar de acomodarem bem o corpo, poderiam ter a espuma um pouco mais macia. No banco traseiro, que acomoda bem até as pessoas mais altas, poderia ter um espaço maior se os bancos dianteiros não fossem tão encorpados. Me chamou a atenção a profundidade do assoalho nos bancos traseiros com relação as caixas de ar laterais: Tem quase um palmo de altura, dificultando a saída de pessoas mais idosas ou com dificuldades de locomoção. As portas traseiras poderiam, também, ter um ângulo de abertura um pouco mais amigável. Para motorista e passageiro que vai à frente, o painel envolvente, apesar da boa sensação de habitabilidade, rouba muito espaço de movimento. O porta-malas de 300 litros mostra-se suficiente para a bagagem de quatro pessoas em uma viagem de final de semana.

No início do texto, fica claro que gostei do carro. Se compraria um para o meu uso? Certamente sim. Pois, para transportar a família, sem dúvida as 5 estrelas que o carro obteve nos testes de impacto do Latin NCap dão uma boa sensação de segurança para viajar. O carro, sem dúvidas, não é perfeito. Tem lá os seus ”poréns”. Mas em seu conjunto, me agradou. Até pelo desempenho (0 a 100 km/h em 9,6s e atinge os 193 km/h de velocidade máxima) e o baixo consumo colaborou para essa boa impressão. O preço de R$64 mil cobrado pela Volkswagen, mesmo alto, está dentro das cifras cobradas pelos concorrentes e, apesar do seu design conservador, o carro agradou as pessoas que o viram, de uma maneira geral. .

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