Vai viajar de carro elétrico? É preciso se preparar!

Final de ano, época de férias e viagens. As dicas básicas para revisar o carro antes de colocar toda a família e malas a bordo são conhecidas: pneus, luzes, freios, sistema de arrefecimento, bateria, bombas (combustível, água e óleo), além de verificar condição do estepe, do óleo e dos filtros, seja de combustível, de admissão ou até mesmo aquele que protege o ar que vai para o interior do veículo. Essas dicas anteriores valem para os carros a combustão, mas, sim, tem quem viaje com elétricos!  

As manutenções dos carros elétricos são menos frequentes, mas existem, afinal eles também tem faróis e lanternas que podem ter lâmpadas queimadas, freios que se desgastam, pneus que ficam carecas e alguns cuidados extras com relação as baterias e processo de recarga. É preciso ficar de olho nos períodos de manutenção de cada marca ou modelo: a Volvo fala em períodos de 30 mil km para o EX30, enquanto a BYD trabalha com intervalos de 20 mil km e a GWM descreve serviços a cada 24 mil km. 

Como, nas suspensões, os elétricos trazem um conceito construtivo igual ao de carros a combustão, elas não fogem das inspeções antes de viagens. Barulhos, ruídos ou comportamentos anormais do carro em movimento podem sinalizar problemas: amortecedores estourados, buchas estragadas, molas desgastadas e por aí vai, coisas também comuns nos elétricos. Nos freios, discos, pinças e pastilhas também devem estar em bom estado antes de encarar uma viagem.  

As suspensões dos elétricos são praticamente iguais a de carros a combustão: manutenção necessária! (Foto: BYD/divulgação)

Vale lembrar que, assim como os pneus, as suspensões e os freios (se não for utilizado o modo de regeneração de energia) dos elétricos também podem se desgastar mais rapidamente que o de modelos a combustão, dado o peso em ordem de marcha mais elevado. Alinhamento e balanceamento? Procedimentos de praxe, em qualquer veículo de quatro rodas, seja elétrico ou não. Calibração correta dos pneus, também. Lembrando que existem pneus dedicados aos elétricos, com composto de borracha especial. 

Mas, o mais importante nos EVs: a bateria. Antes de partir, vale conferir sua saúde (alguns modelos têm essa informação disponível no painel de instrumentos ou na multimídia), ou comprovar que ela não está descarregando mais do que deveria (ou seja, se não perda anormal da autonomia). Além disso, como as baterias costumam ter sistema de refrigeração a líquido, é importante verificar se o nível do fluído de arrefecimento e se os dutos do sistema estão em pleno estado.  

Também vale dar uma “geral” nos sistemas elétricos e eletrônicos, incluindo software de multimídia, por exemplo. Vale falar que boa parte desses serviços, por recomendação das próprias marcas, deve ser feito na rede de concessionárias, especialmente essas inspeções dedicadas, como das baterias e seu sistema de arrefecimento, ou das partes eletrônicas.  

Elétrica, eletrônica e softwares: também dar uma olhada neles. Mas, nesse caso, é quase impossível fazer essa inspeção fora da concessionária (Foto: Volvo/divulgação)

E, claro, é preciso planejar bem o destino, trajeto, contratempos e datas. Ver se a rota conta com carregadores em operação, quanto tempo você precisará ficar parado lá até recuperar a carga, e se aquele é um local seguro, por exemplo. Quem pode ajudar nessa são os aplicativos com mapa dos pontos de recarga, onde é possível ver, por exemplo, a potência de cada fonte, se ela está operando e, dependendo, até opiniões de outros usuários. PlugShare e Charge Map são exemplos, mas existem outros próprios das fabricantes, como o Volvo Car Eletropostos.  

Planejar muito bem as paradas para recarga: nessa tarefa, alguns apps podem ajudar (Foto: Volvo/divulgação)

Pode valer a pena levar um carregador portátil, daqueles de carga lenta em tomadas residenciais de 220V. Em caso de eletropostos quebrados, mudanças de rota ou outros imprevistos, seus 2, 3 ou 4 kW de potência de recarga podem “salvar” a viagem até a próxima fonte rápida. Basta ter uma tomada de 20 ampères com 3 pinos e 220V. Esse carregador portátil é de série em alguns carros, como nos BYD e nos Peugeot, mas pode ser comercializado como acessório em outras marcas, como Renault (aproximadamente R$5 mil). Dá para encontrar vários à venda pela internet, inclusive de marcas tradicionais, como a Weg.  

Os carregadores portáteis de 220V são lentos, mas podem salvar numa emergência (Foto: Peugeot/divulgação)

E, em emergências, é importante saber como economizar carga durante a condução. O ar-condicionado, ou até mesmo ar quente, são vilões para o consumo de eletricidade, fazendo com que a autonomia baixe mais que o normal. Altas velocidades, também, assim como pressão excessiva no pedal do acelerador. Boa parte dos veículos elétricos modernos também conta com um modo econômico de condução, além de um nível mais alto de regeneração de energia em frenagens e desacelerações, ambos bem-vindos quando o assunto é poupar carga da bateria. 

Modo ECO, regeneração na configuração máxima, pé leve, ar desligado…opções para reduzir o consumo de energia dos elétricos nas viagens (Foto: Peugeot/divulgação)

Não, não é impossível viajar de carro elétrico. Porém, é preciso se programar bastante, e torcer para que tudo ocorra dentro do programado. E, sim, os elétricos também precisam de uma inspeção básica antes de saírem para uma viagem. Fique de olho! 

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Com 23 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.