(#TBT) Fiat Toro era lançada há nove anos para mudar o mercado de picapes

O tempo voa, inclusive para os carros. Agora em meados de fevereiro, mais precisamente dia 15, a Fiat Toro completará nove anos de lançamento: ela debutou no ano de 2016, em um evento realizado em Campinas, interior de São Paulo, e desde que chegou, quis revolucionar o mercado de picapes no Brasil. Isso porque ela surgiu com alguns pioneirismos bacanas: primeira picape nacional com tampa bipartida, primeira caminhonete monobloco com motorização turbodiesel e tração 4×4 fabricada no Brasil, e a primeira picape de quatro portas fabricada pela Fiat.  

Só não conseguiu o título de pioneira do seu porte e segmento pois a Renault Oroch já existia desde o final de 2015. Aliás, a rivalidade entre Toro e Oroch sempre foi acirrada, ainda que a primeira tenha feito muito mais sucesso que a segunda. Nos últimos dias, o modelo da Fiat bateu a marca das 500 mil unidades vendidas no Brasil (sem contar outras mais de 50 mil exportadas), enquanto o da Renault não soma muito mais que 115 mil emplacamentos nacionais, de acordo com o DENATRAN.  

Na época do lançamento da Toro, a Renault não perdeu a oportunidade de brincar com o pioneirismo da sua Oroch (Foto: Renault/divulgação)

O motivo? Além do bom custo X benefício da Toro desde que surgiu, muitos creditam o sucesso a ampla gama de versões e motorizações que ela teve ao longo dos anos (1.8 flex, 2.4 flex, 1.3 turboflex, 2.0 turbodiesel e o futuro 2.2 turbodiesel) e, principalmente, ao design acertado. Prova disso é que ela segue com poucas alterações estéticas até hoje, nove anos depois.  

Foto: Fiat/divulgação

Na realidade, a Toro teve forte inspiração no conceito batizado de FCC4, apresentado no Salão do Automóvel de 2014. Aquele era um misto entre picape cabine dupla e sedan alto, que já adiantava vários detalhes visuais que depois surgiram no carro oficial de 2016. Dentre eles, os faróis bipartidos, com a luz diurna acima e a iluminação principal logo abaixo, e a forte linha de cintura. Na época, já especulavam que aquele conceito poderia indicar o futuro da próxima picape monobloco da Fiat, confirmada meses antes.  

Os primeiros flagras das chamadas “mulas de testes” começaram ainda em 2014, há quase onze anos, mas com visual bem distante do que seria o definitivo: as Toro na sua forma final apareceram de verdade em meados de 2015, quando já se sabia mais detalhes da sua motorização, equipamentos, mecânica e por aí vai.  

Foto: Fiat/divulgação

No lançamento, cinco versões mesclavam motor 1.8 flex e 2.0 turbodiesel, câmbio automático de seis ou nove marchas e transmissão manual, tração 4×2 ou 4×4 com reduzida. Interessante que, da estreia, ainda existem duas versões em produção até hoje: Freedom Flex (que só trocou o motor 1.8 pelo 1.3 turbo) e Volcano turbodiesel (em breve deixará o 2.0 em prol de um novo 2.2). Quase impensáveis no mercado atual, as Freedom turbodiesel tinham a opção do câmbio manual, mesmo com sistema de tração nas quatro rodas. Duraram pouco, cerca de dois anos, assim como a configuração 1.8 manual, lançada em 2019. 

Por mais que, na versão de entrada, custasse até mais que uma Renault Oroch topo de linha, a picape da Fiat tinha como vantagens o porte um pouco maior, bem como a lista de equipamentos até mais recheada. Também contava com o refinamento das suspensões independentes com direito a fixação multibraço do eixo traseiro, conjunto emprestado do Jeep Renegade. Os dois sempre foram feitos na mesma fábrica, em Goiana (PE), de onde hoje também saem Compass, Commander e Ram Rampage. 

Foto: Fiat/divulgação

Graças a essa construção mecânica, e a plataforma modular moderna de uma maneira geral, a Toro sempre foi elogiada pelo nível de conforto e, especialmente, dinâmica de condução próxima a de um carro de passeio. Também podia trazer os mimos de um: ar-condicionado automático digital de duas zonas, banco do motorista com ajustes elétricos, multimídia, vários airbags, luzes diurnas de LED, retrovisor fotocrômico, rodas de liga-leve diamantadas, teto-solar…tinha um bom pacote para oferecer. 

Não deu outra: já em 2016, ano de estreia e que esteve à venda por apenas nove meses, ela se garantiu no posto de segunda picape mais comercializada do mercado brasileiro, com mais de 41 mil unidades. Perdeu para a irmã menor Strada, atual líder de vendas do mercado geral. O feito se repetiu em 2017 (50 mil exemplares vendidos), 2018 (58 mil), 2019 (65 mil), 2020 (54 mil), 2021 (quase 71 mil), 2022 (49 mil) e 2023 (51 mil). Em 2024, apesar dos quase 54 mil carros comercializados, ela já ocupou a terceira posição do ranking, ultrapassada pela VW Saveiro. Abaixo, lado a lado, uma unidade ano 2016 (vermelha) e outra 2025 (branca).

Futuro? Além do novo motor 2.2 turbodiesel, ao que tudo indica a picape ganhará mais um tapinha no visual antes de 2026 (o primeiro e único aconteceu em 2021). Uma nova geração é cogitada para o final de 2027 ou início de 2028, aí sim mudando a picape mais profundamente. Talvez, daqui dois ou três anos, essa primeira geração ainda esteja vendendo bem como hoje. Enquanto isso, a Fiat comemora, e faz valer o velho ditado: “não se mexe em time que está ganhando”. 

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Com 23 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.