Novos projetos de carro: popular ou superesportivo? Qual é mais fácil?


Quando as grandes mostras automotivas mundiais apresentam novos carros, os maiores destaques, a grande festa e o que a imprensa mundial mais fala é sobre os superesportivos de alta tecnologia. Carros que são mundialmente respeitados com a máxima tecnologia automotiva que se pode colocar nos automóveis. Se nessa grande mostra mundial uma marca popular apresentar o seu novo pequeno e econômico carro, o glamour será muito menor e a imprensa mundial pouco falará desse “patinho feio”.

Mas, quando mostramos atrás dos bastidores dos projetos desses novos carros, o superesportivo e o popular, qual deles você acha que foi mais fácil de ser concebido e executado? É quase que instintivo respondermos que o projeto de um sofisticado superesportivo, requer um trabalho muito mais árduo de projetistas e engenheiros, por causa da alta tecnologia empregada, e que o popular mais simples pode ser executado sem grandes dificuldades. Posso adiantar que se você pensa dessa forma, está redondamente enganado.
Vamos pegar, por exemplo, um superesportivo projetado e fabricado pela Pagani Automoboli SPA. O projetista Argentino Pagani já desenhou projetou e construiu vários superesportivos reconhecidos mundialmente pela performance, alta tecnologia construtiva, caríssimos materiais neles empregados e um design de deixar boquiaberto o mundo. O chassi em fibra de carbono é projetado por Pagani e executado por uma empresa terceirizada especializada nesse trabalho.

As suspensões, em duralumínio e fibra de carbono é um projeto do engenheiro argentino, auxiliado tecnicamente por empresas mundialmente renomadas no projeto de suspensões de alta performance. O design da carroceria é fruto das ideias de Pagani e de um estúdio de design.
O super motor biturbo de 12 cilindros e a caixa de câmbio foram encomendados para a AMG, empresa do grupo Mercedes-Benz especializada na concepção de carros da marca ou componentes de características esportivas. Pagani tem ainda o capricho de utilizar parafusos de titânio, com a particularidade de todos terem gravados a marca “Pagani” nas suas cabeças, trata-se de um parafuso do caríssimo carro da marca. Por que então é mais fácil fazer um superesportivo do que um popular? Essa resposta é fácil: em um carro da marca Pagani, não há limite de custo!

Como não existe esse limite, basta o projeto considerar tudo o que de melhor existe no mundo e aplicar ao superesportivo. O proprietário desse carro especial está interessado unicamente em comprar um dos melhores automóveis do mundo, não se importando com o quanto isso vai lhe custar. Esse fato permite ao fabricante dessas peças de arte, utilizar o melhor chassi em fibra de carbono, as melhores suspensões, o melhor e mais potente motor, o câmbio mais adequado, os pneus de melhor performance e por aí vai. Isso facilita muito a vida de quem concebe e executa o projeto, que se preocupa apenas em fazer o melhor, custe o que custar.
Agora vamos nos voltar a indústria que produz carros populares e lança um econômico, barato e confortável carro popular. Imaginem conceber um carro que seja bom, durável, econômico, que atenda as necessidades de uma família média, que tenha um design que agrade a grande maioria e que, além disso, mostre a imagem de um carro que tenha um bom valor de revenda e, finalmente, que dê uma boa margem de lucro à fabricante. Vocês percebem que fazer um carro com todos esses atributos, concentrados, requer um projeto e uma execução de engenharia muito mais elaborada?

Vocês percebem também que um pequeno deslize em qualquer fase desse projeto do popular pode custar um grande prejuízo para a empresa? Por esse motivo que o processo de concepção, projeto, execução e fabricação de um carro popular, com produção de centenas de unidades por dia, é muito mais complexo do que um superesportivo construído na razão de um a cada mês?
Por esse motivo, meus amigos, quando uma indústria automobilística se empenha no lançamento de um carro que será vendido à centenas de milhares de pessoas por ano, não se permitem erros, e a elaboração do projeto é muito mais complexa. Por isso que Pagani pode se dar ao luxo de produzir seu carro superesportivo de cabo a rabo, acompanhando cada etapa do processo de produção e todas as tecnologias nele empregadas.

Em uma grande indústria fabricando um carro popular, o Pagani seria apenas mais um engenheiro dentre centenas que pensam juntos, buscando a perfeição de um carro barato, econômico, simpático à quem compra e que, além de tudo, deve render um bom lucro à quem o fabrica. Por isso é mais fácil e menos complexo fazer um superesportivo de alta tecnologia do que um pequeno carro popular.