Maxus Terron: como é a picape que deve dar origem à próxima geração da VW Amarok?

A Volkswagen, oficialmente, disse que já está desenvolvendo uma nova geração da picape Amarok, finalmente. A fabricante alemã adiantou que essa reestilização atual, ainda feita sobre a obsoleta primeira geração do modelo, deve durar até 2027, quando chegará uma Nova Amarok, totalmente diferente. Essa (boa) notícia coincide com os últimos anúncios de investimentos da marca na Argentina, país que produz a picape há quinze anos: serão US$580 milhões injetados na filial entre 2025 e 2029.  

Mas, segundo apurações da Revista AutoEsporte, a Nova Amarok não deverá ser um espécime totalmente inédito. Isso porque ela será “prima” de uma picape da Maxus, divisão da chinesa SAIC, parceira da Volkswagen em outros países. Inicialmente, esperava-se parentesco com a Maxus T90, do porte da Amarok atual, porém, pela idade do projeto, essa teoria caiu por terra: datado de 2016, o conceito básico da T90 já está obsoleto para dar origem a um novo produto.  

A Maxus T90 (Foto: Maxus/divulgação)

Um esboço de design da nova geração da picape da VW revelou (quase) tudo, inclusive sua enorme semelhança com outra Maxus, a Terron. Linhas de janelas laterais e parabrisas, inclinação e formato das colunas, o teto alto e plano, recortes de paralamas e portas, posicionamento de elementos externos (maçanetas, retrovisores), tudo do tal desenho da VW, assinado por José Carlos Pavone, remete à Terron. 

Foto: VW/divulgação

Terron? Também pode chamá-la de Starcraft X ou Interestellar X, dois nomes de naves espaciais que ela também pode receber. É a mais recente caminhonete apresentada pela Maxus, lançada no finalzinho de 2024. Consideravelmente maior que as caminhonetes médias atuais (Ford Ranger, Chevrolet S10, Nissan Frontier e afins), ela chega a superar, inclusive, a rival chinesa BYD Shark nas dimensões. Curiosa é sua concepção, chamada pela Maxus de “semi-monobloco”: cabine e caçamba são unidas em uma só parte, porém mantendo a separação do chassi tipo escada.  

Foto: Maxus/divulgação

A Terron é parruda: tem dianteira extremamente alta e quadrada, com linhas laterais “cheias”, e ganha músculos principalmente na região dos paralamas, dianteiros ou traseiros. Oficialmente, falamos de 5,50 m de comprimento (15 cm a mais que a Amarok atual), 2,00 m de largura (1,95 m da Amarok) e 3,30 m de distância entre-eixos (menos de 3,1 m na Amarok). Segue a altura na casa dos 1,85 m, e a capacidade de carga que ronda os 1.000 kg. Ainda assim, a impressão visual é de uma picape bem maior, mais pesada e poderosa.  

A caçamba oferece cerca de 1.200 litros, um pouco menor que a da atual picape da Volks, porém há um diferencial: por não haver separação entre o compartimento de carga e a cabine de passageiros, é possível rebater o encosto traseiro e, assim, expandir a caçamba para até 3.000 litros. Nessa configuração de cabine e caçamba formando um mesmo compartimento, é possível chegar a um espaço com 2,60 m de comprimento por 1,60 m de largura. Essas informações vêm do site Car News China.  

Foto: Maxus/divulgação

Mundo afora, a Maxus Terron pode ser encontrada com motorização turbodiesel, híbrida ou 100% elétrica, o que possibilita a criação de futuras versões eletrificadas na Nova Amarok para 2027. Mecanicamente, nada muito inovador: suspensões tipo Duplo A na dianteira e feixes de molas na traseira, direção com assistência elétrica progressiva e, como em todo veículo chinês que se preze, freios a disco nas quatro rodas. A tração pode ter 4×4 com função de reduzida, e há bloqueios eletrônicos dos diferenciais dianteiro e traseiro. Na versão totalmente elétrica, a suspensão traseira torna-se independente, tipo multibraço.  

Foto: Maxus/divulgação

Por lá, a versão a diesel utiliza um motor 2.5 turbo de quatro cilindros com cerca de 225 cv de potência e 53 mkgf de torque, acoplado a uma transmissão automática de oito velocidades fornecida pela alemã ZF. Ainda é muito cedo para ditar a motorização da futura segunda geração da VW Amarok, porém, provavelmente, será diferente da picape da Maxus.  

Foto: Maxus/divulgação

Por ser fruto de um projeto moderno, a Terron chinesa traz tudo que é de mais moderno no segmento de picapes. Dependendo da versão, conta com um amplo pacote de assistentes inteligentes de condução (ADAS), com direito a estacionamento semiautônomo que lida com reboques e mais, além de grandes telas para multimídia e painel de instrumentos, carregador de celular por indução poderoso, seletor com diversos de tipos de terreno e por aí vai. Boa parte dessas tecnologias, bem como outras, deverão estar na futura Nova Amarok.  

Foto: Maxus/divulgação

Enquanto isso, na Europa, a VW Amarok segue um rumo totalmente diferente: por lá, sua segunda geração é “irmã” da Ford Ranger de quinta geração, com quem compartilha plataforma, parte da mecânica, elementos de design, tecnologias e por aí vai. Ou seja, essa Nova Amarok com parentesco chinês deverá ser exclusiva de países em desenvolvimento, como os da América do Sul e Central, por exemplo.  

Foto: Maxus/divulgação

O anúncio da nova geração da Amarok acontece no mesmo ano em que a Volkswagen comemora os 45 anos de presença na Argentina. Também é ano de comemoração para a fábrica de General Pacheco, onde é produzida a picape, que faz 15 anos de início das operações. Nesse período, cerca de 770 mil veículos já foram fabricados lá. “A nova picape estabelecerá um novo marco no segmento, combinando desempenho, inovação e sustentabilidade”, como disse Alexander Seitz, um dos chefões da VW na América do Sul.  

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Com 23 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.