Desde que foi lançado em 2001, o Celta não havia passado por nenhuma grande remodelação estilística, exceto mudanças de detalhes como calotas por exemplo. Já era hora disso acontecer. O consumidor aos poucos vai se cansando das formas do automóvel, mesmo que sejam bonitas como é o caso do carrinho de entrada da GM. E, com isso, o estímulo pela compra vai deixando de atiçar a vontade de trocar de carro. Quem tem um Celta pensa “por que vou trocar o meu por outro se o que tenho está bom e o modelo zero quilometro é praticamente igual ao meu?” Quem não tem carro não fica estimulado a comprar porque seu design “já deu o que tinha que dar e prefiro ir atrás das novidades…”. É complicado para a marca quando uma grande reestilização demora tantos anos. Surge, o que é ruim, a vontade do consumidor de comprar algo mais novo, com cara de novidade, o que pode “empurrá-lo” para um carro de outra marca.

Mas, enfim, a reformulação do Celta demorou, mas chegou. Não é assim o que poderíamos chamar de uma segunda geração (imaginamos, neste caso, um modelo totalmente novo, com nova carroceria que avançasse no conceito de carro popular…), mas uma reestilização da versão original de 2001, com o mesmo monobloco básico, espaço interno semelhante, volume de porta-malas idêntico e mecânica inalterada, com os mesmos valores de consumo e performance. Infelizmente, o motor 1.0 de 77 cv com roletes no sistema de distribuição, coletores de admissão e escapamento melhorados e acelerado eletrônico, que é utilizado no Corsa terceira geração, ficou para depois. Não está disponível no novo Celta. No pequeno hatch ainda continua o confiável e econômico propulsor de 70 cv que, apesar de não ser o topo da modernidade construtiva, dá bem conta do recado, tanto no quesito consumo quanto na performance.
Como o carro é leve, o torque do motor proporciona resultados plausíveis nas arrancadas e retomadas de velocidade. Nada brilhante, mas suficiente para quem compra um carrinho prático e econômico.

O carro ficou mais bonito? Não exatamente. Essa é uma questão muito particular, do gosto de cada um. O fato é que agora com as curvas linhas tanto da traseira (para choques, tampas e lanternas totalmente novos) quanto na dianteira (para-choques, grade, capô, faróis/lanternas de direção e paralamas), o carro de entrada da Chevrolet ficou mais enquadrado com as diretrizes estilísticas do restante da linha. De qualquer maneira, ele parece agora mais encorpado, o que é bom em se tratando de um popular. A dianteira segue as linhas do Corsa/Astra e um pouco até do novo Vectra. Ele se identifica com a família e em a mesma “cara”. Os faróis parecem grandes para seu porte, mas seguem a tendência mundial de grupos ópticos ostensivos e até exagerados. No restante, as novas linhas externas do Celta não tiraram a harmonia do carrinho, que ficou com uma cara mais agressiva e com linhas mais robustas.
Internamente a reformulação foi grande. Forração de bancos e laterais de portas têm novo padrão de tecidos. O painel de instrumentos foi refeito, tanto o posicionamento dos instrumentos quanto sua grafia. A impressão que se tem, e certamente proposital, é a do painel de um carro maior e mais forte. As linhas delicadas e suaves da versão anterior conquistaram o gosto feminino, que se identificava muito com o Celta. A dúvida é se as novas linhas mais robustas e masculinizadas atrairão mais o consumidor masculino sem perder a fidelidade já conquistada do grande time de mulheres que compram e são simpáticas ao Celta. O tempo e a reação de mercado às mudanças responderão a essa questão.

Celta Tunado
Um Celta tunado de fábrica? Também tem. Desenvolvido pelos departamentos de Engenharia da General Motors, esse Celta tunado nasce à partir de um kit que pode ser adquirido (e montado) na própria concessionária. Inclui apêndices aerodinâmicos nos para-choques dianteiro e traseiro, frisos laterais, lanternas traseiras em âmbar, rodas de liga leve, ponteira cromada no escapamento, rack de teto… Com kit, o visual do carrinho fica bem mais interessante, é verdade. O que não deverá ser tão atrativo, neste caso, é o valor. Tanto que a GM não o divulgou, dando a impressão de que cada concessionária fará sua política de preço na hora da instalação.
FICHA TÉCNICA:
Celta 1.0 VHC Flexpower |
Motor: 4cil em linha, 8 Válv. |
Transmissão: Câmbio manual, 5 marchas, tração dianteira |
Dimensões (m): Comp/Larg/Alt – 3,79 / 1,62 / 1,77 |
Peso: 845 kg |
Porta-malas: 260 litros |
Gasolina |
Potência: 70 cv a 6.400 rpm |
Torque: 8,8 kgfm 3.200 rpm |
Vel. máxima: 156 km/h |
0 a 100 km/h: 13,5 segundos |
Consumo km/l: Cidade: 13,7 – Estrada: 18,0 |
Álcool |
Potência: 70 cv a 6.400 rpm |
Torque: 9,0 kgfm 3.200 rpm |
Vel. máxima: 157 km/h |
0 a 100 km/h: 13,0 segundos |
Consumo km/l: Cidade: 9,8 – Estrada: 12,2 |
Preço estimado da época: R$ 24.990,00 (básico) |