(Lançamento) Neta Auto chega com dois modelos para peitar BYD: preços começam em R$125 mil
A Neta Auto já está no Brasil, e começa a vender seus carros em setembro. Apesar do nome não muito simpático (já começaram as piadinhas como “Neta de quem?”), a marca é chinesa e faz sucesso com seus modelos 100% elétricos, mesmo tendo não mais que cinco anos de mercado. Na verdade, a Neta Auto é um braço da Hozon Auto, que por sua vez é integrante do grupo Hezhong New Energy, fornecedor de tecnologias e soluções para a indústria automotiva mundial. O tal grupo não tem muito mais que uma década de existência, para se ter uma ideia.
Quem chega ao Brasil é a própria Neta Auto, sem intermédios de grupos investidores locais ou importadores independentes. Tanto que já pretende instalar 35 concessionárias pelo país ainda em 2024, número que deve dobrar até o final de 2025. A marca tem, também, planos avançados de erguer uma fábrica nacional, que abasteceria não só o mercado brasileiro, mas outros países da América do Sul. Por enquanto, chegam dois modelos ainda importados: Aya, uma mescla de hatch com SUV compacto, e X, SUV médio, ambos querendo peitar a BYD. Um coupé esportivo, GT, segue em fase de homologação.
Aya: a partir de R$125 mil
O modelo de entrada da Neta Auto brasileira é o Aya, hatch com teto altinho que sugere uma pinta de SUV compacto. Apesar de parecer grandinho, ele é menor que um Fiat Pulse: 4,07 m de comprimento, 1,69 m de largura e 1,54 m de altura. Chama a atenção o limitado entre-eixos de apenas 2,42 m, igual ao de um Renault Kwid, e os enormes balanços dianteiro/traseiro. Em contrapartida, são generosos 355 litros de porta-malas. Por aqui, duas versões: Comfort de R$125 mil e Luxury de R$135 mil, preços intermediários entre os BYD Dolphin Mini e Dolphin.
O Aya é homologado para levar quatro passageiros, e usa só um powertrain: motor elétrico dianteiro de 95 cv de potência e 15,3 mkgf de torque imediato, permitindo aceleração de 0 a 100 km/h em 12 segundos, segundo dados oficiais. Ainda que não tenham divulgado sua velocidade máxima, no exterior falam em pouco mais de 100 km/h. Ele traz um conjunto de baterias fornecido pela grande CATL com 40,7 kWh de capacidade, permitindo alcance de até 263 km pelo PBEV do INMETRO. No ciclo europeu WLTP, são 338 km, diz a Neta, afirmando ainda que a recarga em fontes lentas é possível em até 8 horas. Em fontes rápidas, a marca fala em 30 minutos para recuperar 50% da carga.
O Neta Aya é usual na mecânica: suspensões McPherson na dianteira, eixo arrastado na traseira, freios a disco nas quatro rodas (sólidos, vale falar) e direção elétrica progressiva. Como destaques de série, modo One Pedal de condução, modo Sport de condução, faróis e lanternas em LED, sensor crepuscular, sensor de chuva, conjunto elétrico (vidros, travas e retrovisores), bancos e volante revestidos em couro sintético, banco do motorista com regulagem de altura, carregador de celular sem fio, controle eletrônico de descida (HDC), sensores de estacionamento traseiros, câmera de ré, monitor de pressão dos pneus (TPMS), ar-condicionado automático digital, chave presencial, multimídia de 14”, piloto automático, 6 alto-falantes, 2 airbags e rodas de liga aro 16.
A versão mais cara, Luxury, complementa a lista com alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, alerta de saída de faixa, piloto automático adaptativo (ACC), farol alto automático e sistema de manutenção em faixa de rodagem. A garantia do Neta Aya é de cinco anos ou 150 mil km para o veículo, ou 8 anos/180 mil km para as baterias de tração. O modelo terá quatro cores disponíveis para a carroceria: Branco, Cinza, Bege e Azul. O interior poderá ser branco, preto ou mescla de azul com branco.
X: a partir de R$195 mil
O X é o carro mais “antigo” da Neta, surgindo junto com a marca lá em 2019, e tem porte médio e concepção mais refinada. Mede 4,62 m de comprimento, 1,86 m de largura e 1,63 m de altura, com 2,77 m de entre-eixos e 508 litros de porta-malas, números próximos dos de um Audi Q5 Sportback. No mercado brasileiro, serão três versões: 400 de R$195 mil, 500 Comfort de R$205 mil e 500 Luxury de R$215 mil.
Seu motor elétrico também é dianteiro: nas três versões, gera 163 cv de potência com torque máximo de 21,4 mkgf, permitindo que o X demore 9,5 segundos para ir de 0 a 100 km/h, atingindo os 150 km/h de velocidade máxima. A maior diferença da versão 400 e 500 Comfort para a 500 Luxury está no tamanho das baterias: nas duas primeiras, 52,5 kWh de capacidade permitem alcance máximo de 258 km por carga no PBEV do INMETRO (323 km pelo ciclo WLTP), enquanto a mais cara traz 64 kWh, aumentando a autonomia para 317 km no PBEV (410 km WLTP). A Neta fala em 30 minutos para recuperar 50% da carga em fontes rápidas, enquanto em carga lenta são até 11 horas para ir de 0 a 100%.
O X já é um produto mais refinado: tem suspensões independentes nas quatro rodas, fixação multibraço do eixo traseiro, freios a disco ventilado nas quatro rodas, trazendo como principais equipamentos de série o seletor de modos de condução, seletor de peso da direção elétrica, teto-solar panorâmico, freio de estacionamento eletromecânico, retrovisores externos rebatíveis, sensores de chuva e crepuscular, sensores de estacionamento traseiros, bancos dianteiros elétricos e com aquecimento, bancos em couro sintético, ar-condicionado automático digital dual zone com saídas traseiras, 6 airbags, câmera 360º, painel de instrumentos digital, multimídia de 15,6”, 8 alto-falantes, rodas de liga-leve aro 18 etc.
A versão mais cara é a única com tampa do porta-malas elétrica, carregador de celular sem fio, detector de fadiga do motorista, alerta de tráfego cruzado traseiro, alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, alerta de saída de faixa, piloto automático adaptativo (ACC), sistema de manutenção na faixa de rodagem, farol alto automático, leitor de placas de sinalização, entre outros. O Neta X tem a mesma garantia do Aya, mas cinco opções de cores para a carroceria (Branco, Preto, Cinza, Bege e Azul) e dois tons para o interior (Preto ou Marrom).
GT: futuro
O Neta GT, coupé esportivo, chega em um segundo momento, já que segue em fase de homologação junto aos órgãos brasileiros. A previsão é que ele esteja nas lojas entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, sempre com motorização elétrica (tração traseira e 231 cv ou tração integral e 394 cv). Na configuração mais poderosa de motores e bateria, o GT leva apenas 3,7 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h, e consegue alcance máximo por carga de 580 km (ciclo WLTP). A marca ainda não fala nas versões, pacotes de equipamentos ou preços, dados que serão divulgados mais para a frente.