(Lançamento) BYD Shark: picape híbrida quer balançar o segmento por R$380 mil


A BYD brasileira finalmente lançou sua primeira picape, a Shark, que chega ao mercado nacional em versão única GS por pouco menos de R$380 mil. Querendo conquistar o agronegócio, ela é a primeira caminhonete desse porte e construção (chassi sob carroceria e cabine) com motorização híbrida plug-in, no caso mesclando propulsão a gasolina com 100% elétrica. Por enquanto, a Shark ainda não tem rivais diretos, mas quer abocanhar parte do mercado das picapes turbodiesel tradicionais, como Ford Ranger (incluindo Raptor), Toyota Hilux, Chevrolet S10 e afins.
No porte, a caminhonete híbrida da BYD é uma das maiores da categoria, chegando aos 5,46 m de comprimento, 1,97 m de largura e 1,92 m de altura. Ela aposta num visual “nervoso”, mas, ao mesmo tempo, futurista, com direito a faróis interligados por uma barra de LED (o mesmo acontece com as lanternas traseiras), aspecto “quadradão” e frente com elementos bastante verticalizados, o que ajuda na impressão de maior tamanho. É fácil notar alguma semelhança de design com a best-seller Ford F-150, especialmente na dianteira.
São três motores no total: um 1.5 16v turbo a gasolina (183 cv de potência e 26,5 mkgf de torque) trabalha como “gerador” para as baterias e garante força adicional a outros dois propulsores elétricos, um em cada eixo (231 cv com 32 mkgf de torque no dianteiro e 204 cv com 35 mkgf de torque no traseiro). No total, somando todo o conjunto, são impressionantes 437 cv de potência com cerca de 65,0 mkgf de torque imediato, garantindo à Shark o título de picape 0 km mais potente à venda no Brasil. Desbanca a Ford Ranger Raptor, esportiva “puro-sangue”, e seus 397 cv.
Além disso, consegue outro feito: é a caminhonete mais rápida nas acelerações, demorando 5,7 segundos para ir de 0 a 100 km/h, segundo a BYD. A Raptor leva 0,1s a mais. A velocidade máxima é limitada eletronicamente em 160 km/h, contra 180 da Ford.
Toda a força é administrada por uma transmissão automática de apenas uma marcha “física”, por engrenagens. Por conta dos dois motores elétricos distribuídos entre os dois eixos, sua tração é integral permanente. A picapona híbrida ainda traz suspensões independentes (braços sobrepostos), freios a disco ventilado nas quatro rodas e direção com assistência elétrica progressiva. A capacidade de carga fica abaixo das tradicionais turbodiesel (790 kg), assim como a capacidade de reboque (2.500 kg com freio), e na caçamba cabem até 1.200 litros de objetos diversos.
Considerando as médias de consumo divulgadas pelo INMETRO, a Shark consegue superar os 1.400 km de autonomia na cidade e rondar os 1.100 km na estrada. Para tal, conta com um tanque de gasolina com 57 litros mais 29,6 kWh das baterias Blade que, aliás, formam uma “cápsula” que integra a parte estrutural do carro (ficam entre as duas longarinas do chassi). Essas baterias podem ser recarregadas em fontes externas (plug-in) de até 55 kW de potência. A BYD fala em 100 km de autonomia no modo totalmente elétrico da picape (ciclo NEDC), enquanto o INMETRO divulga 57.
Seus destaques são quase os mesmos dos demais BYD, apostando na tecnologia e praticidade. Traz sistema V2L, que permite transformar a picape em um gerador através de um cabo, e, na caçamba, vão três tomadas de três pinos com 10 amperes para ligar equipamentos externos. Ela permite controlar diversas de suas funções através de comandos de voz (“Hi BYD”), se conecta com app BYD (o proprietário pode operar funções do carro à distância pelo celular) e traz multimídia rotativa de 12,8” com internet embarcada, GPS online e Spotify nativo.
Também é de série a tampa da caçamba com abertura/fechamento elétricos, e um pacote ADAS com piloto automático adaptativo (ACC), alertas de colisões frontais e traseiras, alerta de saída de faixa ativo, frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência na faixa, farol alto com comutação automática, monitores de ponto-cego, alerta de tráfego cruzado traseiro e leitor de placas de sinalização. No “kit segurança” ainda estão os 6 airbags, monitor de pressão dos pneus, ESP, TC e Hill Holder.
A lista segue com câmeras 360º, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sensores de chuva e crepuscular, conjunto óptico full-LED, painel de instrumentos digital de 10,2”, carregador de celular sem fio, bancos dianteiros com ajustes elétricos, bancos dianteiros com ventilação e aquecimento, retrovisor interno fotocrômico, freio de mão eletromecânico com função Auto Hold, controle eletrônico de descidas, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade, bancos forrados em couro sintético, retrovisores externos com rebatimento elétrico, head-up display de 12”, sistema de som assinado pela Dirac, compatibilidade com cartão NFC, rodas de liga-leve aro 18 com pneus 265/65 etc.

A picape já está na maioria das concessionárias BYD espalhadas pelo Brasil, e conta com garantia de seis anos sem limite de quilometragem. As baterias de tração têm cobertura à parte, de oito anos sem limite de quilometragem. São três cores disponíveis para a carroceria: Branco Pallas, Preto Mármara e Cinza Atlantis, que é praticamente um azul metálico. A marca chinesa ainda anunciou parceria com a blindadora Carbon: por R$78,2 mil promocionais, o proprietário da Shark pode blindá-la sem perder a garantia de fábrica.