Jeep Renegade Longitude: os trunfos da versão mais vendida para retornar ao topo
Por André Mendonça
Um dos pioneiros quando o assunto é SUV nacional, o Jeep Renegade evoluiu em todos os aspectos com o passar dos anos. Hoje, mais do que nunca, enquanto está prestes a completar dez anos de mercado (já são mais de 500 mil unidades vendidas nesse período), ele ainda se mostra pronto para agradar sua grande legião de fãs e vender melhor que alguns rivais. Na realidade, é impossível não reconhecer o sucesso desse Jeep no mercado brasileiro, especialmente nessa versão intermediária avaliada Longitude, historicamente a mais emplacada.
Prova disso, atingiu marcas expressivas ao ser o SUV mais vendido por três anos consecutivos: 2019, 2020 e 2021. E registrou a melhor marca nesse último ano, quando foi o quarto carro que mais emplacou no país, com 73.913 unidades. Em contrapartida, justamente em 2022, quando recebeu suas principais melhorias, o Renegade perdeu a liderança do segmento e fechou o ano como o 4º SUV mais vendido no mercado nacional, perdendo mais duas posições desde então. Será o mercado já acostumado demais com o SUV de entrada da Jeep, ou a concorrência que já anda mais evoluída? De qualquer forma, fica clara a evolução do Renegade.
A principal melhoria dele nos últimos anos se deu pelo abandono dos antigos motores 1.8 flex de 139 cv e o 2.0 turbodiesel com 170 cv, que deram lugar ao T270 para toda a linha, dividida entre versões 4×2 e 4×4 (estas automáticas de nove marchas). O conjunto é interessante: 1.3 turboflex que gera até 185 cv com ótimos 270 N.m. (ou 27,5 kgfm) de torque, razão pela qual carrega o número no nome, atrelado, no caso da versão avaliada, a um câmbio automático de 6 marchas com opção de trocas “manuais” por borboletas atrás do volante ou na própria alavanca. Na prática, o conjunto garante ótimo desempenho e excelentes marcas de 14,0 ou 15,0 km/l na estrada utilizando gasolina. Até alguns anos atrás, tal fórmula de um SUV com motor de alto rendimento e câmbio automático quase sempre era sinônimo de um elevado consumo. Surpreendeu!
Quando exigido, o powertrain garante que seus 1.476 kg acelerem de 0 a 100 em apenas 8,8 segundos e cheguem aos 209 km/h quando abastecido com etanol. Na prática, é um carro rápido, com transmissão esperta nas trocas e muita e segurança em ultrapassagens e retomadas de velocidade. Nada mal para um utilitário “fora de estrada” com proposta familiar que agora, anda mais e bebe menos que suas versões anteriores. Essa mudança transformou a experiencia de condução do Jeep, principalmente os com tração dianteira, antes equipados com o antigo motor 1.8, que nunca foi exemplo de performance ou economia, apesar da robustez.
Outro trunfo do Renegade sempre foi seu design imponente, que sofreu seu primeiro facelift em 2019. A grade recebeu um novo desenho e os faróis agora são full led. A lanterna traseira também mudou, junto do parachoque, com o maior ângulo de saída que ele já possuiu. Mantiveram-se as linhas marcantes e rústicas, transparecendo robustez e um DNA off-road, enquanto se mostra urbano, prático e espaçoso. A sensação de segurança ao motorista é ampliada por conta da posição de dirigir elevada e sua boa altura do solo. O interior, apesar de manter o visual básico 2015, ainda convence pelo bom acabamento e tecnologias, embora não seja o mais espaçoso do segmento. O porta-malas tem 385 litros.
O Jeep transformou de vez a experiência ao volante do carro quando agregou, de série, o pacote ADAS, contemplando os assistentes de direção como alerta de saída de faixa, frenagem autônoma de emergência e monitoramento de ponto cego. Na prática, o volante fica mais pesado ou leve com direito a “toques” na direção elétrica, a fim de te manter na trajetória correta ou longe de acidentes, com aviso sonoro e alerta no painel de instrumentos. Completam o bem-estar a bordo as suspensões macias e competentes, absorvendo bem as irregularidades do piso sem que isso prejudique a estabilidade numa curva ou desvio rápido de trajetória, por exemplo. A direção elétrica progressiva, e o bom raio de giro, facilitam a condução diária.
A conectividade também foi atualizada com central multimídia de 8,4’’ com Apple Carplay e Android Auto sem fio, de fácil operação por toques na tela, sem contar a opção da internet 4G a bordo e regalias como o navegador GPS atualizado em tempo real. O painel de instrumentos é outra tela com computador de bordo e várias outras informações/configurações, tudo comandado pelo volante multifuncional. Há também um carregador por indução no console a partir da versão Longitude, como a das fotos.
Hoje o Jeep Renegade está disponível em seis versões, partindo de pouco mais de R$118 mil na básica T270 (sem nome), seguida pela Sport de R$144 mil, enquanto a Longitude avaliada é uma das melhores na relação custo X benefício por R$163 mil. Posicionada como uma das mais vendidas da linha, oferece ar-condicionado digital automático dual zone, bancos em couro, central multimídia de 8,4″, quadro de instrumentos de alta resolução TFT de 7″ personalizável, rodas em liga leve aro 18″ e pneus 225/55 e carregador de celular por indução. Por R$7 mil extras é possível adicionar o pacote Dark, que soma itens exclusivos à detalhes escurecidos da carroceria. As duas versões 4×4, Trailhawk e Série S, são as mais caras por R$188 mil.
Ficha técnica:
Concepção de motor: 1.332 cm³, flex, quatro cilindros, 16 válvulas (quatro por cilindro), turbo, injeção direta de combustível, duplo comando de válvulas no cabeçote com variador de fase no escape, MultiAir, bloco e cabeçote em alumínio |
Transmissão: automática com conversor de torque e 6 velocidades, com trocas manuais na alavanca ou paddle-shifts atrás do volante |
Potência: 180/185 cv a 5.750 rpm (gasolina/etanol) |
Torque: 27,5 mkgf a 1.750 rpm (gasolina/etanol) |
Suspensão dianteira: independente, do tipo McPherson, com barra estabilizadora |
Suspensão traseira: independente, multilink, com barra estabilizadora |
Direção: com assistência elétrica progressiva |
Freios: discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira |
Pneus e rodas: Bridgestone Alenza 001, medidas 225/55 e rodas de liga-leve aro 18 |
Dimensões (comprimento/largura/altura/entre-eixos): 4,27 m/1,80 m/1,70 m/2,57 m |
Porta-malas: 385 litros |
Tanque de combustível: 55 litros |
Peso em ordem de marcha: 1.476 kg |
Aceleração 0 a 100 km/h: 8,9/8,8 segundos (gasolina/etanol) |
Velocidade máxima: 208 km/h/210 km/h (gasolina/etanol) |
Preço básico: R$162.990 (carro avaliado: R$168.190) |