Jeep Compass Flex ou Diesel? Faça a escolha certa para seu bolso

Que o Jeep Compass é um total sucesso de mercado, isso ninguém duvida. O SUV da Jeep lançado em Setembro de 2016 chegou chegando. O carro, ao que tudo indica, caiu no gosto do Brasileiro, por isso acumula excelentes números de venda desde a sua chegada. Alguns poderiam dizer: “Mas ele é o mais barato entre os concorrentes do seu porte?” Mais ou menos. Dependendo da versão, ele pode custar até mais caro do que os outros.

Mas, vamos nos concentrar no Compass. Uma particularidade do sucesso da Jeep: ele é oferecido com um motor 2.0 flex, batizado de TigerShark, com uma interessante tecnologia no cabeçote que reduz drasticamente o consumo urbano. Mas vale lembrar que esse motor possivelmente vai ser aposentado no próximo ano, 2021, dando lugar a um novíssimo 1.3 turbo chamado de T4 (saiba mais aqui), então, se a sua compra não for urgente, talvez valha a pena esperar pelas novidades. Além do TigerShark flex, ele também é oferecido com um 2.0 turbodiesel bastante moderno, batizado de MultiJet, que concilia baixo consumo e alto desempenho. Em que pese o fato da versão Turbodiesel ser 4×4 e o flex ser 4×2, e no câmbio o turbodiesel possuir uma transmissão automática de 9 marchas e o flex ser oferecido apenas com o câmbio automático de 6 marchas, a diferença de preço entre eles chega a ser abissal, na casa dos R$36 mil. E a lista de equipamentos também é idêntica em ambos, com exceção apenas dos aparatos eletrônicos que acompanham o sistema de tração integral.

O propulsor flex 2.0 TigerShark

Tecnicamente, a versão turbodiesel é bem mais refinada: Seu motor, importado da Itália, é um projeto original Alfa Romeo e, por isso, possui refinamentos construtivos admiráveis para um diesel, como duplo comando de válvulas no cabeçote, quatro válvulas por cilindro, turbocompressor de geometria variável que garante um torque homogêneo desde as baixas até as altas rotações e uma injeção eletrônica common rail, que garante uma injeção do diesel em fases, para permitir uma queima perfeita do combustível. Com tudo isso, esse motor produz 170cv com um torque máximo de 35,7mkgf que ocorre a baixos 1.750rpm. Esse motor é uma pequena usina de força que proporciona uma ótima sensação de direção, tamanha é a gama de rotações que o torque está sempre próximo ao máximo. Esqueça aquele barulho irritante e compassado dos motores diesel tradicionais: Esse, de comando eletrônico, é suave e silencioso. De dentro do Compass, quase não se ouve o seu propulsor trabalhando. Ótimo para as longas e cansativas viagens.

O 2.0 MultiJet movido a diesel

Mas, a pergunta que não quer calar: Esse ótimo motor, o câmbio de 9 marchas e a tração nas quatro rodas justificam cerca de R$36 mil a mais no preço? Acho que não. A versão 2.0 TigerShark desenvolve bons 166cv (4cv a menos que o diesel) e seu câmbio automático de 6 marchas garante um desempenho mais do que satisfatório ao Compass. O Jeep flex perde feio mesmo no torque: Enquanto o 2.0 flex produz um torque máximo de cerca de 20,5mkgf com Etanol, o 2.0 diesel garante uma força de 35,7mkgf. Esses 15mkgf a mais do diesel garantem uma dirigibilidade muito mais viva ao Compass turbodiesel. Não que o flex seja ruim em desempenho, é que o diesel é bem melhor.

Mesmo assim, na minha avaliação, essa performance mais prazerosa do Compass Diesel não justifica a gritante diferença de preço com o Flex, considerando serem duas versões idênticas (Limited), com a mesma cor e pacote de opcionais. Caso a tração nas quatro rodas não seja primordial nas condições que você normalmente usa o carro, a ótima performance do motor diesel não justifica uma diferença de preço que você poderia, por exemplo, comprar um outro carro seminovo ou até mesmo um compacto básico 0km. Devo lembrar também que a manutenção e os cuidados com um motor diesel são bem mais criteriosos. Normalmente, esses motores não toleram erros na manutenção preventiva e podem gerar sérios problemas se você utiliza, por exemplo, um filtro de combustível ou de óleo não originais, ou ainda, inadvertidamente, coloca um diesel diferente do S-10 recomendado.

Qualquer um desses erros podem custar muito caro ao proprietário. Vale lembrar também que as revisões executadas no turbodiesel custam, em média, o dobro do preço do modelo flex. Assim, o dinheiro que se economiza no menor consumo do diesel pode ser destinado ao pagamento do seu maior custo de manutenção. Nesse caso, o motor flex é bem mais tolerante com manutenção e mostra um custo de reparação mais ameno. Ainda está em dúvida? Como dito antes, se não quiser esperar pelos novos motores de 2021, embolse os R$36 mil e saia feliz com um flex, você não vai se arrepender.

Versão 2.0 Flex 2.0 Turbodiesel
Velocidade Máxima 189 km/h 194 km/h
0 a 100 km/h 10,6 Segundos 10 Segundos
Consumo km/l (Cidade/Estrada) Etanol | Gasolina

5,5 / 7,2 | 8,1 / 10,5

Diesel

9,8 / 11,4

Preço

(Versão Limited sem opcionais)

R$153.990 R$189.990
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Jornalista na área automobilística há 48 anos, trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e na Revista Motor Show por 24 anos, de onde foi diretor de redação de 2007 até 2016. Formado em comunicação na Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e os Mil Quilômetros de Brasília em 2004, além de ter participado em competições de várias categorias do automobilismo brasileiro. Tem 67 anos, é casado e tem três filhos homens, de 20, 31 e 34 anos.