JAC T40 CVT: O chinês é bom de briga, mas beira os R$80 mil
Era 2007 quando a primeira montadora chinesa desembarcou no Brasil: a Effa trazia o pequeno M-100, um subcompacto repleto de problemas crônicos e falhas de projeto. De lá pra cá, tudo mudou para os carros chineses: o design, acabamento, mecânica e engenharia dos modelos atuais são praticamente incomparáveis com as primeiras unidades que desembarcaram em território nacional. Com a JAC não foi diferente, afinal ela chegou por aqui no longínquo ano de 2011 trazendo o hatch J3 e J3 Turin, a variação sedan do modelo. Apesar de relativo sucesso, os carros possuíam algumas particularidades negativas e não eram lá a referência em qualidade nas suas respectivas categorias.
Depois de 8 anos, as coisas mudaram, e agora a JAC tem um modelo elogiável, bastante competitivo e que não perde em praticamente nada para seus concorrentes. Equipado com câmbio CVT que simula 6 marchas, o destaque do T40 fica mesmo para o novo motor 1.6 16v que desenvolve bons 138cv com torque máximo de 17,1 mkgf. Com essa mecânica, o crossover chega aos 190 km/h de velocidade máxima segundo a montadora. O único ponto negativo é que, apesar de moderno, esse motor é movido somente a gasolina. T40 Flex? Só motor 1.5 e com câmbio manual. Seu consumo é mediano: na estrada, rodando a cerca de 100 km/h, ele chega a marcas de 17,0/17,5 km/l de gasolina, números que poderiam ser mais positivos.
Seu interior, bem montado, tem painel emborrachado e acabamento que mescla peças cromadas e imitações de fibra de carbono. Apesar de parecer estranho a primeira vista, o conjunto agrada no geral. Elogios ao amplo porta-malas de 450 litros e ao espaço interno: Com 2,49 m de entre-eixos, ele acomoda bem até quatro adultos e uma criança, com destaque ao espaço para pernas e cabeça dos passageiros traseiros. Outro ponto positivo é o conforto ao rodar: Os amortecedores têm boa calibração e absorvem bem as irregularidades da pista. No seu interior, o isolamento acústico do motor é um ponto forte: quase não se ouve o propulsor trabalhando com o carro em movimento. Apesar disso, o mesmo não pode se pode dizer do barulho de rolamento dos pneus no asfalto, que é bastante transmitido para dentro do carro. Uma manta acústica de maior qualidade nas caixas de roda resolveriam esse problema.
Seu grande destaque fica mesmo para a recheada lista de equipamentos: De série, o T40 CVT oferece ar-condicionado digital automático, direção elétrica, vidros e travas elétricas, retrovisores externos eletricamente ajustáveis e interno eletrocrômico, freios a disco nas quatro rodas, os indispensáveis controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, monitor de pressão dos pneus, Start&Stop, central multimídia de 8” (Que não possui as conexões Android Auto e Apple CarPlay), câmera de ré, computador de bordo, bancos revestidos em couro, sensores de estacionamentos dianteiros e traseiros, luzes diurnas em LED, piloto automático, sensor crepuscular, luzes de conversão estática, Isofix, rodas de liga-leve diamantadas aro 16, entre outros. Curiosa é a câmera frontal instalada atrás do retrovisor interno, que é comandada pela central multimídia e grava o percurso do carro em um cartão SD, que pode ser adicionado na lateral do equipamento. Muito comum na Rússia, sua função é registrar, por exemplo, acidentes ou assaltos, servindo como prova para o condutor posteriormente. O T40 é o primeiro carro no Brasil a dispor desse tipo de equipamento de fábrica.
Apesar de bastante elogiável em diversos pontos, o T40 tem lá suas ressalvas, seus pontos fracos. A primeira é o sistema de direção que, apesar de ser bastante leve em manobras e baixas velocidades, não tem muita firmeza em velocidades mais altas, o que passa certa insegurança ao motorista. Talvez defeito somente nessa unidade, o sistema Start&Stop, que desliga o motor em paradas rápidas para poupar combustível, não funcionou uma vez sequer no período de sete dias que o carro foi usado. Outra crítica fica pelos faróis, que são fracos e com pouco foco, o que acaba tornando a iluminação bastante ineficiente, mesmo com as luzes de neblina dianteiras também ativadas. Outro ponto a ser considerado é que a JAC possui, de acordo com seu próprio site, somente 20 concessionárias em todo território nacional, o que prejudica principalmente o pós-venda e fornecimento de peças. De resto, o crossover da JAC, que é oferecido nessa configuração por elevados R$79.490, tem diversos argumentos para bater de frente com Chery Tiggo2, Honda WR-V, Hyundai HB20X, Chevrolet Onix Activ e cia.