GM Chevette: A trajetória de 20 anos do pequeno sedan da Chevrolet (Parte 2)
Em 1975 chegava a primeira novidade da linha Chevette: a versão esportiva GP (Grand Prix) tinha a missão de brigar com as novidades Passat TS (Touring Sport) e Corcel GT (Grand Turismo). Na época, esse era um mercado que dava muito certo no Brasil, já que os carros esporte estavam em alta, e a GM surfou nessa onda com o GP, que ganhava 3 cv na potência (total 63 cv) graças a maior taxa de compressão do motor 1.4. O lado ruim é que o uso de gasolina especial, com mais octanagem e preço maior, era obrigatório, e os poucos 3 cv não valiam a pena pelo maior custo com combustível.
Mas logo em seguida esse 1.4 com maior taxa de compressão foi recalibrado e passou a equipar toda a linha do Chevette, e os donos do GP não precisavam mais se preocupar com o uso do combustível especial. Ao mesmo tempo, na linha 1976, o modelo ganhava boas melhorias em componentes como freios, direção, embreagem e suspensão, tudo para deixá-lo mais bem acertado, enquanto as versões cresciam (agora tinha a básica Especial, L, SL e a esportiva GP, que era relançada aperfeiçoada como GP II no ano seguinte).
E era hora da primeira reestilização: os Chevette ano/modelo 1978 recebiam nova frente, mais alinhada com o Opala e inspirada em modelos Norte-Americanos. Até então a única carroceria disponível era a três-volumes (sedan) com duas portas, sempre equipada com o motor 1.4 azul (movido a gasolina) e câmbio manual de 4 marchas, mas a família cresceria em breve com a chegada da carroceria quatro portas, focada na exportação principalmente para a América Latina, além da inédita hatch, que não por um acaso havia sido descontinuada na Europa no final de 1979 (o ferramental foi trazido para cá e a produção nacional se iniciou).
Como curiosidade, o Chevette Hatch logo se tornou a sensação do mercado nacional, e por isso chegou a custar mais caro que a versão sedan. Era uma época que o consumidor buscava algo mais esportivo, compacto e econômico, deixando os carros de três volumes (sedans) para as famílias grandes e motoristas que precisavam de um bom espaço no porta-malas, por exemplo.
Até o início de 1980 a mecânica se mantinha inalterada, mas aí chegava o novo motor 1.4 amarelo, que estreava o uso do álcool na família Chevette e era mais potente que a variação a gasolina. O visual, que já fazia do pequeno sedan da GM um sucesso, passava por mudanças pontuais como nos faróis, que deixavam de lado o formato redondo e se tornavam quadrados (mais alinhados com o design atual do modelo). Foi na virada da década que ele bateu também a marca histórica das 500 mil unidades produzidas, sendo que uma parte disso foi exportada.
No ano seguinte estreava o motor 1.6, que nada mais era que o 1.4 com virabrequim de curso/diâmetro maior e bloco ligeiramente mais aberto para recebê-lo. Esse novo propulsor, de 71 cv e pouco menos de 11 mkgf de torque (inicialmente só na versão a gasolina), estreou em grande estilo no mais novo Chevette esportivo S/R (Super Racing), que veio no lugar da GP II e agora era exclusiva da carroceria hatch.
Para se tornar mais arisco que seu antecessor, o S/R era diferenciado também nos sistemas de suspensão, mais rígidos, e também no jogo de pneus/rodas. A aparência não fugia à regra dos esportivos da época: Detalhes em preto, adesivos exclusivos, faróis de milha e um discreto aerofólio na tampa do porta-malas, tudo para deixar esse Chevettinho com cara de carro de pista. Essa, então, se tornava a versão mais cara do modelo, seja na carroceria hatch ou até mesmo sedan, que custava menos.
Na terceira parte dessa saga vamos dar continuidade na história do Chevette a partir da sua grande reestilização de 1983, chamada por muitos até de nova geração.