Geely EX5: como será o SUV elétrico chinês vendido em parceria com a Renault?


A nova estratégia das grandes fabricantes automotivas é trazer ao mercado nacional produtos das suas parceiras chinesas, bastante modificados, ou não. A Stellantis deve iniciar as operações da Leapmotor em breve, a Chevrolet venderá o Baojun Yep Plus como Spark EUV, a VW deve criar a nova geração da Amarok com base na Maxus Terron, e a Renault dará passe livre para a chegada da Geely no mercado nacional. Renault e Geely são parceiras desde 2021, união que, inclusive, gerou a Horse Powertrain, fábrica de motores que conta com uma unidade no Paraná.
Aqui no Brasil, começaram o “namoro” ainda em 2024, relação de parceria que foi oficializada em fevereiro de 2025. O primeiro produto da Geely a ser comercializado nessa nova fase, em conjunto com a Renault, é o SUV médio EX5, 100% elétrico. Ele deve começar a ser vendido por aqui em julho, conforme prometido pela joint-venture entre a marca chinesa e a francesa. Ou seja, exatamente 1 ano depois do início da sua produção na China. As vendas por lá começaram em agosto de 2024.
A Geely, junto da Renault, planeja ter 105 concessionárias espalhadas pelo Brasil, mas deve começar com 23 pontos divididos em 19 grandes cidades nacionais. A Geely Auto utilizará toda a expertise da Renault, incluindo sistema comercial completo, infraestrutura de distribuição, rede de concessionários e serviços de pós-venda, além da logística de fornecimento, armazenamento e distribuição de peças.

Mas, quem é o tal de EX5? Na realidade, seu nome chinês é “Geely Galaxy E5”, mas também é vendido em alguns locais da Ásia como “Proton eMAS 7”. É o primeiro carro da Geely desenvolvido pensando fortemente no mercado de exportação, tanto que, no seu projeto original, já foram previstas versões com volante à direita e à esquerda. Austrália, Nova Zelândia, Indonésia, Nepal, Tailândia, Noruega e Alemanha são países que a Geely quer chegar (ou já chegou) com o EX5. Mundo afora também existe uma variante híbrida plug-in, que não deve vir para cá.
Na realidade, o SUV médio foi pensado para ser, principalmente, elétrico. Tanto que utiliza a base modular GEA, similar a SEA, que está nos modelos da Zeekr e no Volvo EX30. Volvo e Zeekr, vale falar, são submarcas dentro do Grupo Geely. Um dos principais rivais do EX5 é o BYD Yuan Plus, ainda que seja maior, se aproximando das dimensões de um BYD Song Plus ou de um GWM Haval H6. São cerca de 4,61 m de comprimento, 1,90 m de largura, 1,67 m de altura, com bom entre-eixos de 2,75 m. No porta-malas vão 461 litros de bagagens.

O visual, apesar de um tanto genérico, aposta em linhas limpas, sem muitos vincos ou detalhes. A dianteira quer remeter à um tigre, enquanto a traseira é bastante horizontal, e conta com lanternas interligadas. Maçanetas embutidas, frente fechada, rodas aerodinâmicas e outras soluções pela carroceria ajudam no bom coeficiente de arrasto, de 0,27. Por dentro, a imprensa chinesa destacou o generoso espaço interno, especialmente no banco traseiro. Como de praxe, o painel de instrumentos é digital (10,2”), e a multimídia vai no centro do painel com suas 15,4”. O volante, de dois raios, tem as partes superior e inferior do aro achatadas.
A motorização é única, mas as baterias mudam de acordo com a versão. O motor elétrico é dianteiro, acompanhando a tração: dele saem 218 cv de potência e 32,6 mkgf de torque, diretamente despejados nas rodas da frente. Apesar do peso beirar os 1.750 kg, o SUV é rápido: consegue cumprir a prova de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos, atingindo os 180 km/h de velocidade máxima (limitada eletronicamente). No conjunto mecânico estão presentes suspensões independentes nas quatro rodas (McPherson na frente e multibraço atrás), e os freios são a disco nas quatro rodas.
São duas configurações para as baterias de tração. A mais simples, de 49,5 kWh, não deve ser escolhida para o mercado nacional, afinal é muito limitada frente ao que oferece a concorrência. Por aqui, deve ser única opção a de 60,2 kWh de capacidade, ou praticamente o mesmo que equipa o rival BYD Yuan Plus (60,5 kWh).

No caso das baterias maiores, o Geely EX5 consegue alcance de 530 km pelo ciclo chinês CLTC, ou 430 km pelo WLTP europeu, aproveitando a regeneração de energia com quatro níveis selecionáveis. Ainda não há um número oficial do INMETRO. O carro suporta até 100 kW de potência de carregamento, e, nas melhores condições, pode recuperar 50% da carga em 20 minutos (de 30 a 80%, plugado em 100 kW).

A Renault-Geely, nessa empreitada de venda do EX5 no mercado brasileiro, aposta, além da vantagem de o SUV ser um modelo global, no nível elevado de segurança. O modelo gabaritou três testes de colisão mundo afora: conseguiu todas as cinco estrelas possíveis no ASEAN NCap (Ásia), no CNCap (China) e até no exigente Euro NCap (Europa). Como não poderia faltar, vários assistentes inteligentes de condução (ADAS) estão disponíveis.
Ainda há oferta de teto-solar panorâmico, assistente de voz com mais de 200 comandos (“Hi Geely”), conjunto óptico full-LED com lanternas 3D, sistema de som assinado pela chinesa Flyme, câmeras 360º 3D, rodas de até 19” com pneus 235/50, controle eletrônico de descidas (HDC), bancos dianteiros com ajustes elétricos (memória de posição para o motorista), bancos dianteiros com aquecimento e ventilação, iluminação ambiente em LED personalizável (até 256 cores), ar-condicionado automático digital dual zone com saídas traseiras, filtro de ar da cabine especial (N95), head-up display, retrovisor interno fotocrômico e mais.
Ainda é cedo para dar certeza sobre os conteúdos de série ou outras especificações da configuração que será vendida no Brasil, mas a parceria entre Renault-Geely afirmou que dará mais informações sobre o EX5 para o mercado nacional em julho, quando deve ocorrer seu lançamento oficial por aqui.