Fusíveis: para que serve e qual sua importância nos sistemas elétricos automotivos

Fusíveis e suas caixas, como faço pra mantê-los e quando devo trocá-los? Está aí um assunto que pouca gente se interessa, mas essas pequenas pecinhas coloridas são fundamentais para o funcionamento do veículo. Nem é preciso falar da importância do sistema elétrico de um automóvel como um todo, afinal ele é fundamental para que todos os equipamentos elétricos e eletrônicos (desde os faróis, passando por ar-condicionado e rádio, chegando até na injeção eletrônica) se mantenham funcionando.

Assim como em uma casa, o sistema elétrico possui aparatos de segurança que evitam um curto-circuito ou incêndio em caso de panes elétricas. A grande segurança de todo o sistema elétrico, seja em uma casa ou em um carro, está nos fusíveis: quando houver uma sobrecarga na fiação ou em algum componente que pode ser decorrente de um curto-circuito (contato acidental entre os polos positivos e negativos), ou mesmo falência de um componente elétrico (que pode ser o motor, uma chave liga/desliga ou placa de circuito eletrônico), a corrente elétrica acaba se elevando, acontecendo o chamado “aumento de amperagem”.

 Se não existisse fusível nessa linha elétrica, a corrente elétrica (amperagem) iria se elevar descontroladamente até que a fiação se superaquecesse, ocorrendo a queima da capa isolante dos fios e começando um incêndio que certamente ia se espalhar por todo sistema elétrico e, depois, por todo o veículo. Mas quando ocorre esse aumento excessivo da amperagem, entra em cena o salvador da situação, chamado de fusível: ele é integrado a todas as linhas elétricas do sistema e permite que passe por ele uma amperagem determinada. Se essa amperagem for excedida ele simplesmente se rompe, bloqueando a passagem da corrente.

Caso a amperagem do sistema elétrico exceda, o fusível se rompe (direita) e interrompe a passagem da corrente (Foto: reprodução/internet)

 Basicamente, essa missão salvadora do fusível evita que a pane elétrica naquela linha se transforme em um grande prejuízo. Os mais atentos se perguntam: “Mas qual deve ser a capacidade de um fusível se o sistema elétrico de um carro possui vários componentes com diversas amperagens?”. Isso tem explicação fácil, pois cada fusível específico possui uma amperagem determinada, por isso eles jamais podem ser trocados por outro de amperagem diferente: trocando, por exemplo, um fusível que originalmente tem 15 ampere por outro de 30 ampere, a corrente será menor que o limite do fusível e maior que os limites dos equipamentos alimentados por aquela linha, causando danos grandes aos componentes elétricos, que queimam e podem causar até mesmo um incêndio.

 No caso contrário (trocando um fusível de 30 ampere original por outro de 15 ampere, por exemplo) na hora que os componentes daquela linha forem ativados, o fusível subdimensionado se queima instantaneamente. Por isso é importante seguir as regras de amperagem de cada fusível e sua respectiva linha (nem mais, nem menos). Normalmente, o manual do proprietário de cada veículo mostra a planta da caixa de fusíveis daquele modelo, indicando amperagem, linha e local de cada fusível. Seguindo essas orientações, você com certeza não terá problemas elétricos desse tipo no seu automóvel.

Cada equipamento de um carro tem sua amperagem correta de fusível: Não se deve misturá-los (Foto: reprodução/internet)
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Jornalista na área automobilística há 50 anos, trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e na Revista Motor Show por 24 anos, de onde foi diretor de redação de 2007 até 2016. Formado em comunicação na Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e os Mil Quilômetros de Brasília em 2004, além de ter participado em competições de várias categorias do automobilismo brasileiro. Tem 69 anos, é casado e tem três filhos homens, de 22, 33 e 36 anos.