Ford Performance traz o legado esportivo global da marca para a América do Sul

A Ford Performance, que estreou no Brasil e em outros países da América Latina (Argentina, Chile, Colômbia e Peru) agora em agosto, durante o Festival Interlagos, é uma fusão de três times de peso envolvidos no mundo de competições dentro da Ford mundial: Ford Racing, divisão de veículos de alto desempenho; Ford Team RS, braço de carros esportivos na Europa; e Special Vehicle Team (SVT), preparadora de modelos de alto desempenho dentro do grupo. A união dos três se deu em 2015, gerando assim a Ford Performance, que engloba o mundo dos produtos da marca em competições por todo o planeta.  

E, claro, essa fusão somou também os esforços de tecnologia, engenharia e novos desenvolvimentos com o objetivo de tirar a máxima performance dos melhores produtos Ford. Aqui no Brasil, a responsável por estrear a divisão Performance é ninguém menos que a Ranger Raptor, hoje a caminhonete mais capaz e esportiva do mercado nacional, independente do terreno em que ela trafega. Seu V-6 3,0 é biturbo, com injeção direta de gasolina, gerando quase 400 cv de potência, o que permite aceleração de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos, e o kit esportivo é composto, dentre outros, por suspensões com amortecedores Foxpneus aventureiros Grabber, longarinas e carroceria reforçados. Bruta! 

Em outros países vizinhos, a divisão ainda inclui a potenteF-150 Raptor e seu V-6 3,5 biturbo de mais de 450 cv, além do Explorer ST, o suve mais potente da história da Ford, que traz também um V-6 de 400 cv, tração integral e câmbio automático epicíclico de 10 marchas. Os planos futuros, claro, incluem a expansão dessa linha com mais modelos igualmente esportivos e experiências únicas e exclusivas aos integrantes da grife Performance, todos proprietários de veículos esportivos Ford. Track Daysroteiros com percursos on e off-road, participação em eventos do automobilismo mundial sediados na região e o licenciamento de produtos são outras vantagens da divisão. 

A chegada do Ford Performance à América do Sul faz parte do programa de expansão da marca dentro do mundo das corridas automobilísticas, que pretende divulgar ainda mais o nome Ford dentro das competições, se aproximar dos consumidores fãs de automobilismo, expandir os negócios (vender veículos, kits de preparação, entre outros) e, principalmente, permitir a troca de tecnologias e soluções das pistas para os carros de rua. As competições, de uma maneira geral, são berços criadouros de inovações de segurança, performance, aerodinâmica, redução na emissão de poluentes e gerenciamentos eletrônicos da mecânica.

A chegada da grife Ford Performance à América do Sul reflete a expansão da marca dentro do mundo das corridas automobilísticas (Foto: Ford/divulgação)

O sucesso da Ford nas competições não vem de agora. Henry Ford, no início do século XX, mais precisamente em 1901, construiu e pilotou seu primeiro carro de corrida, o Sweepstakes, e venceu o construtor de carros e piloto mais famoso da época, Alexander Winton, numa corrida em Michigan. No ano seguinte, Ford derrotou Winton novamente, desta vez com o modelo Ford 999, pilotado por Barney Oldfield — ciclista de competição que nunca tinha dirigido um carro. Com essas vitórias, ele conseguiu atrair investidores e formar o capital para fundar a Ford Motor Company, em 1903. 

Henry Ford já tinha seu carro de corrida Sweepstakes no comecinho dos anos 1900, e fez sucesso com ele (Foto: Ford/divulgação)

Ao longo de décadas, a Ford sempre mostrou avanços, vitórias e fez história nas competições. Nos anos 1960, por exemplo, foi indiscutível o sucesso dos GT40 e seu motor V-8 nas provas de Resistência, que bateu até mesmo as tradicionais Ferrari nas 24 Horas de Le Mans por vários anos consecutivos (1966, 1967, 1968 e 1969). A década seguinte ficou marcada pelo surgimento do motor Ford-Cosworth, que serviu a 90% das equipes de Fórmula 1 durante os anos 1970.   

E não dá para esquecer o show dos GT40 em Le Mans e outras provas europeias (Foto: Ford/divulgação)

Dentre suas vantagens, o V-8 Cosworth era potente, leve, compacto, resistente e econômico, cumprindo os principais requisitos para o sucesso nas competições. Emerson Fittipaldi, por exemplo, foi campeão mundial de F1 em 1972 e 1974, e vice-campeão em 1973 e 1975, sempre com carros equipados com o V-8 Ford-Cosworth.

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Jornalista na área automobilística há 50 anos, trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e na Revista Motor Show por 24 anos, de onde foi diretor de redação de 2007 até 2016. Formado em comunicação na Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e os Mil Quilômetros de Brasília em 2004, além de ter participado em competições de várias categorias do automobilismo brasileiro. Tem 69 anos, é casado e tem três filhos homens, de 22, 33 e 36 anos.