Fiat Strada, 2 milhões: as cinco versões mais legais da picapinha
A Fiat Strada ruma em velocidade para se tornar um dos carros mais emblemáticos da história do país, aquele mesmo pódio já ocupado por VW Gol, Chevrolet Opala, Fiat Uno, Ford Corcel, dentre outros. A picapinha, que completou 26 anos de lançamento no último dia 24 de outubro, chegou oficialmente à marca de 2 milhões de unidades emplacadas em território nacional. É muita Strada, e ela mostra crescimento nas vendas: para alcançar o primeiro milhão, ela demorou 16 anos (2014), mas dobrou esse número em apenas uma década.
Falando em produção e em vendas, já é dela o título de quinto carro mais comercializado da história do país (só fica atrás de Palio, Fusca, Uno e Gol, respectivamente), e a Strada briga mês a mês com o VW Polo para ser o automóvel mais vendido do Brasil no ano de 2024. Lembrando que ela já liderou esse ranking em 2021, 2022 e 2023.
O que ajudou para tanto sucesso? Uma série de fatores: desde uma enorme gama de configurações ao longo dos anos (tipos de cabine, motorizações, versões e equipamentos), preços competitivos (incluindo generosos descontos para CNPJ), além, é claro, do bom e velho feixe de molas, construção de suspensão traseira igual a de caminhões, que aguenta a pauleira. Mas teve muita coisa boa nesses 26 anos e 2 milhões de Fiat Strada, por isso aqui vai uma lista com suas cinco versões mais legais, escolhidas por nós do Carros&Garagem:
Strada Sporting
Um belo dia, a Fiat decidiu criar uma picape esportivada, naquela pegada de visual apimentado, bonito e chamativo, mantendo a motorização das demais versões “comuns”. Era uma receita que dava bastante certo com o Palio, e que havia chegado recentemente à linha do Siena e Idea. Ousaram, e esticaram a versão para a Strada, que tinha cores vibrantes como amarelo ou vermelho metálico, detalhes escurecidos e cinza-fosco pela carroceria, além de belas rodas diamantadas, kit aerodinâmico com spoilers, saias laterais e um rack de teto mais discreto. Sua única carroceria, de cabine estendida, completava o charme.
Na época, mexeram até nas suspensões, com molas e amortecedores mais durinhos em um curso menor, e na relação final do diferencial, que ficou mais curto. Bacana! Não tinha alto torque ou potência estonteante, mas garantia diversão com seu 1.8 16v com cerca de 130 cv de potência (o famoso E.TorQ), acoplado a um câmbio de cinco marchas manuais. Pena que não fez sucesso: chegou no finalzinho de 2010 e saiu de linha antes de 2012, com pouco mais de 1 ano de mercado e 928 carros produzidos.
Strada T200
Diferente da Sporting, essa Strada você pode encontrar 0 km, e até comprar, em qualquer concessionária Fiat pelo Brasil. É a versão 1.0 turboflex, movida pelo motor tricilíindrico, turbo e com injeção direta de combustível, rendendo saudáveis 125/130 cv de potência com mais de 20 mkgf de torque. É a motorização mais poderosa que a picape já teve em suas mais de duas décadas e meia de vida, mesmo utilizando um confortável câmbio automático CVT.
Por mais que custe quase R$142 mil, a picapinha turboflex tem “luxos” interessantes, como faróis em LED, ar-condicionado automático digital, carregador de celular sem fio ou modo Sport de condução. Dá para adquiri-la em duas configurações: Ranch, um estilo “caipira enfeitado”, com cromados e interior com partes marrons, ou então na urbana Ultra, que apela mais para o estilo esportivo e discreto. As duas custam o mesmíssimo preço dito ali em cima, e são consideradas rápidas: são 9,5s na prova de 0 a 100 km/h.
Strada LX
Essa é lá dos primórdios da picapinha Fiat: a versão LX era a topo de linha para 1998, ano de sua chegada. Enquanto seus irmãos Palio e Siena apostavam na sigla “HL” para denominar suas opções mais caras, ela foi a única da família a usar “LX”, nome que já tinha fama na outra picape mais antiga da Fiat, a Fiorino. Essa era a Strada mais caprichada da época, podendo ter rodas de liga-leve, faróis de milha, retrovisores e maçanetas na cor da carroceria, além de airbag duplo, instrumentação completa, ar-condicionado, trio elétrico e um acabamento interno mais caprichado. Na lista de opcionais estava até um teto-solar!
Mesmo ganhando depois uma opção de cabine estendida (1999), seu motor permanecia o mesmo: era o 1.6 16v Torque, que fez fama nos primeiro Palio 16v pelo bom desempenho e consumo não tão alto. Na picapinha, seus 106 cv davam muito bem conta do recado.
Strada Adventure Locker
A Strada Adventure, por si só, já tinha uma proposta bacana: pensada para um uso mais off-road (por isso seu nome, “Aventura”), trazia suspensão altinha, maior curso de molas e amortecedores, uma iluminação frontal mais completa (luzes de milha e neblina, geralmente), sem contar os apliques plásticos extras espalhados pela carroceria (arcos de rodas e laterais, por exemplo). As primeiras tinham até um quebra-matos metálico.
Mas a versão Locker em questão veio em 2008, mesma época que a picapinha sofreu uma de suas inúmeras reestilizações visuais. Basicamente, o sistema atuava travando o diferencial dianteiro. Com isso, as duas rodas da frente da Strada poderiam girar simultaneamente na mesma velocidade, facilitando bastante o uso em pisos escorregadios como lama, neve, areia e por aí vai. Sem ele, o diferencial despejava a força justamente para a roda que mais girava em falso. O Locker da Fiat tinha comando eletrônico, por um botão no painel que atuava numa trava magnética, e seguiu presente na Adventure até a chegada da nova geração em 2020.
Strada 3 portas
Poucos carros vendidos pelo mundo tiveram três portas nessa configuração da Fiat Strada: eram duas dianteiras, para motorista e copiloto, e uma traseira do lado direito do carro, que dava acesso ao banco traseiro. Além da tal terceira porta ser do tipo “suicida”, com abertura para o lado oposto das dianteiras, ela só esteve presente nas versões com cabine dupla da picapinha Fiat.
Durou de 2013 até 2020, e era bacana pela dose extra de praticidade e ineditismo na sua categoria. Aliás, um estilo raro pelo mundo inteiro: outros integrantes do time de três portas (2 dianteiras + 1 traseira) são Hyundai Veloster e VW Kombi. Todos aposentados, vale falar. Na Strada, o interessante é que a configuração estava presente em vários níveis de acabamento: desde as versões mais peladas, para trabalho, até as Adventure 1.8 16v mais caras, todas poderiam ter três portas de fábrica.