BYD Song Pro, Song Plus e Song Premium: bem parecidos, mas diferentes

Se você acha que a linha de carros da BYD no Brasil é grande, isso porque não viu o tanto de modelos distintos que eles vendem na China: são mais de 25, sem contar os veículos comerciais. Alguns são bem parecidos, as vezes até gerações distintas de um mesmo modelo, mas outros são totalmente diferentes: SUVs, hatches, sedans e por aí vai, de vários portes e propostas.  

Os chineses tem carros de todos os segmentos, tamanhos e motorizações (Foto: BYD/divulgação)

Claro, com isso, muita gente fica confusa, principalmente no caso de nomes parecidos. Aqui no mercado nacional, por exemplo, temos três tipos de Song vendidos ao mesmo tempo, todos híbridos, de tamanho parecido e em diferentes faixas de preço. Pro, Plus, Premium…bom para bagunçar algumas cabeças mesmo, por isso vale a explicação: qual é a origem de cada um, suas propostas, como eles se diferenciam e com quem concorrem.  

Song Pro, o primeiro

Tem se falado bastante do Song Pro ultimamente, já que ele deve ser o primeiro BYD a sair pronto da fábrica de Camaçari, na Bahia, ao lado do hatch Dolphin Mini, isso já no início de 2025. Primeiro em SKD, aquele esquema onde o carro vem parcialmente desmontado da China, depois com um processo de nacionalização. Mas, quem é o tal do Song Pro? É um SUV médio um pouco maior que Jeep Compass e Toyota Corolla Cross, que só não parece ser maior por conta das linhas horizontais, que remetem as peruas.

Ele é fruto de um projeto de 2019, mas na China já estreou sua segunda reestilização visual, que não deve demorar para chegar ao Brasil. Ainda importado, hoje ele custa entre R$190 mil e R$200 mil, dependendo da versão, e atua como SUV híbrido plug-in mais em conta do mercado nacional. O motor é o tradicional 1.5 16v de aspiração natural, ainda bebendo só gasolina, com cerca de 100 cv de potência e 12,5 mkgf de torque. Ele ajuda um pouco na tração do carro, mas, principalmente, atua como gerador das baterias de 12,9 kWh ou 18,3 kWh, de acordo com a versão. O motor elétrico dianteiro, com mais de 220 cv e 30 mkgf, é quem move o SUV na maior parte do tempo, e é considerado seu propulsor principal.  

Com exceção do comprimento, que é 4 cm maior que o do Song Plus, as demais medidas do Song Pro o colocam no patamar de “médio”: são 1,86 m de largura, 1,71 m de altura e 2,71 m de entre-eixos, com até 520 litros de porta-malas, segundo a BYD. A construção é refinada, incluindo suspensões independentes nas quatro rodas, eixo traseiro multibraço e todos os freios a disco, ainda que o acerto das molas e amortecedores não seja tão bom quanto o do Plus. A direção, leve demais, também.  

Falando de outros números, o Song Pro é 55 kg mais leve que o Plus (1.735 kg), e também tem um tanque de combustível com 3 litros a menos (52 no total). Pelo menor peso, na versão mais cara, ele ganha do Plus nas acelerações: demora 7,9s, de acordo com a BYD, contra 8,3s do irmão mais novo. Em contrapartida, o tanque menor garante 1.100 km de autonomia, de acordo com a fabricante, que fala em 100 km a mais para o Song Plus.  

Song Plus, o sucessor

O próximo da linha Song é o Plus, mais moderno, que veio ao mundo no final de 2020 como uma geração seguinte do Song Pro. Pois é, lá na China as coisas são dinâmicas, e um carro pode ganhar sucessor em pouco mais de 1 ano e meio. O Song Plus, apesar de não ser muito maior que o Pro, é nitidamente um carro superior, tanto que parece ser bem maior do que é. Apesar do comprimento 4 menor que o do Pro (4,70 m no total), ele é mais largo (1,89 m) e tem um eixo mais distante do outro (2,76 m), sem contar o porta-malas com 54 litros extras (574 no total).  

Além de contar com mais equipamentos de série, principalmente no que tange tecnologias de assistência à condução e segurança, o Song Plus mostra melhores acertos das suspensões independentes e da direção com assistência elétrica. Também é mais poderoso, quer seja no motor 1.5 a gasolina (105 cv) ou no elétrico dianteiro (33 mkgf de torque imediato), ainda que potência e torque combinados sejam parecidos com os do Pro. Ele é vendido em versão única por aqui, por pouco menos de R$240 mil, e usa as mesmas baterias de 18,3 kWh do irmão mais velho. Por esse preço, torna-se rival direto dos Haval H6 PHEV, mas também bate de frente com o salgado Jeep Compass 4XE. 

Song Plus Premium, o reestilizado

O terceiro, e mais recente, dessa saga é o Premium. Na realidade, Song Plus Premium. Ele é basicamente um Song Plus reestilizado, já adotando o visual chinês mais recente, que mescla linhas de outros SUVs da marca com detalhes do sedan elétrico Seal. Por conta de parachoques dianteiros e traseiros exclusivos, é o maior do trio: chega aos 4,77 m de comprimento, conservando a maioria das outras medidas do Song Plus “convencional”. No peso, porém, supera os outros dois, passando dos 2.000 kg com folga. 

Além de ter alguns itens extras, como head-up display e sistema de som assinado, custa R$60 mil a mais que o Plus “normal” e é pelo menos R$100 mil mais caro que o Song Pro. Seu grande diferencial é a tração integral permanente, já que ele utiliza o motor elétrico dianteiro do Song Pro (30,6 mkgf de torque), somado a outro traseiro, inédito, também com pouco mais de 30 mkgf. Cada um deles despeja força para seu respectivo eixo, e ambos contam com a ajuda do motor a gasolina, 1.5 16v, em uma versão superalimentada. Assim, turbo, são quase 130 cv de potência com cerca de 23 mkgf de torque no 1.5, administrados por uma transmissão automática similar a um CVT. 

De longe, o Premium é o mais potente, com 324 cv combinados, ainda que a BYD não divulgue o torque em conjunto dos dois motores elétricos + 1.5 turbo a gasolina. Para se ter uma ideia, o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h baixa para 5,2 segundos, porém continua a velocidade máxima limitada em 180 km/h. No conjunto ainda está a bateria de 18,3 kWh, que permite a esse SUV rodar até 52 km como elétrico, de acordo com o INMETRO. Para ele, a BYD fala em até 960 km de autonomia total, somando combustão com eletricidade.  

Duas gerações e um facelift

Não é difícil entender a trinca de SUVs Song: o Pro é o pai de todos, a geração mais antiga, que foi atualizada a ponto de ganhar o powertrain do Song Plus, seu sucessor, mais refinado e maduro. O Premium é a primeira reestilização do Plus, que chega ao Brasil nessa versão com tração integral e muitos cavalos. Ou seja, temos duas gerações e um facelift convivendo lado a lado nos showrooms da BYD, cada um numa faixa de preço, incomodando diferentes concorrentes. Bem parecidos, mas diferentes. 

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Com 23 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.