Baterias do futuro: recarga em 5 minutos, autonomia de 1.000 km e vida útil de 1 milhão de km


A evolução dos carros elétricos mundo afora depende, também, do quanto estão progredindo suas baterias e formas de recarga. E, nesse meio, um dos países dominantes é a China, que sempre traz alguma (ou várias) inovações para o setor de EVs. A última boa nova vem lá de Jiangsu, no país da Grande Muralha, onde está instalada a SVOLT, braço de desenvolvimento de baterias do grupo Great Wall, aquele mesmo dos GWM Haval e Ora 03 vendidos aqui no Brasil.

A SVOLT afirma que pode revolucionar os métodos de armazenamento de energia nos elétricos e híbridos a partir de novas linhas de baterias laminadas, chamadas de Short Blade (“lâmina curta”, no bom português), que servirão a veículos 100% elétricos e também a híbridos plug-in (PHEV), aqueles que permitem recargas em fontes de energia externas. As tais baterias laminadas levam vantagem no menor espaço físico, e consequentemente menor peso adicionado ao carro, além da maior densidade energética (o que se traduz em maior autonomia).

Alguns números das novas tecnologias do braço da GWM chamam a atenção. No caso da 6C, desenvolvida com um composto de níquel-cobalto-manganês (NCM), a SVOLT promete tempo de recarga de apenas 5 minutos para render alcance de 600 km. Além disso, por conta do menor espaço físico ocupado, será possível ter carros não tão grandes com baterias de 100 ou 120 kWh de capacidade, permitindo alcance de mais de 1.000 km, segundo a empresa. Outra novidade, a bateria 5C, usa o composto tradicional de fosfato de ferro-lítio (LFP), mas promete recuperar 70% da carga em apenas 10 minutos.
A SVOLT fala em uma altíssima durabilidade para a 5C, hoje inexistente em qualquer bateria de tração em produção: 3.500 ciclos, levando em consideração que cada ciclo significa o uso total da carga das baterias. Em média, isso pode significar mais de 1 milhão de km rodados. Ou seja, seguindo esses números da empresa, seria possível ter baterias que durassem bem mais que os próprios carros. Quando chega? A 5C tem produção prevista para começar ainda em 2024, em dezembro, diz a SVOLT.

Já para os PHEV, a boa promessa é a Dragon Armor 800V, composta de Níquel-Cobalto-Manganês (NCM) que, como diz o nome, trabalha com um circuito de altíssima tensão (800 Volts). Além de permitir recargas ultrarrápidas em fontes bastante poderosas, ela ainda promete ocupar 20% menos de espaço se comparada as baterias dos híbridos plug-in atuais, já que sua densidade energética chega a 250 Watt-hora por kg. Com isso, seria possível ter carros híbridos com baterias maiores do que as dos atuais elétricos, variando entre 55 e 70 kWh de capacidade.

Assim, esses futuros híbridos conseguiriam alcance puramente elétrico de mais de 300 km, podendo chegar aos 400 km. Para efeito de comparação, hoje, os PHEV com maior alcance elétrico trazem baterias de cerca de 35 kWh e rodam menos de 180 km com o motor a combustão desligado, sem gastar gasolina. Essa, porém, é uma tecnologia um pouco mais distante da nossa realidade atual: a SVOLT planeja tê-las em produção em meados de 2025, já integrando uma próxima geração de híbridos. Por enquanto, planos: é esperar pra ver…