Bateria automotiva: como funciona, para que serve e quais os cuidados com ela

Popularmente conhecida como bateria (seu nome correto é Bateria de Acumuladores), ela é um pequeno gerador químico de energia elétrica que pode ser classificada como o coração de todo o sistema elétrico de um veículo. De importância vital para o funcionamento do motor de um carro, além de fornecer a energia elétrica para acionar o motor de partida, ela alimenta também o sistema de ignição, garantindo a centelha elétrica nas velas.

 

É importante dizer que a bateria garante essa energia simultaneamente com o funcionamento de outras partes elétricas do automóvel (luzes, limpadores, ar-condicionado, rádio/multimídia, entre outros). A bateria de acumuladores é basicamente dividida em duas partes: polo positivo e polo negativo. A energia elétrica é gerada através da mistura de água destilada com ácido sulfúrico e as placas de chumbo, que são dispostas uma ao lado da outra dentro dessa solução e são divididas metade no polo positivo e metade no polo negativo.

De uma maneira geral essas baterias produzem 12 Volts de corrente elétrica, e sua amperagem (capacidade da bateria de gerar carga por mais ou menos tempo) vai depender muito da quantidade de equipamentos elétricos do veículo que ela estiver instalada. Dessa forma, em um carro que disponha de poucos equipamentos que precisam de eletricidade (sem ar-condicionado, rádio, menos luzes externas, etc.) e que tenha um motor de baixa cilindrada que não exija muito na hora da partida, com certeza uma bateria pequena (de 36 ampère/hora, por exemplo) já dá conta do recado.

 

Em contrapartida, carros mais sofisticados e maiores, com motores potentes e mais sistemas elétricos/eletrônicos (como, por exemplo, um ar-condicionado dual-zone, painel digital, sistema de som mais potente, entre outros), exigem baterias com grande capacidade de armazenamento de energia, que precisa estar disponível sempre que o sisteme elétrico exigir. Nesse caso, baterias grandes (90ah ou mais, por exemplo), são as mais indicadas para um funcionamento perfeito nessas situações.

E, é claro, o preço de uma bateria vai ser proporcional a sua capacidade de fornecimento de energia. Com certeza uma bateria de 36ah vai custar cerca de 50% do preço de uma com 100ah de capacidade, mesmo ambas tendo 12 Volts. Falando de manutenção, as baterias modernas não exigem mais reposição de água destilada (que evapora na solução com o ácido sulfúrico), pois são “seladas”, onde o vapor acaba sendo novamente condensado (volta ao estado líquido) e retorna para ser misturado outra vez com o ácido. Ou seja, baterias modernas não exigem nenhuma manutenção, mas sua vida útil média varia de acordo com o quanto ela foi exigida: quanto menos partidas do motor por dia e menor tempo andando em trânsito congestionado com os equipamentos elétricos ligados, maior tende a ser a durabilidade dessa bateria (e vice e versa).

Nas situações mais críticas de uso, o alternador se encarrega de manter a carga correta na bateria, mas após um tempo ela acaba se desgastando pela grande atividade química em seu interior. De uma maneira geral, a vida útil de uma bateria é de aproximadamente 2 ou 3 anos, chegando a durar até 4 em casos de uso mais suave. Uma dica: depois que a bateria já tiver passado por sua vida útil normal, não existe reparo para esse componente, que deve ser totalmente substituído.

Carros equipados com sistema Start&Stop exigem bateria de maior amperagem para suportar a grande quantidade de partidas do motor, além de um motor de arranque que suporte esse trabalho maior. Esse sistema economiza combustível e polui menos o ar, mas custa mais caro na hora da troca de bateria e manutenções no motor de arranque.

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Jornalista na área automobilística há 48 anos, trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e na Revista Motor Show por 24 anos, de onde foi diretor de redação de 2007 até 2016. Formado em comunicação na Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e os Mil Quilômetros de Brasília em 2004, além de ter participado em competições de várias categorias do automobilismo brasileiro. Tem 67 anos, é casado e tem três filhos homens, de 20, 31 e 34 anos.