(Avaliação) Novo Peugeot 208 1.6 manual é bom de guiar e tem preço de 1.0
O câmbio manual chegou atrasado no Novo 208. Como sempre tentou ser um carro premium, o hatch compacto da Peugeot foi lançado inicialmente só com a caixa automática de 6 marchas. Não deu certo, já que ele ficou com preço distante da concorrência, e logo apareceram versões de entrada pra resolver o problema, todas manuais de 5 marchas, como essa Like das fotos.
Ela é o abre-alas para o grande público na linha 208. O preço, por enquanto, atrai bastante: está em promoção nacional por R$74.990, mas sem volante multifuncional e com multimídia menor de 5” em um pacote chamado Essencial. A maioria dos hatches compactos 1.0 são mais caros e menos equipados que esse Peugeot, que inclusive traz debaixo do capô o consagrado 1.6 16V EC5 e seus 115/118 cv de potência com 15,4/15,5 mkgf de torque (gasolina/etanol).
Câmbio longo cai bem
Com câmbio longo e de engates precisos, ele escolhe o conforto em prol do desempenho, já que o motorista não precisa ficar sempre trocando marchas, principalmente na cidade. Demora um pouquinho para embalar nas acelerações, mas a partir dos 2.000 rpm já tem boa parte do torque disponível e fica mais espertinho. A Peugeot fala em cerca de 11 segundos no 0 a 100 km/h.
Outro lado bom do câmbio de relações aumentadas é que, na estrada, o motor trabalha mais quieto: a 100 km/h em quinta marcha, o polêmico conta-giros em sentido anti-horário acusa 2.800 rpm. Aliás, o conjunto completo é bem silencioso no funcionamento, para a alegria dos ocupantes. O carro avaliado, já perto dos 10 mil km, tinha alguns rangidos e batuques de acabamento pela cabine, mas nada muito assustador falando de um hatch popular.
E o 208, mesmo nessa versão de entrada, tem o i-Cockpit, que é só elogios, seja dos motoristas altos ou baixo demais. Ele é composto pelo pequeno volante de dois raios ajustável em altura e profundidade (excelente, diga-se de passagem), painel de instrumentos elevado e, aqui, alavanca de marchas em ótima posição. Fica longe da proposta “convencional” da concorrência, que, no máximo, tem uma instrumentação bem ajeitada.
Dinâmica de poucos
Carros franceses são tradicionalmente bem acertados na dinâmica geral. O Peugeot 208, franco-argentino (tem projeto europeu mas é feito pelos Hermanos), não fica de fora da regra: é bom de contornar curvas mesmo com as suspensões macias, não assusta nos desvios rápidos de trajetória e anda sempre em linha reta, sem passarinhar, independente da velocidade. Dinâmica de poucos dentro da categoria.
Apesar de não ter segredos na concepção, com freios a disco só na dianteira e suspensão com eixo arrastado na traseira, o Peugeotzinho é muito bom ao volante e, com pé leve, agrada mais ainda pela economia de combustível, especialmente gasolina, como no carro testado, que registrou 12,4 km/l na cidade e 17,7 km/l na estrada. Diferentemente das versões automáticas, o 208 manual não tem modo ECO.
Não, não é o mais espaçoso
O 208 nunca foi sinônimo de espaço interno, nem mesmo na sua primeira geração. Pequeno e acanhado, principalmente atrás, ele não é bom partido pra mais do que quatro ocupantes. E os que forem atrás precisam se apertar não só lá dentro mas também pra entrar e sair, já que as portas são pequenas. Nem mesmo o porta-malas de 265 litros escapa do aperto.
Na verdade, o espaço, ou a falta dele, nem é culpa das dimensões do carro, que são até interessantes com 1,74 m de largura e 2,54 m de entre-eixos (um Gol tem 2,46 m), mas sim do arranjo interno. Só os bancos dianteiros, por exemplo, roubam boa parte do vão traseiro para as pernas, mas compensam com tamanho de poltrona e ótima ergonomia. É um ponto pra se atentar.
No fim…
Essa versão é daquelas que mereciam mais atenção, assim como a Sense MT5 do Nissan Kicks. E aqui ainda existe o enorme atrativo do custo X benefício. Por esses R$75 mil da promoção, o 208 já traz desde conjunto elétrico (retrovisores, travas e vidros nas quatro portas), computador de bordo, ar-condicionado digital, multimídia de 5”, 4 airbags (dois frontais e dois laterais), ESP, TC, Hill Holder e, pra fechar com chave de ouro, até piloto automático com limitador de velocidade.
Gostou? Então corre, porque não deve durar muito!
Ficha técnica:
Concepção de motor: 1.597 cm³, flex, quatro cilindros, 16 válvulas (quatro por cilindro), aspiração natural, injeção indireta de combustível, duplo comando de válvulas, variador de fase na admissão e escape, bloco em ferro fundido e cabeçote em alumínio |
Transmissão: manual de 5 marchas + ré |
Potência: 115/118 cv a 5.800 rpm (gasolina/etanol) |
Torque: 15,4/15,5 mkgf a 4.000 rpm (gasolina/etanol) |
Suspensão dianteira: independente, do tipo McPherson, com barra estabilizadora |
Suspensão traseira: eixo de torção com molas helicoidais |
Direção: do tipo pinhão e cremalheira com assistência elétrica progressiva |
Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira |
Pneus e rodas: Pirelli Cinturato P1, medidas 185/65. Rodas de aço com calotas aro 15 |
Dimensões (comprimento/largura/altura/entre-eixos): 4,05 m/1,74 m/1,45 m/2,54 m |
Porta-malas: 265 litros |
Tanque de combustível: 47 litros |
Peso em ordem de marcha: 1.095 kg |
Aceleração 0 a 100 km/h: 11,0 seg. (etanol/gasolina) |
Velocidade máxima: 190/185 km/h (etanol/gasolina) |
Preço básico: R$74.990 (Like Essencial, promocional) |